Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







quinta-feira, 24 de setembro de 2020

As "senaras" e a Praça dos Segadores


Nem tudo são espinhos no âmbito da Cultura. Também há pétalas, e de menosprezos não incitando os espinhos, preferível é valorizar as segundas. E louvores à escolha do nome de um evento, ainda que fora de época, vivas à originalidade, maior louvor à homenagem aos nossos segadores (e aos que do exterior provinham), e maior ainda à lembrança de que o meu concelho, "politiquices" à parte, era conhecido como o "concelho da fouce". 

Honestamente, muito apreciaria "fitchar a matraca", de convulsões não afectaria as sensibilidades dos "toca e foge", e sinal seria de que finadas estavam as adulterções à história da minha cidade e do meu concelho. Mas, "c'um catantcho", tal desiderato não permitem. Porque a excelsa Comissão Científica, aquela à qual queriam submeter-me em clara vertigem de político arremesso, insiste em "cada cagadela, sua troca", em (in)feliz deturpação de um paralelo e semelhante "cada tiro, seu melro". De incondicional apoio a cada manifestação cultural que eleve o meu concelho, a minha cidade, naturalmente aplaudo qualquer despertar de consciências que altere o panorama cultural da minha terra. Mas... 

De inquestionável apreço ao intocável trabalho de Antônio Houaiss, não obstante ter contribuído para um "aborto" ortográfico que deturpou latinos étimos, aí incluída a adulteração do nosso "António", e de não menor qualidade o fantástico trabalho do ISCTE, uma Comissão Científica, de regras tantas de submissão a monografias, teses, artigos e demais dissertações, deveria ter optado por outras citações sobre etimologia. Da presunção a verborreia, a bibliografia a propósito de "sernas", "senaras" e demais heranças pré-latinas do nosso idioma, abundante não sendo, ultrapassa qualquer "Ciberdúvidas", embora, repita-se e sublinhe-se, o link seja um excelente auxiliar na compreensão. Bastaria ter recorrido ao "abominável" volume onde constam umas não menos "abomináveis" tiradas acerca da origem do nome Cernadela. E por lá se perceberia a referenciada hipotética origem a partir de um dueto de étimos celtas, e a respectiva bibliografia que sustenta tais "aberrações"...    

Mas, por aqui não iria o gato às filhós. Mas já vai quando se lê que os sazonais trabalhadores nas ceifas se "juntavam na Praça dos Segadores". E aí até a porca torce o rabo... Porque dizem os peritos em História Contemporânea da minha cidade que, de facto, se juntavam na Praça Agostinho Valente ou, alternativamente, no antigo Largo dos Paços do Concelho, onde hoje se situa o Largo Manuel Pinto de Azevedo. "Bá", sabemos que é tudo perto, mas, repetindo anterior tirada, a César o que é de César. Em justa homenagem aos que vinham munidos de "seitouras" e "dedeiras" em busca de jeiras, não apenas num "dos maiores centros de produção de cereais do País", mas naquele que apenas era suplantado em ceralífera produção pelo alentejano concelho de Beja. Coisa de somenos importância, dirá a Comissão Científica da Cultura... 

E em louvores permanecendo, cá não estou apenas para "massacrar" a Chancelaria. De "bez'im quando", não desvalorizando a habitual e recorrente falta de rigor, valorizar se devem as iniciativas que tragam algum oxigénio à cidade. E venham de lá mais "Senaras" e outras orçamentais dotações para a Cultura. 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

O Santo Ofício da Chancelaria da "Coltura" e a perseguição aos "judeus" ATQ, Studia e APOLA

E porquê à baila trazer a morta e retorcida Santa Inquisição? Apenas porque, de tempos outros, 480 anos se cumprem sobre o seu primeiro auto-de-fé realizado em Portugal. Uma atrocidade que a Chancelaria  da "Coltura" tenta agora reavivar. Nessa fogueira das vaidades, onde afincadamente procura queimar tudo o que se lhe oponha, aí incluídos os seus pares, os seus subordinados e tudo o que se mova contra a sua douta vontade, ignorantes há, nos quais orgulhosamente me incluo, que receio não têm do "strafogueiro" e das "gabelas de guiços". E, da ignorância o atroz conhecimento, desconheço a existência, de vigésimo primeiro o século, de Comissários ou Familiares do Santo Ofício, ainda que pretendentes pareça haver. Poderia até medo ter, de genéticos estudos, por aqui perdido anda um "dezcontchabado" gene judeu que poderia conduzir-me à purificação pelo fogo. E de entusiasmo de não licenciado em História, já ia "botar-me" a fazer uma pequena dissertação sobre haplogrupos, genótipos e fenótipos, e demais barbaridades, mas "albidei-me" que, assumidas posturas da Chanceler, só o poderei fazer perante licenciados na área das Ciências. Humildemente me penitencio pela ousadia...

As atrocidades da Chancelaria da "Coltura" sucedem-se... Mantendo reféns os seus parceiros, de proferidas ameaças de demissão seguindo o exemplo do mentor. E até o interior do aparelho anda em bolandas à custa disso... E tenho pena, porque há pessoas com um incomensurável valor que agrilhoadas permanecem... 

Mas, expliquemo-nos, para os mais incautos leitores. 

