Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A ignomínia do asfalto

O horrendo da sinistralidade também pode, por vezes, residir na aleatoriedade do macabro. Os últimos registos no cruzamento de Vale de Nogueira são a infeliz prova disso. Ao ler o relato da ceifa de mais vidas pelo fatídico IP4, a minha memória foi assolada pelos arrepios que me transtornam o espírito sempre que resolvo invadir a unicidade do Azibo. No regresso da invasão, apenas… A aproximação da reentrada no IP4, por muito empenho que coloque no alheamento de um inqualificável cruzamento, tolda-me o discernimento, pela irresponsabilidade de quem o projectou. Porque tenho consciência que, por muitas cautelas que tome, um dia posso ser o bafejado pela fava. Basta uma ligeiríssima distração para me candidatar a fazer parte de uma lista negra na qual não desejo estar incluído. Foi necessário trovejar incessantemente para apelar a Santa Bárbara… A crer no que é veiculado pela imprensa, na próxima época balnear já não será necessário atravessar o Cabo das Tormentas. Tratar-se-á de um remendo, apenas uma forma ilusória de não andar com as calças rotas. Disfarça… Um disfarce que vem na mesma senda daqueles com que o mutismo transmontano vem sendo alimentado. Dão-nos fast-food, comemos, enrugamos a cara e… calamos. Somos olhados como se a gente que se esconde para lá do Marão se tratasse de uma casta menor. Uma casta que não merece mais que um IP4 enferrujado pelo tempo. E promessas sempre adiadas, deste país que, ele sim, não merece a gente brotada no seu recanto nordeste. Uma gente que se entrega ao silêncio, deixando-se embalar pelas cantigas dos bandidos que lhe vão sugando a seiva e o pouco que tem. Prestamos vassalagem a um Estado que nos amputa os membros, castra-nos, retira-nos serviços básicos, deixa-nos entregues aos sortilégios de vias de comunicação mal amanhadas. E engana-nos com presentes embrulhados a veneno… Entretanto, a gente vai envelhecendo… E morrendo… Nem que seja a atravessar o IP4… Foto: Guillaume Pazat / Kameraphoto

4 comentários:

Sequeira disse...

Concordo com o texto do inicio ao fim! Aliás, se havia texto que descrevesse toda a angústia que sinto acerca da posição do povinho do litoral em relação aos transmontanos e a Trás-os-Montes, era sem dúvida, este.

Tive que sair da minha terra para perceber o quanto gosto dela e para a defender das fortes tentativas de ridicularização que vai sofrendo cá pelas terras do litoral. Mas infelizmente o que a comunicação social lhes dá a comer e o seu cérebro diminuto lhes permite, vai sendo mais forte que as minhas palavras e/ou acções.

Mas um dia tudo isto será diferente...

Saudações Macedenses. ;)

Cavaleiro Andante disse...

Obrigado! Um agradecimento que não tem a génese na sua concordância, mas sim no facto de sentir que não estou sozinho. É de gente do seu calibre que Macedo precisa. Fico grato sempre que constato que há macedenses com orgulho na sua proveniência. Seja sempre bem vindo às Cousas! Retribuo as saudações (imensamente!) macedenses! (e fico à espera de um não menos bem vindo qualquer contributo de opinião, através do mail das Cousas...)

deep disse...

No cruzamento do Azibo, já de si mau, a visibilidade diminuiu depois que resolveram colocar aqueles separadores. Sempre que tenho que o atravessar, tremo, sobretudo também porque os carros passam, por norma, numa velocidade louca.

Infelizmente, acontece sempre o mesmo: "depois de casa rouba, trancas à porta". Foi preciso a tragédia repetir-se e, como disse, com contornos macabros, para quem de direito percebesse a urgência de se solucionar o problema. Lamentável também é que os senhores que devem defender os nossos interesses no "Olimpo Luso" estejam mais preocupados com lavagem de roupa suja política e em garantir a própria "sobrevivência". :)

deep disse...

"roubada", queria eu dizer!