Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Trovas de um ano que finda - Vias de comunicação

O Azibo e o ambiente mágico em que a ilusão de cada um dá permissão para se deixar envolver não serão novidade. Quando ainda era permitida a circulação sem restrições em todo o seu perímetro, desgastei a pintura do veículo por acessos referenciados num qualquer guia onde se encontravam incluídos roteiros nada recomendáveis para viaturas normais. Valeram a pena os riscos, os inerentes à perigosidade de alguns caminhos e os propriamente ditos numa tal de metalizada (foi-se o metal e a pintura, ficando a famigerada viatura com umas pinturas rupestres tipo "unhadas do diabo"). Vieram as proibições e, com elas, finaram alternativas de acesso ao Azibo embrulhadas a Natureza. Em boa hora surgiu o Corredor Verde entre Vale de Prados e Vale da Porca. Nunca tinha tido a lembrança de efectuar a travessia da serra do Cubo. Limitava-me a olhar para aquela elevação a seguir a Vale de Prados, imaginando-a como mais uma entre as muitas que pintam o Nordeste. Descobri-a, por acaso, quando decidi aventurar-me pelos xistos que ainda resistem na antiga Vale de Prados o Grande, pelo seu pelourinho e pela sua igreja. Ganhei uma nova paixão. Pelo percurso pitoresco, pelas subidas e descidas, pela ondulação do asfalto, pela paisagem. E pelos incomparáveis minutos que dura a ida do astro-rei para o seu descanso a oeste. Quando o céu se encontra despido de nebulosidade, não é de estranhar ver um tolo empoleirado numa viatura, lá para o final da tarde, de máquina fotográfica em punho, lá para o alto de serra do Cubo. Cada um com as suas tolices, mas um pôr-do-sol distinto vale sempre a descolagem... Os encantos do Corredor Verde que, dizem, um dia, há-de ligar à Via Panorâmica do Azibo, não terminam por aqui. Apreciar a albufeira num outro ângulo, numa descida razoavelmente inclinada, vale o esforço. E o Núcleo que inclui a Sala-Museu de Arqueologia fica logo ali, não ao virar da esquina, mas ao atravessar do paredão que permitiu a existência da Paisagem Protegida. Ali chegados, internamo-nos num mundo que não defrauda as expectativas. A natureza em estado puro, a marca humana limitada ao bom gosto e uma viagem à ancestralidade de uma terra, diziam, sem história, ou a dita limitada a umas maças misturadas com valorosos cavaleiros. A história macedense vale muito mais que lendas. Sente-se o passado, as vidas daqueles que nos legaram um espólio desenterrado a suor e esforço. Aspira-se cada pedaço do Neolítico da Mamoa de Santo Ambrósio, do Bronze da Fraga dos Corvos, do Ferro e da Romanização da Terronha de Pinhovelo... Um recuo no tempo, ao tempo em que pensávamos só haver história para lá das fronteiras macedenses. Há estradas assim, que nos conduzem por serras mágicas até locais de encanto. Outras há, percorridas na loucura própria da juventude, pó levantado pela bicicleta, perdidas entre montes e vales, que, de locais de encanto, nos levam a aldeias quase esquecidas, vestígios de histórias de outros tempos, em que os besteiros eram a elite de arcaicos exércitos. A estrada entre Balsemão e Paradinha já não é a mesma de outros tempos, mas o asfalto é mais confortável. E persiste em obsequiar-nos com imagens desaparecidas dos mapas. Algo semelhante acontece na descida para a perdida aldeia num vale encaixado da serra de Bornes, resquício provável da passagem das hordas germânicas por estas terras, depois de por cá terem andado as Legiões. Em tempos, a inclinação fazia recear uma qualquer súbita anomalia nos travões e uma mais rápida chegada à Burga. Os receios terão diminuído com as mais que justas protecções laterais. Mais não seja, amparam uma qualquer distracção... Mas nem tudo são rosas... Os espinhos virão... Começando pela agrura da melhor(?) via de acesso ao distrito...

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