Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







terça-feira, 24 de junho de 2008

As Cousitas da Semana

Há semanas assim. Em que as notícias escasseiam e as que surgem não dão azo a grande maldizer. De qualquer forma, para não perder o treino, fiquei a saber que a Câmara de Macedo foi autorizada a pedir um empréstimo à banca, no valor de 1,7 milhões de Euros. Abriu-se uma excepção na lei das finanças locais. Veremos onde vai ser aplicado este montante. Certeza, certeza, é que não servirá para compensar os habitantes da isolada Argana que, por uns dias se viram recuar no tempo, ao terem que viver à luz de candeias. E de candeias às avessas andam os presidentes do INAG e da Câmara de Mirandela a propósito das compensações pedidas pelos autarcas do Vale do Tua pela construção da barragem de Foz-Tua (parece que vai mesmo avançar...). E como de avanços se constrói a história, a Associação Terras Quentes, em cooperação com a Câmara de Macedo, procedeu a um levantamento do património histórico do concelho. Reconforta ter noção de que, afinal, apesar de sermos um concelho jovem, não deixamos de possuir a particularidade de termos uma história única, muito para além de lendas de cavaleiros e mouras encantadas. No domínio das artes, parece que temos um macedense (de Talhas) a dar cartas em terras de Sua Majestade, na área do bailado. À semelhança de outras áreas, é preciso recorrer à emigração para sermos notados na pátria-mãe.
Pátria-mãe que anda um pouco cabisbaixa por termos uns "meninos" (também eles, na sua maioria, emigrantes) que se esqueceram que o futebol também se joga de cabeça (e com cabeça). Afinal, tratou-se, apenas, de mais uma desilusão. E por cá continuaremos no nosso fantástico país do fado... Triste...

Cousas do S. Pedro

Depois das festas sanjoaninas, vêm as que honram o santo das chaves e da meteorologia. Parece que, a crer nas previsões, a semana da Feira de S. Pedro vai trazer consigo temperaturas de escaldar. Boas notícias para os vendedores de refrigerantes e cervejolas. Esperemos por mais um sucesso, nesta que é a edição "bodas de prata"

