Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







sábado, 24 de janeiro de 2009

Outra vez as cousas da Linha do Tua






A nostalgia ataca de novo... Recebi, recentemente, um mail a propósito da "malfadada" Linha do Tua e, particularmente, relativo às potenciais causas do último acidente nela ocorrido no Verão passado. Segundo o relatório dele constante, existe, na realidade, incúria e desleixo. Para os interessados, podem consultar o dito relatório e as fotografias que induzem na existência das graves anomalias que deram a sua contribuição para a ocorrência dos mediáticos acidentes em:

http://static.publico.clix.pt/docs/local/tuareportagem.pdf

Para lá desta triste realidade, jamais esquecerei os tempos que me provocaram tamanha paixão pelo Tua. Apesar de irrepetíveis, a minha memória guarda carinhosamente todos os momentos e sensações que a subida até Macedo proporcionava. De forma muito particular (e curiosamente) a meia-hora, ou talvez mais, que durava a viagem entre Mirandela e Macedo. É verdade que era nesse percurso abandonada a montanha-russa do sinuoso percurso com o rio por companhia. Mas é verdade, também, que esse troço representava o aproximar da "terrinha". Atravessar a cidade de Mirandela, passando por S. Sebastião e Carvalhais, assemelhava-se ao transpor da última fronteira, após uma viagem que já durava há mais de 12 horas (!). Entrava-se, de seguida, numa quase terra de ninguém, passando por Vilar de Ledra e Avantos, atravessando uma paisagem que, apesar de povoada por sobreiros, sempre me fez, estranhamente, lembrar uma cerrada floresta tropical. A adrenalina subia um pouco com a entrada na ponte do Romeu. A uma velocidade ainda mais reduzida que a reduzida velocidade a que já circulávamos, o atravessar da ponte metálica estava sempre associado ao ritual de abrir uma porta e, enquanto se nutriam os alvéolos pulmonares com mais umas baforadas de nicotina, olhava-se para o vazio de alguns metros de altura, acompanhados pelo ranger da dita ponte. Passada a estação do Romeu, o pensamento era assaltado pela ideia fixa do "já falta pouco". Em breves instantes, estar-se-ia no concelho de Macedo, com as boas-vindas a serem dadas pelos Cortiços. Grijó vinha logo de seguida e, com esta derradeira paragem, ultimavam-se os pormenores gerados pela ânsia de chegar.
Retirava-se a mochila do local onde repousava de uma viagem extenuante e fazia-se uma nova incursão à porta, local de onde melhor se podia apreciar o aparecimento das primeiras casas macedenses. Estes breves minutos até à estação de Macedo pareciam nunca mais ter fim. Era uma eternidade até à entrada na recta que lhe dava acesso. Mas, como repetidas vezes acontecia, o momento de saltar da carruagem para receber o abraço do "ourinho sobre azul" chegava, invariavelmente. Sabia bem o percurso a pé até chegar a casa, onde eram repostas as conversas e renovadas as declarações de saudades. Depois... Depois, o fim-de-semana passava de tal forma rápido que já estava a fazer o percurso inverso e a detectar sensações opostas, à medida que ia passando por Grijó, Cortiços, Romeu... E já nem saltava do banco quando o comboio atravessava a ponte...

