Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Legislativas à Macedense (Parte II)

Mantendo a eventualmente controversa divisão geográfica da "bota concelhia" em seis áreas perfeitamente distintas (tal como referenciado na publicação que esta antecede), leituras há que permitem retirar outras ilações do mapa político. A incontestabilidade do mapeamento laranja parece não oferecer dúvidas. O que também parece não gerar contestação é uma correspondência entre a subida de votação do PSD com a equivalente descida do PS. Porém, outras questiúnculas se levantam... Porque nem sempre o que evidente parece corresponde à realidade. O PSD subiu 828 votos; o PS desceu 835. Soa a transferência directa, mas... Para onde foram os 199 votos que perdeu o CDS? Logicamente, ter-se-ão transformado em voto útil. E para onde terá ido o rombo de 414 votos que o BE sofreu (passou de 6,16% em 2009 para 2,01% nestas eleições - de quarta para quinta força política - tendo o PCP subido apenas 19 votos)? Indo um pouco mais longe... Assumindo sem grandes riscos que, do acréscimo de 828 votos do PSD, 199 corresponderão aos votos úteis provenientes da perda do CDS, restam 629. Será lógico supor que resultem de uma transferência do eleitorado flutuante que votou PS nas anteriores eleições. Mas ainda asssim restam mais 206 votos perdidos pelo PS sem destino evidente. Acrescentem-se-lhes os 395 votos efectivamente perdidos pelo BE (414 menos 19 "transferidos" para o PCP) e ascende a 601 o total de perdas da "esquerda". Se considerarmos que, comparativamente às Legislativas de 2009, houve menos 568 votantes, obtemos uma diferença residual de 33 votos (facilmente distribuídos pelos "pequenos partidos", particularmente o PH e o MPT). Não parece trancendente a conclusão: uma grande fatia dos votos perdidos à "esquerda", particularmente os mais à "esquerda", foram-no para a recentemente chamada "abstenção útil". Isto é, a percentagem de votantes que estão insatisfeitos com o partido no qual habitualmente votam mas não pretendem contribuir para presumível vitória de outro com a sua directa contribuição. Poderá assemelhar-se a falácia, mas não é... Faça-se um mero exercício teórico: 4 listas (A, B, C e D) numa pretensa votação em que obteriam, respectivamente, 34%, 41%, 20% e 5%. Suponha-se que os votantes da lista C optavam pela "abstenção útil". Os resultados finais seriam bastante diferentes: A - 42,5% ; B - 51,25% ; D - 6,25%. Ter-se-ia contribuído para uma maioria absoluta da lista B sendo abstencionista... Cousas curiosas dos números que parecem ter-se passado no concelho de Macedo de Cavaleiros, se bem que com resultados inversos aos eventualmente pretendidos... Um concelho que apresenta nuances particulares já que, e ainda considerando a divisão em seis áreas geográficas, não é visível uma perfeita homogeneidade de votação à medida que se percorrem as distintas regiões. As áreas do Norte concelhio apresentam uma tendência marcadamente "conservadora", atestada pelo fosso de votação entre os partidos considerados de "direita" comparativamente com os classificados como de "esquerda". Nas freguesias englobadas a Nordeste isso é ainda mais notório, com uma votação média de 77,86% nos primeiros contra 17,19% nos segundos. Essa diferença é ligeiramente atenuada a Noroeste com 68,55%/25,60%. É na freguesia de Macedo que essa diferença surge mais esbatida com 62,89%/32,04%, mantendo-se o abismo nas restantes três regiões, se bem que de forma não tão vincada como a Norte. Não espanta, por isso, que seja a Nordeste que PSD e CDS obtêm os seus melhores "scores" médios, com 59,09% e 18,77%, respectivamente. De igual forma não causará espanto que seja aí que PS e BE obtêm as suas piores votações