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O maldizer das Cousas

Há uns anos atrás fui acometido por um acesso de fúria momentânea quando verifiquei o "presente" que um senhor agente tinha, "amavelmente", deixado no pára-brisas do meu carro. Estava a prevaricar, é certo. No entanto, as viaturas que já estavam estacionadas num local onde tal não é permitido, não tinham sido objecto da "amabilidade" do dito agente. Daí à manifestação da raiva iminente, foi um pequeno instante. O senhor agente aguardava na esquina. Dirigiu-se a mim naquela postura de sobranceria que, infelizmente, muitos conhecem e solicitou os documentos. Questionei sobre o motivo pelo qual só o meu carro estava multado. A resposta, em jeito de justificação mal dada, resumia-se à explicação de que os proprietários dos restantes veículos prevaricadores eram macedenses. Boa!!! Amavelmente (sem aspas), pedi-lhe que verificasse o meu BI e, após a sua devolução, agradeci a atenção, aceitei o critério pelo qual "só os de fora" é que eram multados, rasguei o "presente" e, sem mais palavras, segui o meu caminho. Parece que os anos alteraram o critério. A crer nas críticas da ACIMC, muito preocupada com as ondas de assaltos a casas comerciais que têm ocorrido em Macedo. E consternada pelo elevado número de contra-ordenações cujo motivo reside no mesmo "crime" que eu próprio cometi. A verdade é que, nas oportunidades que tenho de circular por Macedo, nem me apercebo da presença dos senhores agentes, a não ser pelos enigmáticos "presentes" que aparecem do nada a decorar os automóveis "mal" estacionados. Ainda recentemente, numa situação particular, necessitava de encontrar um agente na via pública e, depois de algumas voltas, não restou outro remédio que não deslocar-me à esquadra onde, obviamente, encontrei o que precisava. Esqueci-me, no decorrer desse episódio, de me deslocar em direcção a qualquer uma das saídas de Macedo. Porque, verdade seja dita, são raras as ocasiões em que não me deparo com mais uma "operação stop". E, verdade, verdadinha, como já aqui abordei, a dita onda de assaltos tratou-se de casos isolados. Por isso, outra coisa não me resta que acreditar (mesmo!) que os assaltos foram levados a cabo, mas um de cada vez. Por tal, isolados... Tal como os "presentes", apesar de proliferarem pela cidade, surgem isoladamente em cada um dos pára-brisas...
Vamos ter mais uma praia no Azibo! Desta vez, mais próxima de Macedo. Como Vale de Prados fica mesmo aqui ao lado, pode ser o pretexto para, finalmente, relembrar os velhos tempos em que me aventurava de bicicleta até à "barragem". Só espero que, pelo caminho, não apanhe com alguma bola transviada proveniente do futuro campo de golfe (a verdade é que desconheço a localização concreta do dito campo, mas apeteceu-me rir comigo próprio com a imagem de apanhar uma bordoada - que as bolas de golfe são mesmo duras - enquanto me divertia a pedalar).
Uma das minhas "meninas dos olhos", a linha do Tua, reabriu. Confesso que a resignação vai, gradualmente, tomando conta de mim. Reconheço que, mais acidente, menos acidente, hão-de acabar por encerrá-la em definitivo. Até lá, dou pulos de contente sempre que me apercebo que ainda não desligaram a "máquina". E, sempre que as minhas articulações o permitirem, insistirei na repetição do tema até à exaustão. Se necessário fosse, não recusaria uns tostões do TGV para a manutenção de uma emblemática obra de verdadeira engenharia...
Ah!... Para esquecer os lucros astronómicos da Galp, para anestesiar a mente em relação à alteração de uns "dinheiritos" para as forças armadas por não haver verbas disponíveis parecendo existirem para aquisição de Mercedes (passe a publicidade) para quem tutela a pasta, para entorpecer os sentidos em relação à minha contribuição para reduzir nuns minutos a viagem de comboio entre Lisboa e Porto, para não falar de pessoas despedidas da Petrogal com chorudas indemnizações que a seguir são contratadas pela Galp a peso de ouro, para não chorar pelas cerejas que este ano não houve e para não pensar que amanhã tenho que ir atestar o depósito do meu carro: A SELECÇÃO ESTÁ NOS QUARTOS-DE-FINAL!!! A sério, de vez em quando, sabe-me bem ser "tuga" (acho que este é o carimbo que alguns intelectuais - esses mesmo que ficam incontactáveis, ocasionalmente, por 90 minutos - colocam nos "fanáticos da bola"). E cumpro, religiosamente, o ritual de assistir aos jogos de "jersey" com o símbolo das quinas. E canto o hino. E emociono-me. E perco, por dois períodos de 45 minutos, as estribeiras. Nos 15 intermináveis minutos do intervalo, tem que vir a companhia da "mini" e duma lasca de presunto ou duma rodela de salpicão, com umas azeitonitas, cujo tratamento não foi verificado pela ASAE, e por um "carolo" de pão do "Ti Luís". Depois desse breve intróito, segue-se o normal desfilar de não-frases que desafiam qualquer gramática de Língua Portuguesa, mesmo que seja uma daquelas que jamais utilizarei, provenientes do "acôrredo ôtôguiráficô"...

Terras únicas, sons únicos...

domingo, 8 de junho de 2008

A Semana - Cousas de Maldizer e Escárnio ("p'ra bariar")

Mais um acidente na Linha do Tua. Onde reside a novidade? Segundo o JN, passou a ser assunto de polícia. Antes do dito acidente, a dresina que efectua a viagem de rotina de verificação passou pelo local sem ter sido detectada qualquer anomalia. Não me venham convencer que se trata de mais uma ocorrência acidental... Aliás, caso a PJ não estivesse já a investigar as causas do acidente, correria o risco de ser processado por levantar falsas suspeitas. Mas lá que é estranho, é estranho. Sou um defensor, entre muitos, da manutenção da Linha do Tua, por motivos que já aqui explanei. Por isso, a minha voz não se calará em relação a um crime prestes a ser cometido. Podem roubar-me a comida, mas não me tirarão a fome...

