Bem Vindo às Cousas
Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Lagoa das Furnas e Caldeirão do Corvo
domingo, 29 de novembro de 2009
Inbernia'ze
Nim d'aprupósito!
Como em termos geográficos, ou se cai para um lado, ou para outro, estamos incluídos na Terra Quente, e não há discussão. Mesmo que, fazendo uso do conterrâneo Pires Cabral, nem que o diabo viesse ao enterro um habitante de Soutelo Mourisco, Bousende ou Murçós ficaria convencido que faz parte da Terra Quente. Mais não fosse, pela "carambina", pelos "candiólos" ou pelas "scarabanadas". Mas pronto... Também temos Pauliteiros e não fazemos parte da Terra de Miranda... Retomando a Tese e o falar... Vem agora a Associação Portuguesa de Linguística a atribuir o prémio de Melhor Trabalho de Português a um tal «Unidades e Processos Fonológicos da Região da Terra Quente: contributos para a Linguística Forense». Soou-me a familiar... E não é que é a dita Tese que tanto tinha enchido de orgulho o meu pulsar transmontano? E que, para lá dessa particularidade, ainda me facultou a possibilidade de diminuir um pouco mais a minha ignorância? Particularmente no que respeita a algo que, há cerca de três meses, transmitia com paixão ao grupo no qual estava inserido, numa "tertúlia de copos e lembranças de velhos tempos": vamos preservar o "Dialecto Transmontano"? Fui olhado como se tivesse descoberto, casualmente, a pólvora. Mas não... terça-feira, 24 de novembro de 2009
Kings Cross, exclusões, Goleman e emoções
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Roubos, arte e tradição
Falo de Pedro Pires e da forma como se perdeu um físico para se ganhar um bailarino. Em boa hora há pessoas que possuem a capacidade de perceber que não estão talhados para uma determinada actividade e, contra ventos e marés, aplicam as suas potencialidades em áreas diametralmente opostas. E, depois de tudo isto, o que me apetece mesmo é um café com umas torradinhas (de trigo, porque o centeio já se foi), antes de me entregar ao mundo de Morfeu. A ideia do café levou-me à recordação de umas imagens que vi recentemente no segundo da listagem das "Outras Cousas de Villar de Masaedo". E tenho pena não poder saborear um café daqui saído... segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Cousas do Mogrão
O Mogrão é uma pequena aldeia encravada entre Ala e as Arcas. Por tal, já pertenceu, em termos de jurisdição territorial, a ambas, sendo que neste momento se engloba na segunda das freguesias. Terá muitas histórias para contar (talvez um dia aqui as traga), mas não é isso que me está a "inquietar" a escrita. Espanta-me, por vezes, verificar a grandeza dos pequenos. Não posso deixar de registar a vitalidade com que algumas aldeias desafiam o destino do abandono. A que aqui me traz, para além de possuir a sua Associação Cultural, Desportiva e Recreativa do Mogrão, instituição que dá azo a imensas actividades, ainda tem a capacidade de manter uma página electrónica onde transmite as novas aos seus conterrâneos (e não só). Pois foi a essa mesma página que fui surripiar a prova que a seguir apresento. Já tínhamos escritores, políticos e bailarinos cuja assinatura no pátio da fama só poderia encher os macedenses de orgulho. Agora temos outro que, assim o bafeje a sorte e a arte, a tal poderá aspirar num futuro próximo: Rafael Corujo, o prodígio do Mogrão que, saído do Clube Atlético, foi parar ao ninho das águias.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Homenagens à Castanha da Terra Fria
Diz a tradição que deveríamos estar a aproveitar uns dias de uma descontextualizada mini-época estival. Porém, o S. Martinho resolveu, extraordinariamente, antecipar o seu habitual Verão. Já lá vai o Verão, e já lá vai também o S. Martinho, ofertando-nos a sua capa, à semelhança do que ao mendigo fez, só que, desta vez, na originalidade em forma de céu carregado. Haja chuva e hajam castanhas, mesmo que de tamanho diminuto.
O fim-de-semana que se aproxima trará a Lamas a revivescência das tradições do S. Martinho. A VII edição da Feira da Castanha por lá andará, com encontros e desencontros, particularmente no que ao “vai à adega e prova o vinho” respeita. Por lá não estarei… E por cá me ficarei, na esperança do sucesso de tal edição. Não só porque a castanha constitui um dos principais meios de subsistência económica da região macedense, mas também pela apreensão que me vai gerando o flagelo da doença da tinta e do cancro do castanheiro, que tanto têm afectado os soutos transmontanos. Mesmo que, a dados de 2006, Portugal não represente mais que 3% e 9%, respectivamente, da produção e da área mundiais, o “meu” Trás-os-Montes, segundo o Recenseamento Agrícola que antecedeu o que agora está a decorrer, detinha 75,8% das explorações e 89,9% da área de castanheiros do país. Números que evidenciam a importância e o impacto que os soutos têm para a região.