Tudo começa pelas intestinas guerras que fecham museus. Mas os museus, da esquerda o slogan, "são do povo"! E foram pagos pelo erário público, "dinheiro do povo". Não são pertença de uma qualquer elite escudada por detrás de castas, na imensa sabedoria que apenas é apanágio de uma limitada e ultrapassada "esquerdalha salazarista". Sei bem da azia provocada pela Associação Terras Quentes. Uma entidade constituída por nomes incontornáveis da Arqueologia, da História, da História de Arte e que, espantem-se os deuses, até tem ou teve veterinários, filósofos, antropólogos, gestores e bioquímicos na imensa lista de contribuidores para o desenterrar da incomparável História Macedense. Porém, a Chancelaria, ao abrigo de guerras estritamente pessoais, quer ocultar esse legado valioso, oferecendo de bandeja o resultado desse trabalho aos amigalhaços das castas. Por alguns é sabido que, pessoalmente, até teria legitimidade para "desancar" nalgumas posturas da ATQ, mas de parcialidades não vivo, e de reconhecer não deixo o magnífico trabalho que fizeram em prol da História do MEU concelho. Na imensidão do que este não licenciado em História sabe sobre o território, há uma dívida de gratidão enorme aos Carlos Mendes, aos Senna Martinez, às Elsa Luís, aos Hélder Ventura, aos Sanches Baena, aos Manuel Cardoso e a tantos outros que têm o seu nome gravado a letras de ouro nos anais da história macedense. Coisa a que o nome da Chanceler não ficará, certamente, associado... 

Depois, vem o resultado da dita imensidão. Sei que o conhecimento provindo das "não castas" incomoda a Chancelaria. Desde o primeiro volume da colecção "Studia Masaedensis", relativo à freguesia de Lamas, que a Santa Inquisição da "Coltura" procurou bloquear o projecto. Uma pausa façamos para os desconhecedores da "cousa". Afinal, o que é a Studia Masaedensis?  

Um dia, depois de mais uma palestra que incidiu sobre História Macedense, por parte deste não licenciado em História, a convite de uma "mera" Faculdade de Letras, um excelso Historiador que  qualquer Comissão Científica invejaria, lançou o repto. «Caro Rui, não acha que é hora de presentear os seus conterrâneos com esse acumular de conhecimento?». Na humildade de um não licenciado em História, retorqui: «Talvez um dia, mas não posso esquecer-me dos pruridos que isso poderá gerar por não ser essa a minha área de formação». Na sua imensa sabedoria, insistiu: «Já dei muitas aulas, já proferi muitas palestras, e confesso-lhe que é raro ver alguém que tenha um conhecimento tão abrangente, tão sedimentado e tão seguro sobre a História Local. Não queira um dia levar esse conhecimento consigo. Será um desperdício e, até, uma falta de respeito pelos seus conterrâneos». Senti-me, obviamente, lisonjeado e... nasceu a Studia Masaedensis. Um filho nascido de 25 anos de uma paixão por uma terra e um concelho que, diziam, não tinha história. Contudo, ao longo desses 25 anos fui descobrindo que, não apenas tinha história, como a que continha nada ficaria a dever a um autêntico Manual de História de Portugal. E depois veio o primeiro desafio: escrever a História de Lamas. E porque não escrever a história das restantes freguesias?...     

Mas, não há bela sem senão... Um projecto deste quilate não poderia ser levado a cabo sem o apoio institucional das Juntas de Freguesia e da Câmara Municipal. De amor incondicional pela sua terra, o senhor Presidente da Junta de Freguesia de Lamas informou que, de acordo com os seus pares, a Junta daria o apoio possível. E para colaterais efeitos políticos evitar, recurso fez à Câmara Municipal para apadrinhar a causa. Lembra-se, Senhora Chanceler? Recorda-se da forma como negou apoio à magnífica história de Lamas? Lembra-se da excelsa resposta negativa que foi dada ao seu Presidente de Junta? Lembra-se, Senhora Chanceler? Claramente, foi desde logo percebida a motivação por detrás da negação... Porém, como dos fracos não reza a história, e relembrando as sábias palavras de quem sabe de História como poucos, decidi prosseguir com a empreitada. E a Lamas, seguiram-se Lamalonga, Macedo, Sesulfe, Cortiços, Chacim, Peredo, Bornes e Burga, Grijó, Vale Benfeito, Podence e Santa Combinha, Vale da Porca (e Banreses), Castelãos e Vilar do Monte. Sempre sem o apoio da Câmara Municipal, facto que muito me entristece, por não ver o brasão do MEU município associado aos logotipos das Juntas de Freguesia e de todas as entidades que apoiam logisticamente a edição. 

Da persistência a genética, e após algumas recomendações de dignos Macedenses, no início do ano foi contactado o Senhor Vereador, amigo de longa data, no sentido de perceber a sensibilidade da Câmara Municipal para acolher um tão arrojado projecto. Da forma mais louvável, transmitido foi o apoio pessoal ao projecto, tendo sido acrescentado, de forma politicamente responsável, que a decisão acerca de um eventual apoio teria de passar pela senhora Vereadora responsável pelo Pelouro da Cultura. E o contacto, da forma mais respeitosa possível, passou a ser com a pessoa indicada. No entanto...

Senhora Chanceler, lembra-se que, mesmo com a intervenção meritória do seu parceiro de Executivo, o qual dignamente percebeu a importância de um projecto deste calibre, esteve mais de um mês sem responder ao e-mail que lhe enviei? Lembra-se de se ter desculpado através da demissão do anterior Vice-Presidente, culpando-o por lhe ter deixado imenso trabalho em mãos? Lembra-se de não me ter devolvido uma chamada, que prometeu, apresentando a mais esfarrapada de todas as desculpas com que já fui presenteado por um autarca, escrevendo que tinha perdido o meu contacto? Sabe quantas pessoas o têm em Macedo? Caso não se lembre, partilho, textualmente, o e-mail que me enviou:

"Antes de mais, reitero o meu pedido de desculpas pela demora da resposta e aproveito o ensejo para me desculpar, também, pelo facto de lhe responder por esta via, ao contrário do combinado, mas não gravei o seu número e, por isso, não lhe posso telefonar.
No que tange à sua solicitação, lamento informar que, por questões de orçamento, não nos podemos comprometer com um apoio pecuniário à edição da obra." 