Para não sair da temática dos acidentes, a última semana de Maio foi madrasta para uma família de Limãos. Obviamente, entristece-me a perda de uma vida humana e os ferimentos graves noutra. Presto aqui uma homenagem à senhora que, em circunstâncias trágicas, perdeu a sua vida. Não a conhecia, mas sinto como se fizesse parte da minha família. Porquê? Pela revolta que sinto invadir-me. O acidente ocorreu muito perto de Macedo, na N216. Parece que três ou quatro minutos bastariam para deslocar as vítimas à urgência básica do Hospital de Macedo. No entanto, seguindo as novas normas, foi necessário aguardar 25 minutos pela chegada da viatura médica de emergência e reanimação, vinda de Bragança. Desconheço se o tempo bastaria para salvar uma vida. E se bastasse? Que terceiro-mundismo é este onde os tecno-burocratas substituem as comuns práticas de salvamento de vidas? Honestamente, por bom ou mau nadador que seja, prefiro nem me imaginar a afogar-me na Albufeira do Azibo. Porque, a avaliar por este triste acidente (e incidente), o mais provável é que, nessa circunstância, enquanto me abafava com a água a penetrar-me as goelas, ouviria alguém da margem a gritar: "Aguenta-te aí mais 25 minutos, que já chamámos a VMER!"... Triste país este que me deixaria ser repasto dos lúcios...

Mudando de assunto... A alguma satisfação que senti pela manutenção do Clube Atlético nos nacionais de futebol, foi substituída pela tristeza da descida de divisão do Macedense no campeonato de futsal. Foi à beirinha da praia, mas a última braçada não foi suficiente. Apraz-me saber que o futuro não é para recear, mas sim para ousar. Um responsável técnico do Macedense, perante o infortúnio, declarou que o próximo objectivo é estar na I Divisão daqui por dois ou três anos. Não faz descer o preço dos combustíveis, mas não deixa de ser uma lição. Afinal, o objectivo das quedas é, mesmo, aprendermos a levantar-nos...

Do futsal, para o futebol propriamente dito. Começou o Europeu e vencemos a Turquia. Fantástico! Especialmente para os onze "maluquinhos" vestidos de vermelho a correrem atrás de uma bola e que não se preocupam se a gasolina (ou o gasóleo) está a 1 € ou a 20€. Não que eu não seja um incondicional adepto da dita selecção das quinas. Sou capaz de sofrer como poucos no decorrer de um jogo de Portugal, especialmente numa fase final de um Europeu ou Mundial. Um golo, seja de um Pepe-mix-corridinho-samba, ou do detentor da mais portuguesa das tatuagens, Raúl Meireles, provoca em mim o mesmo efeito. A manifestação calorosa de um "GOOOOLLLOOO!!! TOMEM LÁ, TURCOS!!!" ecoa pelas redondezas como o ribombar de um trovão. Mas lá que me indigna assistir às centenas de carros a circular nos festejos do primeiro degrau de uma escadaria que pode (será que pode?) conduzir-nos ao Olimpo de Campeões Europeus, lá isso indigna. Parece que a parte final do hino foi adulterada e, ao invés de "contra os canhões marchar, marchar", se assiste, dado o desperdício de combustível em tão profanas (e irresponsáveis?) manifestações, a um renovado "a favor das gasolineiras, circular, circular"... Desta vez, deixei-me estar quieto e sossegado em casa, enquanto desfilava, pelos écrans televisivos, uma manifestação de fervor nacional, extensiva a todo o país (especialmente nas ditas grandes cidades). O pára-arranca a que assisti no "Marquês de Pombal" fez-me pensar, seriamente, no gasóleo que poupei ao ter-me limitado a dispender o combustível da minha voz. E nessa poupança incluo os termos vernáculos que (também) se difundem via cordas vocais sempre que anulam um golo a Portugal, ou quando o Cristiano Ronaldo ou o Nuno Gomes resolvem verficar se a tinta dos postes ou da barra é resistente. Nesse aspecto, também sou "tuga" e, em abono da verdade, até que sinto um orgulho inenarrável em sê-lo... Quarta-feira, haverá mais "filhos da mãe", "caca", "que se lixe" ou "membro fálico". Em versão hardcore, seguramente... Verdade, verdade, sou filho da mãe como os outros. E tenham a oportunidade, um dia, de assistir a um jogo na companhia dos mais altos dignatários deste país. Sairão de lá a dizer: "F......" ou, na sua versão traduzida, "Que se lixe"...

Vamo-nos aos próximos, sem necessidade de um banho checo... Tenho dito...