Bem Vindo às Cousas
Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Territoria Ordinum
Os nossos vizinhos espanhóis estão na vanguarda em imensas coisas (mais que as desejáveis, "tugamente" falando). Entre as ditas encontra-se a criação do "Proyecto Territoria Ordinum". O alcance deste projecto está muito para além da abrangência histórica das Ordens Militares que nos deixaram uma herança que extravasa a singularidade provinda de exemplares arquitectónicos. É, sem dúvida, indiscutível o legado que foi deixado, inclusive na nossa própria identidade. É-o, de igual forma, nos contornos da influência exercida nos processos de reconquista e repovoamento, bem como em torno da jurisdição territorial, ainda que a mesma tenha sido, inúmeras vezes, objecto de abusos e usurpações. Obviamente, não venho aqui para uma exaltação dos feitos dos freires guerreiros... O que motiva esta superficial abordagem reside na notícia constante da última página do "Boletim Municipal" do pretérito Setembro: «MACEDO INTEGRA REDE INTERNACIONAL DE ROTAS MILITARES». Confesso que me causou algum espanto, não desprezando as recentes ligações estabelecidas com a Fundação Aljubarrota e com a preponderância de um herói macedense para o desfecho da tão celebrada batalha. E não menosprezando as incursões do Condestável e do Mestre de Avis a colocar em ordem o Alcaide de Bragança, mais virado para as intenções do João do outro lado de lá da fronteira. Ou as equivalentes de Sancho I quando teve que colocar o sobrinho Afonso IX em sentido pelos seus abusos em terra bragançanas. Fiquei a saber que integramos a Rota dos Cavaleiros de Malta. Regressando aos exemplares arquitectónicos, diz-me a minha suprema ignorância que o mais próximo que temos do concelho (e com efeitos tardios) é o que resta do castelo de Algoso. Contudo, pensar em Cavaleiros de Malta remete-nos de imediato para a actual freguesia dos Olmos e para a antiga aldeia de São Cristóvão que, lá para os séc. XVII ou XVIII viu o seu nome adulterado para Malta. À semelhança de outras Malta que marcam a toponímia deste país (e tenho uma aqui bem ao lado da minha terra adoptiva), a do concelho macedense deverá a sua nomenclatura à Ordem que, até ao séc. XVI, foi a dos Hospitalários. Uma tal Ordem de monges guerreiros que teve o primevo beneplácito da trisavó de Afonso, o terceiro. O tal através do qual ficámos a saber, por via das suas Inquirições, que a dita Ordem do Hospital já era detentora dos direitos sobre a "vila" de São Cristóvão desde, pelo menos, o tempo do seu avô, o Sancho "velho", ou seja, o primeiro. Se a esta parcela acrescentarmos as de Castro Roupal, Morais, Talhas, Salselas, Valdrez e a extinta Banreses (só para citar as possessões com semelhante âmbito territorial), ficamos a saber que a futura Ordem de Malta era possuidora de uma larga fatia territorial no leste do actual concelho. Contudo, não estando esta porção de território abrangida pela cintura fronteiriça com o vizinho Reino de Leão, não foi bafejada pela construção de baluartes defensivos, contrariamente ao sucedido nos exteriores concelhos limítrofes. Se encontro justificação para o "Territoria Ordinum" em cidades onde as Ordens de Cavalaria deixaram bem vincado o seu testemunho, nomeadamente no urbanismo, fico um pouco surpreendido com esta adesão de Macedo a um projecto de âmbito supranacional. É verdade que, para lá dos Hospitalários, os Templários também por cá andaram a distribuir "traulitada", bem como os não menos "trauliteiros" monges beneditinos de Castro de Avelãs, entre outros do lado de lá da fronteira. É também verdade que, ainda que indirectamente, por cá foi deixada a marca da Ordem de Avis. Mas daí a uma "Rota Militar" vai uma grande distância... Distância menor é aquela a que se encontra a minha pulga atrás da orelha, acrescida do sorriso que é gerado por esta adesão a um projecto internacional que, sendo conhecedor do que se passa por bandas de Castela, Leão, Aragão e afins, me deixa com uma saborosa ansiedade em relação às implicações futuras que um "Territoria Ordinum" possa ter na minha terrinha que já tem uma Rota dos Cavaleiros de Malta, os quais, curiosamente, têm um dos seus expoentes máximos bem aqui ao meu lado, na freguesia onde produzem um fermentado cerealífero que tem na sua constituição um tal de lúpulo que, dizem-me, é maioritariamente proveniente da minha paixão além-Marão... Não é por nada, mas "stou cada bez mai contcho cum a nha terra"... E não é pelo Campo de Golfe...
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