E por aqui ficou a tentativa de obter algum apoio do MEU município, salientando que nunca mencionei apoios pecuniários, mas sim aquilo que é feito pelas Juntas de Freguesia, as quais adquirem um número acordado de livros a um valor meramente simbólico para os orçamentos públicos. Todavia, como o povo inteligente é, começou o interrogatório acerca da omissão do brasão do município nas contracapas dos livros editados. E, ousadia das mentes, acusado fui de, maquinalmente, estar a bloquear a instituição por motivações politicas. Ora essa! Reitero que o maior prazer que poderia ter era ver o MEU município como uma das entidades constantes nos apoios institucionais! Reiterando, em simultâneo, a gratidão que sinto perante as entidades que, de forma inabalável, têm apoiado as edições, e não negando que o MEU município, não obstante ser convidado para todas as apresentações, se tem recusado a conceder qualquer apoio para as ditas.   

Gratidão que é extensível ao Senhor Presidente da Câmara Municipal, o qual, tendo percebido a importância do projecto, ja marcou presença em três das apresentações públicas, tendo, após uma delas, amavelmente solicitado uma reunião para debater um eventual apoio. Reunião essa à qual, responsavelmente, acedi em marcar presença. No entanto, por outros compromissos, informado fui que a mesma decorreria sem a sua presença, tendo sido delegada a condução da dita reunião na Senhora Vice-Presidente e no Senhor Vereador. Novamente acedi, acrescentando que esperaria que os mesmos estivessem devidamente mandatdos para tal. 

No entanto... Lembra-se de me dizer, nessa mesma reunião que, amavelmente o repito, o Senhor Presidente solicitou, que o mesmo apenas a tinha avisado no próprio dia para a dita reunião, colocando com isso em causa o próprio líder da Autarquia? Lembra-se de me dizer que seria capaz de ponderar um apoio à edição acerca da História das nossas, que não suas, freguesias, apenas e só se a mesma fosse submetida a uma Comissão Científica? Constituída por quem? Pelos que escrevem o Boletim Municipal, onde a História e o Património surgem permanentemente adulterados? Pelos que aprovaram a aquisição, para a Biblioteca Municipal, de 4 meros exemplares de duas das freguesias já editadas? Tem a certeza de que não os quer retirar do catálogo? Não vão os mesmos conspurcar com desconhecimento as mentes dos utilizadores que corram o risco de ler as barbaridades por lá escritas... Já agora, porque não submete à sua douta Comissão Científica os 13 volumes já editados? Instância última, não voltarão a cometer as atrocidades que vêm escritas no Boletim Municipal ou noutras publicações. Provavelmente, não voltarão a adulterar a História da Real Fábrica de Sedas, não insistirão em colocar a Necrópole do Sobreirinho em Edroso, não recorrerão mais à Wikipédia para uns "copy-paste" sobre Bornes, numa quase interminável lista que contraria o respeito pelos habitantes e descendentes do concelho. 

Chamemos os bois pelos nomes... O apoio só não existe porque o autor não faz parte do círculo "esquerdalho-salazarista" que a suporta. Aquele mesmo que afirmou que "para aquele gajo, nem um euro da Câmara". Mas não se preocupe. Daqui por uns anos ninguém se lembrará de si, nem dos mentores da Chancelaria. De mim também não, com toda a probabilidade. Mas as centenas de livros que já foram colocados em circulação permanecerão, e toda a gente, tal como agora, se questionará porque não surge por lá, por culpa de um narcísico paradoxo, o brasão do Município... E por lá subsistirão os nomes das Juntas de Freguesia e outras entidades que não acolitaram a tacanhez... 

Por mencionar outras entidades... Uma das que apoiou a edição do livro sobre a freguesia de Lamalonga, diz-me o mindinho dedo, recebeu "ordem de expulsão" das suas instalações? Eu sei que o Rio Tejo por lá não corre, passa-lhe ao lado o magnífico Tuela. Não bastava já à Chancelaria ter assassinado um dos eventos de referência no Noroeste concelhio, a Feira Romana? Agora a APOLA, Associação por Lamalonga, também entrou nos cadernos de perseguidos pela Santa Inquisição?... Perante isto, os meus mais recônditos fantasmas do medo inquisitorial fazem-me temer pela segurança das Juntas de Freguesia e das restantes entidades que apoio deram aos restantes volumes. Haverá mais algum decreto de expulsão?... Ou resumir-se-á a habitual prática do ostracismo?...    

Ah! E existencial dúvida... Para lá da "Coltura", também a Educação faz parte da Chancelaria, certo? Em relação à qual me disse, em plena reunião onde tentou humilhar-me, que era a sua prioridade. Mas então, atentando na última reunião pública de Câmara, foi de férias quando começou o novo ano lectivo?... Se trata assim as prioridades, entendo porque é a Cultura assim tratada...    

E, de instituídos medos, vão os conterrâneos apelando à intrepidez, mesmo que, confessor não sendo, confidenciados são os receios das represálias, «só não ponho um "Gosto" porque ainda sofro as consequências, sabes como é». Mas "atão", regressámos ao Reino do Medo? Oh Torga, ressuscita lá o Reino Maravilhoso! E, deferências tantas, explica lá, "se faxabor", o conceito a uns iluminados de moçárabe influência que tanto o deturpam. 