sábado, 17 de janeiro de 2009

Cousas de Estórias Nostálgicas

A "Florestal" serviu de mote ao renascer de um certo espírito nostálgico que, por norma, me acompanha. Venham de lá as potenciais acusações de retrógrado... Mentiria se afirmasse que não sou, variadas vezes, assaltado por recordações da minha história (e das histórias) da "vila". Hoje, ao reler "Macedo de Cavaleiros - Rua a rua" (pela enésima vez...), senti, paulatinamente, um ardor inenarrável a acometer as minhas conexões neuronais. Já são poucas, é sabido, mas ainda permitem o arrepio temporal de uma regressão aos tempos em que o "Jardim" era marcado pelo "(A)cipreste" num dos extremos e pela fera ondulada de Bornes no outro. O primeiro foi assassinado e repousa em paz pelos lados do "S.Francisco". A segunda assistiu ao homicídio da sua magnífica visão por dois "mastodontes" que se ergueram ao fundo do dito "Jardim". Ao descobrir, casualmente, a fotografia que acompanha este texto (da autoria, talvez, de quem se assina PintoBanrezes e honra lhe seja feita), dei por mim numa viagem ficcional, de tão rápida, aos idos anos 70/80 do século passado. "Inda" me lembro... Dos bancos pintados de branco, do cipreste, da ausência das "fontes (secas) luminosas" e de um piso irregular que, ainda assim, permitia os primeiros avanços na arte de patinagem com imensas quedas de permeio... E as noites de Verão com o "quino"? "- Sóóózi'nhu!... Nobe!" ; "-U mais pequeninuuuu! Um!" ; "-Patinhus! Bint'i dois! Dois, dois!...". Mas, recuando um pouco mais, as primeiras recordações que guardo do "Jardim" remetem-me ao tormento que para mim representava acompanhar o meu "velhote", o Dr.Armando e outros parceiros, em amena cavaqueira, com as suas mãos posicionadas num firme apertar por detrás dos costados. Sobe o "Jardim", desce o "Jardim"... Ininterruptamente, ao abrigo de conversas intermináveis e indecifráveis para um catraio que, o mais que desejava nessas noites, era a passagem pelo "estabelecimento" do Sr.Armando Correia onde receberia como bónus um chocolate de tal forma delicioso que ainda hoje salivo ao recordar o invólucro dourado e encarnado que o envolvia...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Mais umas cousitas de início de ano


A "Florestal" faz parte do vocabulário macedense. No meu caso particular, recordo-me, na "idiotice" da minha juventude, de uns passeios pedestres de fim-de-semana até ao isolamento da "Florestal" (quando ainda não se sonhava com Intermarchés). Não ia fazer mais que desentupir (?) os pulmões com umas "cigarradas" (que nessa altura era obrigatório consumir os SG Filtro às escondidas...) e trocar umas ideias de "salvadores do mundo" com os amigos (não salvámos nada, mas ficou a intenção...). Mas o supremo, a cereja no topo do bolo, o "espantagnífico" da "Florestal" (para este Cavaleiro Andante, note-se) reside no segredo que as suas árvores ainda hoje devem guardar: foi sob a sua protecção que dei o primeiro beijo "dos de berdade" com a minha namorada de então. O encanto da "Florestal" conseguiu, inclusive, convencer os editores de um fantástico guia de percusos de fim-de-semana dos anos 90, a incluí-la nos locais de excepção do concelho de Macedo. E todo este discurso para quê? Porque o serviço associado à dita "Florestal" vai ser ser encerrado (ou está em vias disso)... Hábitos que já vêm desde os saudosos tempos da PSP ao fundo do Toural, da CHENOP para os lados da Praça ou do comboio que deixou de apitar para os lados da Estação... Acrescentando a cada vez menos-valia em que se vai transformando o Hospital e outras coisas mais, não me espantará caso, numa próxima incursão à minha "vila", me depare com a saída para o IP2 bloqueada com o aviso "CIDADE ENCERRADA POR FALTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS"... Mas o helicóptero virá em Junho (de que ano?) e a REFER ganhou o processo do "Carril Dourado" (e então?)... E, mesmo assim, eu continuarei a gostar de Macedo (e depois?)... Depois, sei lá...

Cousas de 2009


Na verdade, estas não são de 2009, mas sim de 2005... E também não correspondem a nenhum recanto deste país "tropical"... Pelo menos, é o que parece. Cai um "nevãozito" mais tal e quê e fica tudo bloqueado. Estou plenamente convicto que o TGV e o novo aeroporto de Lisboa resolverão este problema... Esta é (mesmo) no país "tropical"... "Xi, inda bêm qui não's vivemo nos Suiça"...