Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







sexta-feira, 11 de abril de 2008

Linha do Tua - Cousas de Escárnio e Maldizer

A Linha do Tua deixou-me marcas indeléveis. Não serei exemplar único no mundo daqueles nos quais corre sangue transmontano. E, creio, em todos os que experimentaram, por uma vez que tenha sido, a "montanha-russa" do Tua. Venho assistindo, como todos, aliás, às insistentes notícias na comunicação social acerca da já tão famigerada Linha do Tua. Se não é pela mais que provável barragem, surge um qualquer acidente ou, de forma mais recatada e regional, a ocupação dos terrenos anexos à antiga Estação da CP de Macedo de Cavaleiros, transformando-a num apeadeiro de campismo ou caravanismo mais ou menos selvagem.
A Linha do Tua faz parte da História de Portugal - e, perdoem-me a presunção, faz parte da minha História. Senão, vejamos: o meu primeiro acampamento escutista foi feito nos terrenos ao lado de uma ponte ferroviária próxima de Vale da Porca (aquela que se pode apreciar no conjunto de fotos identificada como "Ponte I"). Nessa altura ainda circulava o comboio a vapor que nos fazia zarpar das proximidades do rio, quando o dito se aproximava, com o receio de sermos incendiados pelo "cavalo de fogo"; a minha primeira viagem de comboio decorreu entre Macedo e os Cortiços; ao longo dos meus anos de estudante, mercê da titularidade de um Cartão Jovem da CP, aproveitava as Linhas do Douro e do Tua para as minhas deslocações de fim-de-semana. É-me, de todo, impossível, esquecer a azáfama na Estação do Tua para conseguir o melhor lugar nas "napolitanas" encarnadas para uma viagem que tinha início cerca das 11h00 e terminava perto das 14h00 em Macedo. Eram três horas de pura adrenalina, um misto de ânsia na chegada e de receio que um qualquer dia as barreiras erguidas a força de braços e suor no séc. XIX cedessesm. Nunca cederam... Pelos vistos, as cedências apenas ocorrem quando existe a clara intenção de encerrar, em definitivo, o que resta deste pedaço de História... Coincidências ou ironias de um saudosista... Jamais me esquecerei dos aromas das carruagens, da paisagem abismal até perto de Mirandela, da forma como transformava os degraus de acesso à carruagem enquanto fazia aquilo que, nos dias de hoje, é considerado crime - fumar um cigarro, acompanhado pelas brisa e paisagens deslumbrantes. A aproximação a Mirandela incrementava a ânsia de chegar... Carvalhais... Romeu... Cortiços... Grijó... E a recta que antecedia a inalcançável "Estação"...

Sem comentários: