Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Um cibinho de paz meteorológica

Hoje tenho a benesse de um dia carregado de nuvens. As tonalidades que marcam o céu revelam o carácter ameaçador de uma trovoada de Verão, confundindo-se as imagens com um dos flagelos da época estival. Pelo meu parco conhecimento, só ainda houve efeitos adversos para os lados de Talhas. Desejo, ardentemente (fogos à parte, irra!), ser fustigado por umas bátegas de água enquanto entoo um desafinado e executo um desajeitado “singin’ in the rain"................................................. Os deuses estão comigo! A chuva foi efémera, mas foi propiciadora de um breve duche exterior, iluminado por uns ténues relâmpagos, fenómeno capaz de reduzir uns anos à “petroa”, tal o pânico que dela se apossa com estas manifestações da ira divina… “Oh mou filho! Atão stá a trubuar e a cairim uas pingas e tu andas aí, que pareces meio tchutchinho, a tirar f’tugrafias?” O meu pirralho também não se assustou com o troar celeste e andou atrás do progenitor com indicações preciosas sobre os melhores contrastes para obter registos para a posteridade… As tonalidades que pendiam sobre nós não foram obstáculo a mais uma churrascada, representada por umas “costelazinhas d’adôbo”. Pena que o jantar se tenha assemelhado a ceia e já não tenha dado permissão para assistir ao “Encontro dos Grupos Culturais”. Deu para assistir ao majestoso final representado por um misto de espectáculo aquático e pirotécnico. E para refrescar a alma com uns “finitos” da “tasquinha” do Grupo Macedense, acompanhados por umas das melhores farturas que comi nos últimos tempos… Bem como pela partilha de umas “ideiotices” universitárias com a descendente do meu “mano adoptivo”, o “mou Bi”. “Inda l’arranquei umas lagrimazecas meiu’scundidas quando cunfessei q’ou churaba que nim um desalmado quando ele s’ia imbora quando andaba armado im grumete na Sagres”. “Bôs tempus!” Nostalgias à parte, outras tasquinhas há que não se dedicam ao negócio da “alcoolização” do público. Umas podem amenizá-la com as já mencionadas farturas ou ainda com cachorros (ainda não percebi porque me sai sempre a mesma parte do “cutcho”…). Outras mostram o que resta do passado, seja através de velharias ou da persistência em mostrar o valor intrínseco da recriação artesanal de alfaias que fizeram de antepassados à maquinaria agrícola. E há sempre umas conversas com os expositores, mesmo que se resumam a relembrar-lhes que eu era o “puto lourinho” que ia lá a casa comprar requeijões… Ou conversas com alguns transeuntes que, invariavelmente, me metralham com aquelas perguntas de quem tudo quer saber e apenas fica a saber pouco mais que nada… Mas também surgem aqueles abraços sentidos com gente que fez parte integrante das minhas infância e adolescência. Ou com os detentores do poder público (esses mesmos que são acusados de falta de democracia) e que, também, com maior ou menor grau, constituem elos com o meu passado. A falta de democracia será representada por se misturarem com o “povaço”? É que, desculpem lá a linguagem viperina, porque não me cruzo eu com os “procuradores” e só vejo os “réus“? É que também gostava de distribuir uns “bacalhaus” pela oposição. Como já disse, tenho amigos de um lado e do outro da barricada. Será a luta tão aterradora que os amigos que tenho do lado rosado se transformaram na versão “n” do hollywoodesco “Desaparecido em Combate”? “Num les cunsigo pôr a bista im cima! Debim star todos de fériaze. Ou num gostum de festaze”… Ou, em última instância, “imbutchinarum-se” por já não reconhecerem o Jardim…

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