Contrariando a ideia veiculada durante muitos anos, não foram os Romanos os originais introdutores do castanheiro na península e, mais especificamente, em Portugal. Terão sido o percursores do seu cultivo… De facto, os avanços nos estudos palinológicos e antracológicos sugerem que esta espécie teria existido no território português, particularmente a norte, na fase prévia da vulgarmente apelidada de Idade do Gelo. A última Era Glaciar, o Würm, cujo máximo terá sido atingido há cerca de 18.000 anos, terá obrigado ao recuo do castanheiro para refúgios ecológicos, como parece ter ocorrido com a região cantábrica. É provável que, com este recuo, o castanheiro se tenha, entretanto, extinguido na área compreendida pelo actual Portugal. A partir desta provável extinção, será necessário avançar até há cerca de 3700 anos para detectar as primeiras provas incontestáveis do cultivo do castanheiro pelo homem.
Uma análise superficial aos relatos paroquiais de meados do séc. XVIII permite atestar a importância, nas freguesias do concelho de Macedo, dos soutos, juntamente com a vinha e o centeio. Contudo, a introdução do milho e, de forma mais acentuada, a da batata, a partir de finais do mesmo século, conduz ao primeiro fenómeno de decréscimo da produção de castanha. Outros se lhe seguiriam, desde o abandono dos campos, até ás pragas que vão atingindo os castanheiros. No entanto, um pouco á imagem da resistência intemporal desta árvore, o fruto castanho, desde o aconchego do seu ouriço, persiste em estruturar um pouco da identidade transmontana, bem como a sua paisagem. “Bai um copetcho de girupiga c’um bilhó?”
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Legalidades
sábado, 7 de novembro de 2009
2-hidroxi-1,2,3-propanotricarboxílico…
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Roteiros macedenses

Contudo, os eventos permanecem imunes aos contratempos do termómetro e vão desfilando ao sabor do lado prazenteiro de cada um. A começar, já amanhã, às 09h30, através da “Lição de Joana”, uma acção de formação para a qual o Centro Cultural terá as suas portas abertas. Uma oportunidade para os profissionais da educação e da animação sócio-cultural absorverem uma forma distinta de leitura, envolta em encenação. Igualmente numa vertente diferente, está acessível em alguns cafés uma outra abordagem aos livros, através das “Leituras com Cafeína”.
Saúde-se esta tentativa de promover hábitos que, normalmente, andam arredios. Hábito ancestral reside no consumo de cogumelos silvestres. Recentemente, li algures uma frase que, pela sua originalidade, ouso transcrever: “Todos os cogumelos são comestíveis… Alguns, apenas uma vez”. Já lá vão uns largos anos desde que ouvi uma história macabra acerca dos ditos espécimes comestíveis em dose única. Segundo o relato, perante a suspeita de “intragabilidade”, aquilo que seria uma refeição mais, foi despejada para o curral.
O atrevimento guloso dos galináceos que por lá andavam redundou num precoce tombar… Para evitar males maiores, decorre, a partir de amanhã, lá para os lados da capital dos Caretos, um curso de identificação de cogumelos silvestres. Uma forma de, em contacto com a Natureza, aprender algo mais sobre esse divino manjar que, inúmeras vezes, já trouxe dissabores.
Já o Parque Municipal de Exposições acolhe, no Domingo, o já aqui mencionado Concurso de Churra Badana. Uma oportunidade para apreciar uma raça ovina em vias de extinção e cujo território mais marcante reside no concelho de Macedo. Ainda no Domingo, pelas 15h, a população de Ferreira poderá assistir à exibição dos dotes vocais do Grupo de Cantares da Casa do Professor.
Para os que apreciam outros encantos, como a beleza que a paisagem transmontana toma com a chegada dos dias invernais, fica o conselho para uma deslocação de pouco mais de 10km até à antiga e histórica Salselas. Não que as condições meteorológicas dêem permissão a investidas à ancestralidade dos locais que marcam esta freguesia. Por aqui são visíveis exemplares que testemunham a passagem desde tempos imemoriais.
Todavia, esta incursão a Salselas possui uma vertente mais etnográfica que propriamente histórica, ainda que uma e outra sejam indissociáveis. O Museu Rural de Salselas é um exemplo vivo de preservação de uma cultura que vai sendo apagada pelo tempo. No mesmo são retratados as actividades tradicionais relacionadas com labores agrícolas, bem como nos é apresentada uma fiel reprodução dos modos de vida dos nossos avós, bem vincada na presença e na disposição de artefactos que mais não fazem que relembrar a típica casa transmontana.
