Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







quarta-feira, 12 de agosto de 2009

H1N1, AVC e outras siglas

Ocasionalmente, a ocupação do lugar de carro-vassoura não equivale a perda de benefícios. O distrito de Bragança está em último lugar em mais coisas do que as que seriam desejáveis. Todavia, só agora cá chegou o primeiro caso da célebre gripe suína (azar de um raio, tinha que ser num macedense!). Cheguei a acreditar que, tal a forma como repetidamente se esquecem de nós, o mesmo viesse a acontecer com a estirpe com variações na hemaglutinina e na neuraminidase (umas “cousas” raras que servem para a “classe iluminada” dizer que este Influenza tem um H e um N diferente da estirpe aviária…). “Cum catancho, atão bamus ter que dar cabo dos recos? Bem mou finto! Tamém se num matarum as bacas quando nus dixerum que ‘stabam loucas, nim se curtarum as goelas às pitas e ós parrecos pur causa du H cincu’e N um‘e”… Tal o alarmismo reinante, parece que estamos no início do século passado, quando levámos uma vassourada com a gripe pneumónica (aquela que provou que, por vezes, do lado de lá da fronteira, nem bom vento, nem bom casamento, já que também a baptizaram de gripe espanhola). Neste momento, mais conta, menos conta, há, em Portugal, cerca de 0,006% de pessoas infectadas com o dito H1N1. Mesmo que o resultado final possa, nalguns casos, ser mais trágico, o quadro sintomático é em tudo semelhante à banal gripe do conhecimento geral… Mas, dando razão à vetusta expressão de “velhos do Restelo”, estamos na presença de uma pandemia (há que dar escoamento aos stocks de antivirais…)! Prefiro ver as coisas sob outro prisma: há 99,994% de portugueses não infectados! Que a mesma percentagem se aplicasse a outros vectores da sociedade em que vivemos… Por exemplo, imagine-se a existência de 99,994% de portugueses não permeáveis à corrupção, ao tráfico de influências, ao “tachismo” e ao “amiguismo político”? Isto sim, seria uma pandemia (não adversa)! Utopicamente falando… Utopias à parte, vivamos de realidades. E de episódios que as confirmam… Há uns anos, fracturei um dos membros superiores. Nada de especial, só um fracturazinha exposta, acompanhada de umas dorzecas insuportáveis… No tempo em que um macedense não era encaminhado para o CHN-UHB , mas se ficava pela UHMC (que era HDMC), fui presenteado com a benesse de um “sô dotor” que me garantiu que me tinha saído a lotaria. Um analgésico local e uma ligadura resolveria o problema menor… A verdade é que não só ganhei a lotaria, como fui bafejado pela terminação: uma perna superior! No dia seguinte, era difícil distinguir o perímetro do meu braço do equivalente no membro inferior… Resolvida a questão por outras vias, alguém me perguntou, com bastante sarcasmo à mistura: «O que querias tu? Em Macedo cura-se uma gripe, e mal!»… Desconheço se o alguém tinha razão. Mas não deveria ter. Porque, nos dias que correm, o CHN até já é detentor de um plano de contingência para a dita gripe (mesmo que seja afirmado que não há internamentos para os “Influenzas“)… Mas a evolução não termina nos planos de contingência… O CHN-UHMC já está dotado de uma unidade de AVC. Com as respectivas recomendações para os familiares remeterem o doente com AVC para a UHMC nas três horas seguintes aos primeiros sintomas. Pergunto-me eu, na minha ingenuidade: quantos familiares sabem quais são os primeiros sintomas? E, já agora, porque a linguagem utilizada, abusivamente, em certos círculos restritos, é fantasmagoricamente fantasmagórica, como raio se faz trombólise na Argana, em Gralhós, em Vila Nova da Rainha ou em Soutelo Mourisco? Ainda se houvesse aquele veículo munido de hélices há muito prometido… Cá “pra” mim, ou se perderam as hélices, ou a vergonha, ou estamos com eleições à porta… E num amanhã muito breve não terei mais motivos para reclamar da inexistência do veículo voador do INEM… Até lá, este “cu do mundo” (na visão da classe política) ainda é “Um lugar para viver”. Pelo menos foi incluído como tal na nova série da RTP filmada na (moribunda?) Estalagem e no Azibo. Aquele sítio que o DN considerou “um pequeno paraíso escondido no Nordeste Transmontano”… Neste limbo em que nos é prometido o Céu enquanto se (sobre)vive no Inferno, é reconfortante ter o Azibo como um dos poucos paraísos que nos restam… O meu espírito maquiavélico diz-me que a nossa sorte é não lhe poderem fazer o mesmo que pretendem para outro dos paraísos restantes, a Linha do Tua… Ou será que, passe o pleonasmo, ainda arranjam maneira de submergir o Azibo? Sei lá, “cum catancho“!…

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