Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sussurros do Além

Há gestos inimitáveis, pedaços inexplicáveis gerados pela vontade de olhar uma terra com a distinção que a mesma merece. Por vezes, o eco das "Cousas" tem o sabor da utopia, a magia do infinito. Reconforta... O mail das "Cousas" foi recheado a surpresa. Uma inultrapassável surpresa, direi eu... Se o herói macedense não está vivo, algures num qualquer mítico universo, as suas perseverança e coragem substituíram a maça por um teclado... Não há Sandoval, há apenas outras coisas mais... Passo a transcrevê-las, com a devida vénia ao Martim...

«Caro Cavaleiro Andante.

Quer acredite ou não, a tecnologia celestial do século XIV dá-me para ir acompanhando os seus escritos e fico sempre emocionado quando os leio, só espero, como aquele que de vez em quando passa por aqui, um tal D. Quixote, que as suas palavras não sejam levadas, como as dele, pelos ventos que fazem mover os moinhos. Não no que diz respeito à minha pessoa, mas pelo que temos em comum, o gosto pelo torrão de terra que nos viu parir. Neste meu tempo ainda não existia a aerovip, nem tão pouco automóvel, ou a rede expresso e creia-me que não foi fácil andar, trotando ou galopando, fazendo intermináveis jornadas para levar o nome dos “Macedo” ao centro das emoções, ao centro das decisões, ao centro do mundo. Ir do umbigo ao coração, a distância era enorme e não somente a distância de um palmo. Mas, contrariamente ao que se possa pensar, no meu tempo viajava-se muito, explicarei mais tarde.

Estamos de acordo que, Macedo dos meus Cavaleiros, deveria, há muito, constar da história deste reino/república que se chama, há mais de 800 anos, Portugal e não por mim. Ainda há dias encontrei-me com o Vasco Pires, como deve saber, um da estripe dos Chacins, bisneto do Nuno Martins, o rapaz que acompanhava o conde estabre. Estivemos a recordar histórias do bisavô, homem Macedense de grande estatuto e de grande merecimento a quem lhe deveis maior reconhecimento.

Quanto a mim e aquilo que foram os meus feitos, mais não fui que fiel a quem sempre me tratou bem e em quem sempre confiei, o meu Rei e Senhor a quem justamente servi. Aquilo que se passou no campo de São Jorge, foi somente, como diria alguém do seu tempo, “ o homem certo no local certo e no momento certo”, mas aquele Sandoval estava mesmo a pedi-las. O meu Rei lá me encheu de terras e mercês, mas algumas foram, quase presentes envenenados, como aquela do Outeiro que me obrigava amiúde a guerrear com os nossos arqui-inimigos castelhanos, mas vá lá, as fazendas compensavam. Ainda não havia a mania das condecorações, recebia-se em géneros, o que era bem mais confortável.

Após a batalha real, aquilo a que vocês modernamente chamam Nação, quase que não existia, mas o seu resultado final (há quem diga que tive alguma coisa a ver com isso) serviu para nos galvanizar, para nos reorganizarmos como reino e assim partirmos para o maior e mais glorioso feito que uma nação poderia almejar – a descoberta geográfica do mundo onde hoje viveis – essa galvanização que nos tempos contemporâneos (a psicologia) lhe chamais auto-estima, abrangeu toda a colectividade (apesar de sermos poucos e com grandes carências, tempos de muita fome e maleitas), estava no seu máximo, nunca teríamos conseguido realizar tais feitos se não estivéssemos imbuídos nesse estado de espírito.

Como eu venerei todos os meus antepassados zelas, os tais que começaram a domar este torrão macedense, tendo sido por eles que tive a vida sacrificada que tive, também não vos ficaria mal lembrarem-se um pouco de todos aqueles que vos antecederam e vos transmitiram os genes, dos quais muito se podem orgulhar – olhem que vos faria bem à auto-estima.

Martim Gonçalves de Macedo»

3 comentários:

deep disse...

Ele há gente importante! Até as figuras históricas as visitam. :)

Madredeus por aqui... há muito tempo que não ouvia.

deep disse...

Bem, espero que ninguém repare no erro de concordância óbvio comentário anterior. :(

Cavaleiro Andante disse...

:) Costumo dizer imensas vezes: cada um tem aquilo que merece... Até ser visitado pelos saudosos Madredeus... "Ele há cousas lubadas da breca, atão num há"...