Bem Vindo às Cousas
Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Crónica de umas férias anunciadas
Ano após ano o ritual repete-se, assumindo uma forma de deja-vu. Elabora-se a lista das coisas a não esquecer (esquece-se sempre alguma coisa…), atulha-se a mala do carro de forma a assemelhar-se a uma viatura com destino a alguma feira (cabe sempre mais alguma coisa de última hora…) e inicia-se a aventura para mais um estágio por terras macedenses. A etapa de quase 200 km é efectuada em modo de piloto automático, seguindo o trajecto de sempre… Utilizando os protestos de sempre, com as “lesmas” que tornam o IP4 ainda mais lento… E sentindo a mesma ansiedade de sempre em rever as gentes e os locais que contribuem para o desenho daquilo que sou. Apesar da repetição de procedimentos, uma qualquer ida a Macedo não perde o encanto. A emoção da subida do Marão e o vislumbre das barreiras que serviram de baptismo à minha região transportam-me para um mundo onde não sinto os efeitos dos males da vida moderna. Internar-me em Trás-os-Montes equivale a uma terapia cujos frutos são representados por uma paragem no tempo. Não fico mais jovem, mas também sinto um bloqueio no envelhecimento. A visão de mares de pedras, de rios de cores e de montes e planaltos que ondulam no horizonte, desafia o carrasco que o tempo é, silenciando-lhe o tic-tac dos ponteiros. A chegada a Macedo é sempre revivida com o entusiasmo que sentia quando a mala do carro era substituída por uma mochila às costas e a entrada não se dava pelo lado de Travanca mas sim pelo da Estação… Seja tarde ou cedo, a “avó” tem sempre à espera os “miminhos”, um inigualável sorriso e uma qualquer novidade para contar. Renovam-se afectos e histórias antigas… E revisitam-se as obras de arte que ela vai produzindo no jardim, apreciando-se as novidades, reapreciando-se as que o não são. Estranhamente, está fresco. Não se sente a entrada no genuíno mês do estio. A manhã de Sábado brinda-nos com um cocktail de vento e chuva intensos, ocultando o astro-rei que, pela lógica da sucessão de estações, deveria estar a contribuir para a canícula que se encontra arredia. Para esta alma que se sente mal com o excesso de calor é uma bênção… No entanto, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. A viagem matinal até Bragança traduziu-se num desafio ao equilíbrio na trajectória do IP4, tal a intensidade com que as bátegas investiam contra o pára-brisas, deixando no asfalto a imagem de um rio negro selvagem. Na noite de Sábado alguém se lembrou de ligar a ventilação no frio e o largo de Lamas transformou-se num arca congeladora para os que pretendiam assistir ao despique entre bandas filarmónicas. Valeu pelos reencontros com velhos amigos e conhecidos… E pelas promessas de novos reencontros de carácter dominical, com prática desportiva de “halterocopia” como treino para o derby futebolístico que haveria de ocorrer no dia seguinte…
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