Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







quarta-feira, 30 de maio de 2012

História, figuras e génese

É destemido ler nas pedras. Penetrar-lhes nas entranhas, sugar-lhes o endógeno, vulgarizar-lhes a seiva, num sistema de excelência. Ocasionalmente, revelam-se as leituras. Na intimidade, recatados momentos, senso anestesiado pelo anseio do "que tudo corra bem". E corre, na eloquência de uns seixos rolados bafejados pelo abraço do Azibo, pelo afago do Sabor ou, simplesmente, pelas suaves carícias de um qualquer regato que desbrava montes e descansa em vales. Por vezes, sublimam-se distantes cronologias, incisas decorações, penteadas o sejam, lá para o tempo de metalurgias primeiras, seriam corvídeos donos da Fraga, o Vilar no sopé do Monte. Já por lá se andou, ao sabor do estio, encantos na sapiência dos que no pó lêem, partilhas que movem os genes, ancestralidade feita culto, ressuma a génese. Sobra espaço para ouvir os que estocadas dão à nossa ignorância. Sentinelas do tempo, resgatado ao som da protecção do "Monte Mellis", dorso de Bornes a clamam modernos tempos. De modernos o são pinceladas da excelência...
Há oficinas que restauro dão à negligência, à excelência, ocasiões outras, sacros rumores na Casa Falcão, ex-libris de um centro inúmeras vezes pouco central. É ali ao lado, na esquina da passagem, ignorâncias de pedras da calçada, fugas de compromissos outros, ou seja o conformismo de mirar, causais fenómenos da interioridade, para museus outros ao alcance de uma qualquer incongruência de definhar o que autóctone é. Mas mora a igualdade, ou supremacia da herança das pedras, lá para os recantos de um Museu de Arte Sacra pintado a querer, simbioses mal entendidas por heróis do escárnio (será?), ou a impureza do desinteresse (será também?). Ou uma qualquer outra coisa estacionada para lá de visível entendimento...
Excitam-se os genes da pertença, figuras muitas de elevação, ganham-se prémios de Academias, Pedro Hispano uma, lá para as bandas de Corujas, grandezas da humildade, imita-se o ilustre de Grijó, raras elevações em duo de anos, fica Frei Francolino registado nas memórias dos conterrâneos, temos um Macedense a dar cartas na exégese bíblica, Pontifícias Comissões, e o Profeta Isaías descodificado pela herança da terra. Figuras outras, idas, ressequidas por cronológico bafo, releituras do cronista, intensas, envolventes, Fernão revisitado, temporais regressões aos tempos do Sandoval, terá prostrado o Mestre, rótulas em desespero, auxílio do de Macedo, o Martim toponimicamente omisso, Aljubarrota revisitada e revista. Para quem quer, para quem pode, para quem sorve...
E fala-se de um linguajar, requiem pelas almas, salvem-se fonológicos processos do purgatório, exalte-se a ancestralide absorta em cumprida penitência, louvem-se os que incentivam. Dizem que o Dialecto Trasmontano é raro caso, híbrido o alcunham, influências do que a artificialidade criou. São as Histórias de Macedo, reveladas pelas bibliotecas do pó, ilustradas pela excelência da recuperação de sacro património, motivadas pela distinção de humildes seres, regadas a envolventes ressuscitações da causa do de Avis, emolduradas a imaterial património da oralidade. Foram as Jornadas da Primavera, antítese do Inverno do esquecimento, prenúncio do fulgor do estio. É a Terra, é a Gente, é o Património... São as histórias com História... São os resultados... É Macedo na estranha e invulgar distinção que tem para dar... Um "bô cibu" está aqui...

                 
 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Este tempo que consome...


Irremediavelmente, os ponteiros são os carrascos dos dias. Assistimos à inapelável passagem, corrupios dos dias, incremento têm os espécimes brancos que adornam o escalpe, vai diminuindo a apreciável distância que um dia nos fazia olhar a descendência como se estivéssemos estacionados no décimo andar, já estão eles a morderem-nos o queixo e apercebemo-nos que os nossos fémures já não crescem mais. O tempo de os presentear com uma viagem às "carritchas" já lá vai, transfigura-se o passado em longínquas memórias presenciais. Sem qualquer desconjuntado desprimor para a descendência de carne e osso, valha-lhes o lugar mais alto do pódio na bomba da circulação - mais o agradável e sublime desgaste em neuronal sistema, naturalidade das coisas, o diria - também há filhos da virtualidade. As "Cousas" vulgarizaram-se como tal... Um dia, peripécias do tempo, ocupações outras, energias voltadas para afazeres que intensificam o prazer que a vida nos dá, encerramos a virtual prole numa gaveta situada num compartimento que deixamos de visitar assiduamente. Os ponteiros vão efectuando a sua circum-navegação diária, prioridades outras, austeridade dos dias, a inexorável passagem, atenções focadas no essencial, perde-se à meada o fio, remete-se uma das "meninas dos olhos" ao calabouço, olvidada fica ao sabor do acumular de poeiras. Um dia, num outro futuro dia, sente-se o atroz fulminar da saudade. Das "Cousas" simples... E, num assomo de sabe-se lá bem o quê, resgatam-se. E ilumina-se, subitamente, o que as pálpebras protegem...