É de louvar o esforço colocado por uma freguesia nordestina e macedense na recriação de modos de vida que, paulatinamente, vão sendo abandonados a favor dos valores da modernidade e da deserção para outras paragens. O futuro faz-se hoje…
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Territoria Ordinum
Os nossos vizinhos espanhóis estão na vanguarda em imensas coisas (mais que as desejáveis, "tugamente" falando). Entre as ditas encontra-se a criação do "Proyecto Territoria Ordinum". O alcance deste projecto está muito para além da abrangência histórica das Ordens Militares que nos deixaram uma herança que extravasa a singularidade provinda de exemplares arquitectónicos. É, sem dúvida, indiscutível o legado que foi deixado, inclusive na nossa própria identidade. É-o, de igual forma, nos contornos da influência exercida nos processos de reconquista e repovoamento, bem como em torno da jurisdição territorial, ainda que a mesma tenha sido, inúmeras vezes, objecto de abusos e usurpações. Obviamente, não venho aqui para uma exaltação dos feitos dos freires guerreiros...
O que motiva esta superficial abordagem reside na notícia constante da última página do "Boletim Municipal" do pretérito Setembro: «MACEDO INTEGRA REDE INTERNACIONAL DE ROTAS MILITARES». Confesso que me causou algum espanto, não desprezando as recentes ligações estabelecidas com a Fundação Aljubarrota e com a preponderância de um herói macedense para o desfecho da tão celebrada batalha. E não menosprezando as incursões do Condestável e do Mestre de Avis a colocar em ordem o Alcaide de Bragança, mais virado para as intenções do João do outro lado de lá da fronteira. Ou as equivalentes de Sancho I quando teve que colocar o sobrinho Afonso IX em sentido pelos seus abusos em terra bragançanas.
Fiquei a saber que integramos a Rota dos Cavaleiros de Malta. Regressando aos exemplares arquitectónicos, diz-me a minha suprema ignorância que o mais próximo que temos do concelho (e com efeitos tardios) é o que resta do castelo de Algoso. Contudo, pensar em Cavaleiros de Malta remete-nos de imediato para a actual freguesia dos Olmos e para a antiga aldeia de São Cristóvão que, lá para os séc. XVII ou XVIII viu o seu nome adulterado para Malta. À semelhança de outras Malta que marcam a toponímia deste país (e tenho uma aqui bem ao lado da minha terra adoptiva), a do concelho macedense deverá a sua nomenclatura à Ordem que, até ao séc. XVI, foi a dos Hospitalários.
Uma tal Ordem de monges guerreiros que teve o primevo beneplácito da trisavó de Afonso, o terceiro. O tal através do qual ficámos a saber, por via das suas Inquirições, que a dita Ordem do Hospital já era detentora dos direitos sobre a "vila" de São Cristóvão desde, pelo menos, o tempo do seu avô, o Sancho "velho", ou seja, o primeiro.
Se a esta parcela acrescentarmos as de Castro Roupal, Morais, Talhas, Salselas, Valdrez e a extinta Banreses (só para citar as possessões com semelhante âmbito territorial), ficamos a saber que a futura Ordem de Malta era possuidora de uma larga fatia territorial no leste do actual concelho. Contudo, não estando esta porção de território abrangida pela cintura fronteiriça com o vizinho Reino de Leão, não foi bafejada pela construção de baluartes defensivos, contrariamente ao sucedido nos exteriores concelhos limítrofes. Se encontro justificação para o "Territoria Ordinum" em cidades onde as Ordens de Cavalaria deixaram bem vincado o seu testemunho, nomeadamente no urbanismo, fico um pouco surpreendido com esta adesão de Macedo a um projecto de âmbito supranacional.
É verdade que, para lá dos Hospitalários, os Templários também por cá andaram a distribuir "traulitada", bem como os não menos "trauliteiros" monges beneditinos de Castro de Avelãs, entre outros do lado de lá da fronteira. É também verdade que, ainda que indirectamente, por cá foi deixada a marca da Ordem de Avis. Mas daí a uma "Rota Militar" vai uma grande distância... Distância menor é aquela a que se encontra a minha pulga atrás da orelha, acrescida do sorriso que é gerado por esta adesão a um projecto internacional que, sendo conhecedor do que se passa por bandas de Castela, Leão, Aragão e afins, me deixa com uma saborosa ansiedade em relação às implicações futuras que um "Territoria Ordinum" possa ter na minha terrinha que já tem uma Rota dos Cavaleiros de Malta, os quais, curiosamente, têm um dos seus expoentes máximos bem aqui ao meu lado, na freguesia onde produzem um fermentado cerealífero que tem na sua constituição um tal de lúpulo que, dizem-me, é maioritariamente proveniente da minha paixão além-Marão... Não é por nada, mas "stou cada bez mai contcho cum a nha terra"... E não é pelo Campo de Golfe...
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