médias, com 14,62% para socialistas e 0,99% para bloquistas. Curiosamente, não é a Noroeste que o PS detém a sua segunda pior votação, mas sim nas freguesias englobadas no Centro. Este facto é perfeitamente explicável por representar este conjunto de freguesias aquele onde PCP e BE obtêm as suas melhores performances, respectivamente, 3,79% e 2,00%, bem como é nas mesmas que os centristas conseguem a sua segunda melhor votação média (em contraponto, é também aqui que o PSD alcança a sua segunda pior votação - não deixa de ser um facto curioso que seja nas freguesias do Centro que os "extremos" conseguem melhores performaces à custa dos partidos de um pretenso "bloco central PSD/PS"). E venham de lá mais curiosidades numéricas... À semelhança das anteriores Legislativas, a freguesia de Ferreira mantém o estatuto de bastião laranja, com 70,27% dos votos no PSD. No lado oposto, mas mantendo a congruência, Santa Combinha é a "ovelha negra" dos sociais-democratas com 26,27%. Já Vilar do Monte mantém, como em 2009, o seu lugar altaneiro nas votações "rosa", com 40,91%. O carrasco dos socialistas foi desta vez com 6,90%, Lamas, destronando Corujas deste posto. No que respeita aos centristas, louvem Santa Combinha e os seus 40,00% de inusitados votos "populares", roubando o lugar de máximo reduto do CDS a Corujas. Numa titânica luta de pequenas freguesias, Soutelo Mourisco, com 2,56% de votos no CDS, roubou o lugar à Burga como freguesia com menos tendência para depositar votos nos centristas. Os Cortiços, nada de novidade, mantêm com firmeza o seu lugar de bastião comunista, ao cederem ao PCP 10,76% dos votos. Vilarinho do Monte, Ferreira, Santa Combinha, Burga e Talhinhas não afinam pela mesma bitola já que não subsistem votantes no PCP. Relativamente ao BE, Carrapatas persiste na posição de freguesia com mais afinidades bloquistas, com 5,11%. Afinidades que não parecem ser geradas em Murçós, Soutelo Mourisco, Edroso, Corujas, Santa Combinha, Burga, Vale Benfeito e Vilar do Monte, onde o BE não consegue um voto que seja. E os chamados "partidos pequenos"? O PH destronou o PCTP do primeiro lugar do pódio, destacando-se a Amendoeira como freguesia onde residem mais "humanistas", seguida de perto por Macedo e por Lamalonga. O MPT, para lá da freguesia de Macedo, obtém simpatia acrescida em Vilarinho de Agrochão. Por sua vez, o PCTP, perdendo 15 "trabalhadores comunistas portugueses" comparativamente às últimas Legislativas, vai conquistando um ou outro adepto de Norte a Sul, sendo quase inexistente a Nordeste e obtendo o seu melhor resultado médio (0,69%) no conjunto das freguesias a Centro. Quanto aos restantes pequenos, para lá de serem residuais, nota para o PPM que mantém os mesmos 23 votos de 2009, com a relevância de não haver qualquer adepto da "realeza" a Nordeste e de terem surgido do nada quatro indefectíveis "monárquicos" nos Olmos. Por idêntico diapasão afinam os "nacionalistas", persistentes nos mesmos 19 adeptos que já detinham em 2009. Contas feitas, esmifradas as Legislativas, espere-se mais dois anos pelas Autárquicas... Ou por outro PEC-IV... Tenho subjectiva e polemicamente dito...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Legislativas à Macedense (Parte I)

Dissecar os resultados de umas Eleições Legislativas num âmbito concelhio poderá revelar-se enfadonha tarefa. Especialmente para todos os que, naturalmente, não nutrem particular apreço por números e, particularmente, por estatísticas e afins. O que não é o caso deste Cavaleiro Andante... Vale, essencialmente, pelas curiosidades... Para os interessados, e para uma mais detalhada informação, façam o favor de consultar http://www.legislativas2011.mj.pt/territorio-nacional.html#...