    

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

A Sacra Arte da "Coltura"


Exma. Senhora Chanceler da Coltura de Macedo de Cavaleiros, 

Provavelmente a sua Comissão Científica nunca lhe terá falado em Emília Viotti da Costa. Fique descansada, de legados tantos, na sacra arte influente não foi, nem de vandalismos culturais profanará a culta vontade recheada a colectivas mostras num Museu que parido foi para enaltecer as virtudes do meu concelho. Meu, como de tantos, que seu não é, nem na aparência de adoptiva terra que respeitar não sabe. Desculpe a arrogância de um humilde servo que vergar o costado não faz, que a Duquesa de Abrantes, napoleónicos tempos de Junot, nestas terras xísticas influência não teve. 

Mas regressemos à Emília, Professora Doutora Emília, se favor faz, na eloquência de célebre tirada na qual afirmava que "Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado". Pública e encarecidamente lhe peço: "Não foda a história e a cultura do meu concelho e do meu povo". Porque, tentar foder-me a mim, numa reunião amavelmente solicitada pelo Senhor Presidente, ainda vá que não vá. Tentar aplicar a já tão propalada arrogância narcísica, dos seus pares a confidência, com um humilde servo Macedense, na trajectória errada ao servo, de eloquente repetição, ainda vá que não vá. Mas, como diria Shakesperare um "foda-se"? Talvez um "Fuck you, Macbeth"? Ou em variante exclusiva, "Go and fuck yourself, Hamlet"?... "Peis, ma num tibu nium tio tchamado Cláudio"...

Porque não cumpre as suas exímias e intocáveis ameaças alicerçadas no seu correlegionário e mentor, deixando órfãos aqueles que, das pedras paridos, ainda me deixam o benefício da dúvida em relação ao bem que querem à sua terra (deles que não sua, de confusões pronominais não vá o diabo tecê-las... Diabo? Ups...).

Instância última, de respeito público assumido, ainda aceito que contratem candidatos estrelados, de eficiência inquestionável na preservação do público património. Menos quando vejo o «rex inutilis» como povoador... Ou outros desvios redundantes dirigidos a "ignóbeis" da História como eu. Coisa típica, o meu ex-colega Tchico também tinha esses desvarios, resquícios do antagonismo, por isso gostava da coerência do meu Amigo irmão do dos submarinos, e da Marisa, grande Mulher essa, de ostracismos não obliterava os abraços, na presença das divergências os ditos. Mas isso é respeito, "respect", em britânicas licenciaturas... 

E já me desviei do Museu de Arte Sacra.... "Rais'parta"... Conheceu o Eng. Luís Vaz? O visionário da Casa Falcão? Esse mesmo, MEU Presidente, como o Comendador, o Beraldino, o Duarte, o Benjamim. Conheceu o Manuel Cardoso e o Carlos Mendes? Oh, insanidade minha, como não haveria de conhecer? Então não está em pleno processo de revisão de inteligências? Sei, Senhora Doutora de Inglês (como se diz "Macedo não presta, no douto idioma britânico"? Ai os "pupils" que dão com a língua nos dentes...), que preparada está para adulterar a realidade histórica e cultural da MINHA terra (acaso já me viu a tentar deturpar a história ribatejana?). Sei que, na reunião que tivemos a pedido do Senhor Presidente, inverteu todo o processo que o irá prejudicar... Mas, afinal, não está já fora da próxima lista candidata à MINHA Câmara Municipal? Porque não investe o seu douto conhecimento na SUA terra e leva as doutas exposições colectivas para a Beira-Tejo? 

O Museu de Arte Sacra de Macedo de Cavaleiros (essa mesma terra, "abominável terra", em relação à qual afirmou, perante alunos, que a melhor coisa que tinha era a placa de saída) nasceu para exaltar a riquíssima arte sacra do concelho. Nasceu para proporcionar às suas gentes um conhecimento sobre a insofismável riqueza do seu património religioso. Não questionando o gosto (ou a falta dele), peço-lhe o favor de não adulterar os valores da MINHA terra, do MEU concelho. E, não querendo ser abusivo, porque não segue o seu próprio conselho, seguindo pela placa de saída? Da forma como a sua Comissão Científica confunde Comunhas com Edroso, a ribeira de Chacim com o rio Azibo, deixo-lhe a alternativa de seguir pela indicação que menciona a A4 ou, em alternativa, também poderá seguir pelo IP2. Desde que vá adulterar a "Coltura" para regiões mais meridionais, onde o seu braço "esquerdalho-salazarista" terá, estou seguro, um melhor acolhimento, indiferente me é o percurso. 

Um último pedido: deixe os homens trabalhar (nada de instintos machistas, surge a advertência apenas porque os seus parceiros de "coligação" são de masculino sexo... E, responsavelmente, abre a porta à Sónia, prova provada de que o comentário nada tinha de componente reprovável). Pode ser que as birras narcísicas terminem e a "coltura" passe a ser vista com Cultura.

Com os melhores cumprimentos MACEDENSES, na expectativa de que "inda" deixe o Benjamim e o Rui (e a Sónia) fazerem "algua cousita pur a nha terra parideira, q'ela bem no merece". E "ó depeis, o pobo lá botará as cruzes nuas liztas adonde o sou nome já stará albidado"...  

Yours sincerely

The abominable man from behind the hills

    

  

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Os melros da Comissão Científica do "P'louro da Coltura"


De confissões o prólogo, "arrepia-se-m'aspinha" sempre que olho para uma publicação e "bêjo a nha terra" enaltecida. De frustrações tamanhas, cansado estou dos mediáticos da social comunicação a perguntarem-me se "Macedo se afudou no Azibo"... Fico "um cibo spritado" com as interrogações, apenas porque "le boto miúda proa na terra parideira"...  

