Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







quinta-feira, 30 de julho de 2009

Cousas da Festa de Lamas

"Ó Bó! Bote cá um carólo de pão cum manteiga e cacau!"... "Ó Ti D'mingus! Unde stá u mou púcaro pra buber um cibo de gasosa?"... "Ó Ti C'stina! Abonde cá tantinha auga q'stou tchiinho de sede!"... "Ó Ti Fanano! Poss'ir cunsigo a tocar as burras?"... "Ó Ti ´Sprança! Atão num me dá um cibinho de presunto pra lantchare?"... "Ó Ti Juão! Num tem cicroas prós bilhetes?"... "Ó Ti Zé! Ó Ti Ana! 'Stão bôs? Bá, botim cá um doce!"... Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Mas não se muda a vontade. Sofre, apenas, umas variações. No Domingo repete-se um ritual de muitos anos. Com as alterações que a lei da vida vai fazendo no elenco. De alguns personagens só me resta a saudade, a aprendizagem e a amizade que foi nutrida. É certo que já não vou com "à Bó" à Canelha, o Ti D'mingos já não me compra "chiclas" no café nem joga matraquilhos comigo, o Ti Fanano já não me leva na carroça das burras... O outro Fanano também já não me dá mais cigarros às escondidas, a "Alferdina" já não me dá mais nenhum "magosto" com aquele sorriso inigualável... Nem a Ti'Ámelia me dá a provar mais as melhores alheiras que alguma vez comi... E agora, também já não tenho o Ti Guardiano para me convencer a beber vinho às nove da matina na arranca das batatas... Mas tenho a memória! E o hábito de ir à Festa de Lamas mantendo as visitas que lhes fazia. Pode soar estranho, mas na "minha" festa, eles continuam a presentear-me com os "mimos", o sorriso e a amizade. É por isso que continuo a gostar de marcar presença. Por isso, e não só! Porque as amizades que tive se mantiveram na descendência genética que constitui os meus amigos de hoje. E porque, afinal de contas, a Calinha, a Bia, o Minho-Minho são os melhores afilhados do mundo e o "Bite piqueno" que vem a caminho há-de ser também (a Menanas e o Kiko também se incluem no grupo dos melhores do mundo, mas não têm costela lamacense). A verdade, também, é que, modéstia à parte, continuo a ter os melhores tios e primos do mundo, mesmo com querelas familiares de permeio. Ser "Imberno" é ser "Imberno" e, no que respeito me diz, sinto um orgulho imenso, mesmo sendo meio-Fiscal, em ser cognominado pela alcunha do meu "bô" Bernardino. E por "Imberno" ser, lá continuarei a marcar presença na "pecissão" (se não acordar tarde), no "tacho" em casa do compadre, no concerto da banda (mesmo que tenha saudades das desafinações no coreto) e no arraial (meio "descontchabado" ainda sou capaz de arrastar os pés). Mais uns "copetchos" extra pr'ánimar a malta e uma jogatina de futebol à velha maneira solteiros contra casados (nem que seja fiscal-de-linha sentado num "motcho" só p'ra marcar os foras-de-jogo)...

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