Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







sábado, 14 de março de 2009

Cousas do Padre Trocha e demais aventuras escolares


Há quem lhe dê para não fazer nada... Outros há que lhes dá para muito fazer... E há aqueles que se ficam por uma espécie de hibridez... Dá-lhes para escrever... Seja para resgatar memórias, para recordar momentos únicos, para colocar "no papel" algumas ideias disparatadas... Incluo-me nessa espécie híbrida que ainda não aderiu à maquiavélica escrita dos "k" em vez de "que" ou dos "poxo" no lugar de "posso". Mesmo que parcialmente, devo essa benigna resistência a figuras como o "Padre Trocha". Ou à exigência do seu homólogo Pe. Neto. Ou ainda à insistência do meu "velhote", que me incentivava a ler "O Tempo" ou o "JN", com uns sermões de permeio para que falasse e escrevesse português escorreito. Não que o faça na plenitude, mas vou-me esforçando por isso. Regressando à inigualável figura do "Pe. Trocha", para lá da sua forma única de leccionar e do seu discutível estilo de erudito clerical, possuía algumas características a roçar o anedótico. A começar pela inovação que representou a introdução de um cabo de martelo como auxiliar de ensino. O dito instrumento, para além da sua utilidade como apontador do quadro, servia, nos seus inúmeros acessos de raiva descontrolada, de instrumento de arremesso direccionado a qualquer indígena pertencente à corja de "bardinos" que se atrevesse a ultrapassar os ditames do seu papel de juíz. Como eu até era um "bardino" razoavelmente bem comportado, nunca senti nos ossos os efeitos da cinética dos seus arremessos. Mas não deixava de ficar perturbado sempre que o mesmo ocorria. Por convicção (e, sendo honesto, por receio de represálias) mostrava a minha solidariedade para com os colegas tendo uma participação activa nas manifestações espontâneas de protesto. Que incluíam, geralmente, atentados contra o Fiat Ritmo. Nada de atentados à bomba ou à integridade física do condutor... Mas as batatas colocadas no cano de escape produziam um ruído tal que só era abafado pela algazarra juvenil que se lhe seguia. Um dia houve que um qualquer "ideiota" resolveu inovar, ao verificar que os vidros se encontravam ligeiramente abertos... Jamais me esquecerei que, no dia seguinte, ou uns dias após, do alto do sorriso proveniente da sua nova dentadura postiça, nos comunicou a estranheza da ocorrência de um fenómeno estranho no interior da sua viatura. Dizia ele que lá na aldeia as lagartixas resolveram procriar no conforto do seu carro... Em jeito de confissão, "Sô" Padre, eu fui um dos que depositei uma "podarcis hispanica" no assento da sua viatura... Como tinha por hábito rebaptizar os seus alunos, a mim calhou-me na rifa, como alcunha de guerra, o "Sandeiro"... Vá lá saber-se "pur u quê"...

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