Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







domingo, 29 de novembro de 2009

Inbernia'ze

Quando a grave canção do vento deixa o meu vizinho arvoredo em êxtase, num bailado que desmorona os castelos de folhas que ainda subsistem de anteriores intempéries, mais não apetece que apreciar o calor que emana do aconchego caseiro. Um rápida incursão ao lado oposto permite vislumbrar, através das bátegas que, enfurecidas, teimam em esvoaçar descontroladamentente, o espectáculo de magia em que os intérpretes são os raios que ziguezagueiam, aleatoriamente, no horizonte escuro onde o dia me diz que deve ficar o Atlântico. Há espectáculo, mas não há neve... Essa, chegou de novo, mais para leste, mais para o local onde andam obras que hão-de ser suspensas pelo temporal gerado por recusas do Tribunal de Contas... Não fossem os efeitos ainda presentes de uma recente aventura de bloqueio no manto branco, cujo epílogo foi uma estadia forçada em Vila Real, a estas horas já teria estado a efectuar novas experiências de disparos fotográficos lá para os lados do Marão. Mas, gato uma vez bloqueado, de neve escorregadia tem medo... Não me impede a restrição de sentir saudades do vento gelado e da face fustigada por alvas pintas esvoaçantes. Especialmente do palco branco onde repousam os bailarinos no período pós-espectáculo. E especialmente, ainda, caso o palco seja naquela terra que aguarda, pacientemente, há dois anos, pelo concretizar de uma promessa adiada. Sejamos justos... Com este temporal, não há helicópteros que obtenham permissão para voar... Nessa mesma terra decorrerá uma próxima Assembleia Municipal com temas quentes (uma forma de poupança de energia, face às temperaturas que vão, gradualmente, baixando), isto a crer naquele semanário em cujo rol de passatempos favoritos cabe o "verrinol" (uma espécie de modalidade em que os adeptos da casa agridem os jogadores da própria equipa, distribuindo "sarrafada a torto e a... torto", isto é, sempre para o mesmo lado). Na pretérita semana, a "sarrafada" foi distribuída à rectificação orçamental que privou algumas freguesias de verbas que lhes estariam atribídas. Nesta semana, a fava coube aos 19 mil euros que a Câmara teve que desembolsar para os Bombeiros de Mirandela e Torre D. Chama, pelo serviço de abastecimento de água às populações na época estival. Diz um anónimo macedense que isso é ilegal. Em matéria de legalidades, neste caso, só conheço uma: a sede e a necessidade imperiosa de água para sobreviver. Caso o anónimo macedense que faz a queixa vivesse em Argana ou Vila Nova da Rainha (só para citar dois exemplos), consideraria ilegal o abastecimento de um bem de primeira necessidade? E estaria importado com o "braço-de-ferro" mantido entre a Autarquia e os Bombeiros de Macedo? Desconheço de que lado está a razão (ou não estará em lado algum), mas sei que estará algures num copo vazio que se enche de água quando temos sede. Não seria hoje o caso, tal a abundância... E lá fora mantém-se a grave canção do vento... Acompanhada pela percussão das gotas que embirraram de vez com as minhas janelas... Vale que, por vezes fazem uma pausa na embirração... E resultam momentos destes...

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