Mas de irreprimíveis arrepios se me preenche a alma, se alma tenho, na crença do infinito se alimenta, "q'ó corpo, mou filho, já deve estar racontra...cosido co butelo, co'as casulas, co'as tchouriças" e demais acepipes de uma terra única. E "que mim gozto d'um cibinho de centêo, untado c'um tantinho d'azeite, e uas alcaparras temp'radinhas, c'um dasquéis caldos de balulas mastragadas co'a hórtaliça... e ua seladinha de beldroegas ou d'azedas"... Do pecado mortal se alimentam também as entranhas... "Abonda daí o farragatcho pra tchigar as brasas ó pote"...

"E ós melros"... Não os da ornitologia, mas os do ditado, no cada tiro seu... Também poderíamos chamar os pardais, mas acabou-se o milho, e o primeiro já não podemos chamar à liça... Mas chega de "trocadalhos", do "carilho" os dizem, nas quase insondáveis atoardas da promoção "coltoral". Sejamos objectivos, na objetividade insofismável de um pseudo-careto, paixões tantas pela genuinidade, que a virgindade da essência foi perdida em tempo único, no inesquecível uso de fato colorido e máscara diabólica emprestados, juventude ida de pulos e algazarras tantas, "no mêo dos mous de Podence". 

E bem ali ao lado, segundo veiculado pela Vaga Mundos, "aproveite para conhecer a Fraga da Pegada, um geossítio com gravuras e incrustações que datam da Idade do Ferro e da Idade Média"... Elevações ao blogue de viagens, de peixe vendido como vendido lhe foi, poupanças à aleivosia da Comissão Científica queria, mas a gestão da Chanceler da "Coltura" permissão não me dá... "Atão a Cumissão num besit'ós sítios nim oube os que déis sabim?". E "bota lá maiz'uas mangações ó pobo"! Antes de tentarem (sim, tentarem) promover o território não fazem os TPC? Ou deturpam a abreviatura estudantil, metamorfoseando-a num "ide TPC, Todos Pró C..., que sois uma cambada de ignorantes perante a nossa excelsa Comissão Científica"! Ilustríssima Senhora Chanceler da "Coltura", os seus apaniguados não lhe transmitiram a datação cronológica das gravações da Fraga da Pegada? Há um tempo antes da dita Idade do Ferro... Instância última, caso não creia no constante no "Podence & Santa Combinha - Universo de Caretos, Terras de Abades", à bibliografia disponível recorrer poderá, de licenciados em Arqueologia está repleta... 

Quase ao lado, mortífera peste ao legado, "A Praia da Ribeira, vencedora das 7 Maravilhas Praias de Portugal, tem relvado, parque infantil e campos de jogos onde até há lugar para campeonatos de voleibol de praia". Há? Existencial dúvida da ignorância...

A página virando, de saltos quilométricos a jornada, Chacim como próxima paragem... "Não deixe também de visitar a Igreja Matriz (Igreja de São Sebastião e Santa Eufémia), a Capela do Desterro, o Pelourinho e de atravessar o riacho pelas pontes medievais do Bairrinho e da Paradinha."... "Bô, ora c'uma deztas"!!! Voltaram à Wikipédia? A sua Comissão Científica não sabe que a igreja é dedicada à mártir Santa Comba? E, descendo um "cibinho", de facto atravessa-se o riacho pela ponte do Bairrinho. E, num saltinho de "quilometrozecos", nada de transcendente para quem conhece o território via Google Maps, a ponte da Paradinha atravessa o "riacho" do Azibo."Bá, é só um tantinho dezbiado e fica na mesma freguesia"...

Depois atravessamos a serra e há um percurso que "tem início e fim na aldeia de Vilar do Monte, passa pelo Convento Jesuíta"... Confirma-se, de facto, que os Jesuítas por estas bandas andaram. Bastaria terem lido os volumes correspondentes a Castelãos & Vilar do Monte, Cortiços e Grijó, de recurso à Comissão Científica teria poupado as gastas teclas do meu computador de não licenciado em História... "Bá, prontos"... Tivemos conventos, "sim, s'nhora", em Sesulfe e Fornos de Ledra. E em Chacim, onde se mantém no activo. "Ó depeis, que mai fai, maiz'um menoz'um"? Se a seguir a uma quinta, pode vir uma Sexta, porque não pode a excelsa Comissão, detentora de não menos excelsa sabedoria sobre o território, "botar" mais um convento? Para exaltar o meu reduzido "knowledge", até podem inventar a Companhia de Jesus feminina...

E "prontos", a seguir regressamos à sede de concelho. Onde nos é sugerido: "Visite a Igreja Matriz de São Pedro (a antiga)"... Da próxima vez que me deslocar à terra parideira, seguindo as irrefutáveis sugestões da "Coltura", qual  Indiana Jones de modernos tempos, percorrerei as artérias da "nha bila", armado em Salteador da Nova Igreja Matriz de São Pedro Perdida... 

E gratidão à VagaMundos pela promoção à minha terra parideira. Caso eu fosse a Abrantes, também venderia o peixe do Tejo como mo vendessem...

sábado, 12 de setembro de 2020

As descoordenadas geográficas da "Coltura"

 


Oh estarrecimento da alma!... Então queriam submeter-me a esta Comissão Científica? 

Enquanto, agradavelmente, folheava o último MACEDO NÃO PARA, chegada que estava a página 12, os sentidos visuais, em momentâneo arrepio, confrontados que foram com uma deslocada fotografia no artigo sobre a União das Freguesias de Espadanedo, Edroso, Murçós e Soutelo Mourisco. Ao choque inicial, sobrepôs-se a ideia de que deveria ser um equívoco gráfico, daqueles que acontecem a quem faz. Mas não, santa inocência! Então, se Bornes e Chacim já tinham sido historicamente mal tratados nas páginas anteriores, porque não haveria de manter-se a coerência? "Bamos lá atão indrominar os póbos da serra!"...