E, pois... Para não contrariar a corrente alaranjada saída destas eleições, o mapa concelhio ficou pintado a tonalidades de vitamina C. Sinais dos tempos, consequências históricas, hábitos... Hegemonia quebrada pelas pequenas, mas digníssimas, freguesias de Vilar do Monte e Santa Combinha. Se a primeira saiu pintalgada a rosa, a segunda, afinidades com a água da albufeira, ficou decorada a azul. Isolados resistentes que, por representarem apenas 1,45% do total de votantes, não beliscaram sequer a onda laranja. Mas fica-lhes o troféu da diferença... E por feita menção a total de votantes, uma reverenciada vénia aos 9.146 que "desalaparam a peidola" de casa para ir depositar a sua vontade em forma de cruzinha (ou em alternativas formas). Aos restantes 9.989 deixo o meu lamento pelo alheamento e por contribuirem para a magnífica taxa de abstenção de 52,20%, desconto feito aos abstencionistas virtuais, seja pelas contingências da ordem natural da vida, seja pela irresponsabilidade de quem deveria gerir os cadernos eleitorais de mais profícua forma. Mas adiante, que é longo o processional cortejo... Com um louvor especial para a Amendoeira, inquestionável vencedora dos direito e dever cívicos, medalha de ouro da luta anti-abstenção com uma magnífica performance de uns "míseros" 35,15% de abstencionistas (indo a prata para Vilar do Monte - 39,31% - e o bronze para Corujas com 42,53%). Nos antípodas, como já habitual vem sendo, a segunda maior freguesia do concelho em termos populacionais: Morais, com os seus inusitados 69,51% de "baldas" ao acto eleitoral. Efectivamente, este parece um fenómeno do Entroncamento, dada a persistência ao longo das últimas eleições. Senhores da Junta de Freguesia de Morais, ainda bem recentemente por aí andei às voltas e os únicos fantasmas que vi foram as pedras da igreja da Sra. do Monte. Ou talvez não... Mas, subjectivas avaliações dadas a conjecturas várias, discutíveis afinidades, divida-se o território concelhio em seis distintas regiões: o Noroeste (Lamalonga, Vilarinho de Agrochão, Arcas, Vilarinho do Monte e Ala); o Nordeste (Murçós, Espadanedo, Soutelo Mourisco, Ferreira, Edroso, Corujas, Lamas, Podence e Santa Combinha); a freguesia de Macedo; o Centro (Sesulfe, Amendoeira, Vale de Prados, Vale da Porca, Castelãos, Carrapatas e Cortiços); o Sudoeste (Burga, Bornes, Vale Benfeito, Grijó, Vilar do Monte, Olmos e Chacim); e, finalmente, o Sudeste (Salselas, Vinhas, Bagueixe, Talhinhas, Talhas, Morais, Lagoa, Lombo e Peredo). E deixem-se voar análises outras... Nada que surpreenda desmesuradamente, é nos extremos Leste (NE e SE) que o fenómeno do alheamento eleitoral é mais vincado, com taxas de abstenção que se situam entre os 57e os 58%. Já nos homólogos ocidentais, o intervalo é de 54 a 56%. É na área em redor da sede concelhia que se situam os mais baixos níveis de abstenção, com valores abaixo dos 50%, oscilando entre pouco mais de 46% na freguesia de Macedo e os quase 48% nas freguesias englobadas no apartado "Centro". Parece inegável que nas imediações do ambiente "urbano" a afluência às urnas é mais notória, cavando-se um fosso à medida que surge o afastamento da sede concelhia. Fenómeno normal da interioridade, parece ser. Mas regressemos à abstenção concelhia... Descontando o valor de "eleitores-fantasmas" que as estimativas apontam para um número a rondar os 10%, ainda assim ficar-se-ia com uma taxa de abstenção de cerca de 49,8%. Como justificar este desprezo de metade da população macedense votante por um direito conquistado pela democracia? Para lá do natural desencanto por sucessivos anos de "cauda da Europa", acrescido dos mediáticos escândalos de políticos e seus acólitos em vivência de desregrada impunidade, talvez o problema resida também nos fenómenos migratórios. Pessoalmente, conheço um grande grupo de dignos macedenses que, afastados há anos da sua terra-natal, nunca se sentiram motivados a proceder à alteração do seu recenseamento eleitoral. Serão justificante suficiente para esta rejeição democrática? Representarão uma fatia do todo, mas não de tal forma aberrante que justifiquem esse mesmo todo... Talvez seja apenas o "são todos iguais" ou um banal "a política não me interessa, eles é que se governam"... No entanto, pegando no recente platónico recurso de um amigo, «Uma das penalizações por nos recusarmos a participar na política é que acabamos por ser governados por outros piores do que nós». Porque o desinteresse pode ser manifestado por outras vias, democráticas de igual forma: os Brancos e os Nulos. Estas silenciosas formas de protesto (ou, cada vez menos, de iliteracia), não contrariando o expectável, resumem-se ao residual. Contudo, são as freguesias englobadas a Sudeste as que se destacam no bolo dos "Brancos" e dos "Nulos", superando consideravelmente a média concelhia (2,02% de votos em branco e 1,25% de votos nulos). Não é de espantar que sejam o Lombo e Lagoa a liderar o pelotão dos "Brancos" com 5,15% e 4,69% dos votos, respectivamente. Assim como não causa espanto que Talhinhas, com os seus 5,08% se destaque nos "Nulos". Maior surpresa, relativizada pela diminuta quantidade de votantes, é a notação de que o "Partido dos Votos Nulos" é a terceira força política em Soutelo Mourisco, com uns inusitados 10,26%!!! Realce ainda, pela excepção, para Ferreira e Santa Combinha, únicas freguesias onde os "Brancos" e os "Nulos" são ostracizados por completo. Como já vai a procissão longa, deixo para depois as restantes avaliações e curiosidades "coloridas"...