Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Dores de alma

Pode parecer obsceno, à luz de certos conceitos instituídos, mas perdi um pedaço da minha alma macedense. Há paixões assim, que nos acompanham, anormalmente, durante 16 anos das nossas vidas. Surgem da loucura da paixão canina, pequenos, indefesos, aguardando impacientemente pelos cuidados dos donos. E crescem, ao sabor de loucas brincadeiras, na quase insanidade de idiotices infantis, corridas desenfreadas atrás de uma bola, lutas simuladas. E nunca nos preparamos convenientemente para a partida. Mesmo que o calendário vá sendo rasgado de forma inexorável. Enganamo-nos, pensando que haverá sempre uma nova ida a Macedo, com a paixão canina, ainda que debilitada pelo peso dos anos, aguardando impacientemente o inconfundível assobio do dono. No Natal, tinha-lhe dado um beijo sentido, daqueles que dizem não dever dar-se a um cão, agradecendo-lhe a paciência por, mesmo doente, ter acedido ao meu pedido de aguardar a passagem de mais umas Festas. Tinha-lhe dito para esperar uma semana mais, que o dono por lá estaria outra vez. Esperou, mas a neve não deixou o dono passar... E ele cansou-se da espera, ou não quis que o dono o visse sem vida... Talvez pela tanta vida que me deu... Há dores inexplicáveis, vazios difíceis de preencher... Não era um cão, era uma parte de mim...

2 comentários:

deep disse...

Compreendo perfeitamente esse vazio. Não sou muito dada a animais, confesso, mas, em tempos, afeiçoei-me a um cão que havia lá em casa. Era tão meigo e fiel que me esquecia frequentemente que era um cão, parecia-me mais uma pessoa. Quando desapareceu sem se perceber como, senti esse vazio e ainda hoje, quando vejo fotografias dele, sinto saudades. Não há nada a fazer, só esperar que o tempo amenize esse sentimento...

Um abraço transmontano. :)

P.S. - Dizem os entendidos que vamos ter neve de novo.

Cavaleiro Andante disse...

Obrigado pela solidariedade e por esse calor transmontano. :)