Procuro diminuir a minha ignorância percorrendo o texto, nesta insaciável vontade de conhecer cada vez melhor o meu concelho. Já o filósofo Platão dizia, "tudo o que sei devo-o à minha ignorância". E detenho-me logo na expressão"a aldeia mais pequena de Portugal", numa referência a Soutelo Mourisco. Os meus parcos conhecimentos dizem-me que, nem à data referenciada de 2013, tal se aplicava. Quer dizer, expliquemo-nos: com efeito, era a freguesia mais pequena de Portugal em termos populacionais. Todavia, não vá a minha ignorância trair-me, talvez os conceitos tenham mudado entretanto e, futuramente, veja o nome administrativo alterado para União das Aldeias de Espadanedo, Edroso, Murçós e Soutelo Mourisco. Mas. nesse caso, o que faríamos com Valongo, Bousende, Vilar Douro e Cabanas?... Mas adiante, que não é o equívoco erro de palmatória...

Prossegue a dissertação, dando destaque, a "bold", à Igreja Matriz em estilo barroco na aldeia de Edroso. Acreditando nos licenciados em História de Arte, o tal de barroco apenas pode encontrar-se no interior do templo. Porque o exterior, minha cara Comissão Científica do "P'louro da Coltura", é quinhentista, aí incluído um conjunto de pedras incrustadas na parede lateral da igreja que nos remetem para tempos medievais. Mas entendo... Talvez a dita Comissão Científica se tenha equivocado (de novo), nunca tenha visitado Edroso, nem tenha percorrido a bibliografia disponível... Ou percorreu, e confundiu o barroco de Murçós ou Bousende, ou o tardo-barroco de Soutelo Mourisco, e "bota lá disto, q'ó que serbe pra uas debe serbir prás outras"! Coitado do incauto viajante que, interessado em património, e procurando a enorme rota do barroco no concelho, siga as instruções emanadas pela "Coltura". No mínimo, ficará atónito na presença da fachada "barroca" da igreja de Edroso... E porque omitiram as restantes e magnificas igrejas da União das Freguesias? Ah! E conhecem um dos exemplares mais belos de arquitectura religiosa em capelas, situado no local onde existiu uma outra aldeia, quase à entrada de Edroso? E não vou "botar-me" a falar de sítios arqueológicos no território... "Num se me fitchab'á matraca"...

Mas a cereja no topo do bolo estava reservada para o texto referente à tal foto que ladeia, na página dedicada à União das Freguesias, a da frontaria da igreja de Edroso. Porque a tal foto refere-se à Necrópole do Sobreirinho, a qual, segundo os mínimos conhecimentos geográficos e arqueológicos que possuo, se situa em Comunhas, na vizinha freguesia de Ferreira. Acrescenta o dito texto: "Nesta aldeia (Edroso) pode visitar a Necrópole do Sobreirinho"... Eu sei que se situa a meio caminho entre Comunhas e Edroso, mas... Regresso ao incauto viajante em busca do magnífico património concelhio, seguindo as instruções do boletim, perdido pelo meio de Edroso a perguntar pela dita necrópole... Terá havido um deslocamento do sítio arqueológico ou houve alguma reorganização administrativa que desconheço? Porque, na minha modesta opinião, isto é uma falta de respeito em relação a Edroso e a Comunhas, na vizinha freguesia de Ferreira... A César o que é de César...

Por mencionar respeito (ou a falta dele)... Então, depois do processo que se resume à selvática tentativa de "assassinar" a Associação Terras Quentes, fechando museus da sua responsabilidade, retirando-os das suas instalações, cortando-lhes os apoios e ostracizando-os ao abrigo de uma perseguição que faz recuar aos tempos do Santo Ofício, têm o desplante de a mencionar no "boletim oficial"? De facto, que tiro no pé esta minimalista homenagem a quem desenterrou o passado do concelho... De facto, muito do que sei (sabemos) sobre a história do nosso concelho deve-se a essa associação à qual a "Coltura" pretende injectar algo mais virulento do que o tão propalado COVID. De facto, só conseguem "botar faladura" acerca da Necrópole do Sobreirinho ou do Povoado do Bovinho porque alguém foi destemido e teve a coragem de os estudar. Mas como agora há uma Comissão Científica que o melhor que consegue é adulterar a nossa história e o nosso património, que se dane todo e aquele que queira trazer alguma luz às nossas populações...

A finalizar... Pergunta inocente, na inocência de quem conhece as 66 aldeias do nosso concelho: então Espadanedo não tem património que mereça ser realçado no boletim oficial? Excelentíssima Chancelaria da "Coltura", conhecem a igreja de São Miguel? E o seu espaço envolvente?... E o magnífico percurso que vai de Soutelo Mourisco a Vilar Douro e depois até Cabanas? E já alguma vez se atreveram a fazer um desvio a Valongo (não o do litoral, o nosso mesmo)?... Já percorreram as entranhas da serra, num entardecer onde se vê a epiderme da terra enrugada pelo últimos raios de sol? 

Talvez a Comissão Científica que arrastou Comunhas para fora do seu território o desaconselhe. Dessa forma, continuará o "P'louro da Coltura" na sua cruzada contra aqueles que, de facto, valorizam e sabem valorizar a história e o património de um território ímpar. Do "pouquetchinho" que sei sobre história contemporânea, não era a "outra senhora" que insistia em manter as populações ignorantes, sob ameaças e manipulaçoes constantes? O "lápis azul" parece ter adquirido outras cores, mais estreladas, mais avermelhadas, numa vã tentativa de castrar o espírito crítico daqueles que não acreditam em neo-Tarrafais ou neo-Peniches...   


Mais atoardas do excelso Pelouro da "Coltura"


"Rais'parta"! Poderiam ter optado por qualquer freguesia "pra botar" no MACEDO NÃO PARA (para quê?...).. "Ma não, queis são guitchos!"... Foram logo optar por Bornes, Chacim, Lamas e a União das Freguesias de Espadanedo, Edroso, Murçós e Soutelo Mourisco! De científicas comissões, "toma lá que já as bais a mamar", que quem domina o concelho "semos" nós, e "mandemos" na história do dito, que nós é que sabemos da poda... E já veremos como te "bais amanhar"... Pois... As três primeiras já fazem parte do cardápio que o "P'louro da Coltura" quer, à força de muitas forças, rumores das neblinas da serra, enviar para a fogueira das vaidades, qual Inquisição dos tempos modernos. Quanto à incomparável união da serra, louvores aos seus responsáveis, no forno já está, na grandiosidade dos séculos que lhe pinta as entranhas. Se sobre o "Bornes wikipédico da Coltura" parecemos já estar conversados, na sagacidade da sabedoria popular, cada cavadela, sua minhoca, de deturpações minhas, na "Coltura", a cada cagadela sua troca. Ou, na pretensa arrogância do avaliado, quando a "Coltura" estiver a descascar as maçarocas do milho, já este ignóbil fez pipocas...  

Ora, regressemos ao repetidamente magnífico MACEDO NÃO PARA... E a Chacim... «A história do concelho de Macedo de Cavaleiros cruza-se a (este "a" está mesmo lá) com a história de Chacim...». Até aqui, nada a opor. É "berdade, berdadinha"... E prossegue a dissertação com «...uma pequena freguesia que hoje tem cerca de 265 habitantes, mas que até 1853 foi a sede do município»... "Oh c'um caralhitchas! Mas atão algua freguesia do mou concelho pode ser tchamada de piquena? Bô???!!!". Porém, que "num troç'á porc'ó rabo por ua cousa assim"... Mas, e "atão Cortiços"? Era sede do quê? Em regressão temporal até ao tal ano de 1853, o concelho de Macedo de Cavaleiros foi parido inicialmente com 32 freguesias (digo eu, que não faço parte da Comissão Científica da "Coltura"): uma desanexada do concelho de Bragança, outra do de Izeda, duas do de Torre de D. Chama, onze do extinto concelho de Chacim e... dezassete do extinto concelho de Cortiços. DEZASSETE!!! Mas perdoe-se o lapso, porque dizem os documentos oficiais que, formalmente, o neófito concelho foi formado à custa de Chacim, mesmo que os conterrâneos de Cortiços possam ficar "imbutchinados" pela secundarização política, coisa que não merecem, de facto. Afinal, foram os maiores contribuidores para a nova divisão administrativa...

E prossegue a douta dissertação sobre a nobre Chacim, fazendo referência ao Real Filatório. Reconheço que o nome é pomposo... R E A L  F I L A T Ó R I O... No entanto, em documento oficial algum, tempos outros de régias vontades, o dito vem referenciado como tal. Na tacanhez do emanado pelo "mais vale parecê-lo que sê-lo", nós tínhamos uma REAL FÁBRICA DE SEDAS, não um tal de Real Filatório! O tal de filatório era a máquina de fiação... Em relação ao qual se refere o boletim oficial: «O trabalho de investigação realizado por vários investigadores do nosso país não parece ter revelado, até ao momento, a existência desta dobadoura mecância sendo o trabalho realizado manualmente pelas mulheres». "Jesus Cristo, balha-me Deus No'Senhor"!... Os investigadores a que se referem fazem parte da vossa Comissão Científica? Que desapontamento... Começo a desejar ter-me submetido à dita Comissão Científica proposta pela senhora Chanceler da "Coltura"... Desconheço se em terras nas quais o desprezível Junot foi nomeado Duque por Napoleão terá havido seda. Mas houve uma escritora, esposa do dito, ao que parece, sob o pseudónimo de Duquesa de Abrantes. Não deve a douta ter reparado que o dito filatório foi construído em Lisboa e transportado, sob escolta militar, até Chacim, lá para o longínquo mês de Julho de 1787... Pois... Era de madeira, e perecível é a dita... Ah! E depois da venda em hasta pública, o dito filatório, se ainda se mantivesse nas instalações, deve ter sido consumido pelo fogo que assolou o complexo transformado, entretanto, em estábulo... 

Um tal de complexo em relação ao qual, diz o boletim oficial: «A fábrica laborou até 1807, aquando das primeiras invasões francesas»... Dizem os ignorantes não constituintes da dita Comissão Científica que a Real Fábrica de Sedas ainda laborava em 1820. E que só encerrou definitvamente em 1834. Coisa de somenos importância. Afinal acertaram no século em que fechou a laboração... Desconheço é se acertaram quando dizem que «A investigação levou à classificação do edifício por parte do IPPAR». "Bô? Adonde é q'stá o Decreto?»... 

"E ó depeis"... A história de Chacim é de tal forma grandiosa que o primeiro volume, "Chacim - Espaço de Lendas, Terra do Mordomo-mor do Rei", só nos faz viajar até ao séc. XVI. Embora assim seja, aconselharia vivamente a "Coltura" a passar-lhe uma vista de olhos... Talvez no próximo MACEDO NÃO PARA pedissem desculpa aos chacinenses pelos ultrajes... E pela omissão do tanto que Chacim possui... D. Nuno Martins de Chacim, o tal que, conjuntamente com o primo Mendo Gonçalves, deu o epíteto "dos Cavaleiros" a Macedo (o "de Cavaleiros" é adulteração do séc. XIX), deverá estar a desembainhar a espada neste momento...  

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

O conhecimento wikipédico do Pelouro da "Coltura"


Ou deixa ver se consigo traduzir isto para «de wikipedique quenouledege ofe de area ofe "colture"» (ofe mai taune, ofe corse). Macarrónicas elipses de superfícies não cónicas, numa vertente plana de eixos... Ops... Já estou a divagar por áreas que assumi não serem as minhas e, disparate por disparate, o melhor é ficar pela disparatada corrupção iletrada de um idioma universal. Dúvidas tantas, de corrupios a vontade, que melhor é não adensar muito a escrita, de acusações derivadas, não vão ressuscitar o meu serralheiro favorito, de nobel condecoração, e acusá-lo de não ser licenciado na materna língua camoniana. Descansa, José, que a jangada de pedra aportou ao território de Guerra Junqueiro, Trindade Coelho e, mais recentemente, Rentes de Carvalho. E sofreu um inusitado desvio, deixando o inevitável Torga do outro lado, fixando-se em terras de Sancirilo, queria dizer, A. M. Pires Cabral. A propósito, todos deveriam ler Sancirilo. Qual 1984, qual Admirável Mundo Novo, qual Triunfo dos Porcos (ainda que lhe tenham adulterado a tradução original)? O bem nosso Pires Cabral, qual Nostradamus dos tempos modernos, colocou a pena em forma de profecia... Mas, paciência aos santos, também não sou letrado em Literatura... De meter a foice em seara alheia, ainda me arrisco a nova comissão examinadora... Mas adiante, que vai a cenoura atrás do burro, ou o inverso, que "mai fai"...

Descansem que, desta vez, não vou "racontracoisar" nada, e como gosto do neologismo "coisar", que de tanto vazio, tanta utilidade tem. Mas adiante, dizia eu, não vá o abade mor ameaçar-me de excomunhão, regressemos à Wikipédia, magnífico analgésico para todas as dores derivadas do desrespeito pela nossa gente, de palavras outras o plágio, "deixe lá isso, homem, que esta gente come aquilo que lhe damos". Mas não é assim. Na minha banal angústia por aplacar as ânsias estomacais pela excelência, não como aquilo que me dão, e não troco uns "bôs tchítcharos" por um "maquedonaldes" qualquer. E, pelos vistos, querem "intcher'a pança ós mous" conterrâneos com comida plástica mental. Mas voltemos à Wikipédia... E a Bornes...

«O povoamento do território a que corresponde a actual freguesia de Bornes é bastante remoto e a comprovar esse facto estão vários documentos do século XII. Por eles se sabe que a origem da povoação estaria na época pré-romana, dada a defesa castreja proporcionada pela serra Monte de Mel.» E avancemos para a magnífica publicação «MACEDO NÃO PARA». Bem, pantominices minhas, esta coisa do "pára" sem acento não me assenta. Mas isso é só porque sou contra o "desacordo". E quem lê estas baboseiras culpa não tem das minhas preferências linguísticas... Ah! Voltemos ao MACEDO NÃO PARA... Publicação apelativa, louve-se o gosto, mas...

«O povoamento de Bornes remonta ao século XII, como é comprovado em vários documentos que colocam a origem da povoação numa época pré-romana. Tal convicção é firmada pela defesa castreja proporcionada pela Serra de Monte Mel»... "Bô, adonde é q'ou já bi ua cousa mêa parecida"? Ultraje aos neurónios, cansados que estão, esta é uma transcrição bem ao jeito de trabalho de final do 8º ano, bem ao jeito de "muda-l'a ordim das palabras, q'injaldremos ua nota mim boa da prussora". 

Ora... Os documentos do séc. XII provam uma origem pré-romana de Bornes? "Or om'zesta! Atão?"... Defesa castreja? Em Bornes? Ficaria grato que me indicassem os locais com vestígios de povoados fortificados... Nem as prospecções da Associação Terras Quentes, nem a bibliografia, do Abade de Baçal até Francisco Sande Lemos, alvitram tal coisa. Deve ter sido a comissão científica... 

E, prosseguindo, só para achincalhar mais um "cibo":

1 - Wikipédia: «O mais antigo documento escrito relativo à freguesia remonta a 1110, data em que duas famílias fazem a doação dos herdamentos que possuíam em “Bornis” ao arcebispo de Braga, D. Maurício»

2 - MACEDO NÃO PARA: «Segundo vários registos, o documento mais antigo que referencia o nome da freguesia data de 1110, quando duas famílias terão feito uma doação dos herdamentos que possuíam em "Bornis" ao arcebispo de Braga»   

"Ó menos", poderiam não ter omitido o nome do arcebispo. Ah! E não foram duas famílias, foram três! E uma delas, caso tivessem ido à apresentação do livro "Bornes & Burga - Nobreza de Monte Mel", teriam percebido a importância que teve na história... nacional. 

E metendo novamente a foice em seara alheia... "A orografia desta desta zona do concelho é um vedadeiro chamariz para os praticantes de parapente e asa-delta"... "Ó balha-me Deus"! Porque copiaram frases de um documento escrito antes da instalação das eólicas? 

Senhores responsáveis pelo Pelouro da "Coltura", estas elocubrações acerca da "coltura" oficial são apenas uma pequenissima amostra das atrocidades cometidas contra a verdade da nossa história. Um destes dias, haverá mais, porque Bornes, e as restantes freguesias, merecem mais respeito do que as atoardas que saíram no boletim oficial...

Uma última dúvida existencial ao Pelouro da "Coltura": era à comissão responsável pelos disparates históricos saídos no boletim oficial que pretendiam submeter-me? Duplamente, "ó balha-me Deus"! Já sentiram os beliscos a que os pouparam?