Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Caçar o Turismo

A curta existência das Cousas tem deixado espaço para as manifestações de júbilo pela proliferação de eventos de carácter cultural que vão pontuando o ano macedense. Em algumas ocasiões, exacerbando os mesmos por compreensíveis efeitos da genética... O desfilar do calendário apresta-se para nos brindar com mais um (já) ícone da cultura macedense: a Feira da Caça e do Turismo. Mesmo considerando as variações de nomenclatura, é indesmentível que uma 14ª edição, não sendo idade de monta, é já uma respeitável idade para um evento com estas características. Como em tudo na vida, não há bela sem senão... O primeiro senão provém das contingências da utilização de novas tecnologias. Infantilmente, diverte-me a omissão do "c de cedilha" nos endereços electrónicos. Confesso que, dar de caras com uma "feira da caca", arranca-me irreprimíveis gargalhadas. Cousas, sem reflexo na prática... Idêntico fenómeno já não é gerado por coisas mais sérias. Bastante mais sérias, a meu ver, claro está. Ainda recentemente lia, não me recordo a proveniência, acerca do amargo de boca sentido por turistas apreciadores dos encantos do Azibo, pela ausência de unidades hoteleiras, na verdaderia acepção da palavra, no concelho de Macedo de Cavaleiros. Mencionavam os inconvenientes de terem que se deslocar diariamente para Bragança por não conseguirem instalar-se condignamente em Macedo, ressaltando da entrevista a "anomalia" de terem trocado o mar do Algarve pelo mar de pedras, como destino turístico. Obviamente, reconheciam a existência de oferta de estruturas para turismo rural, mas tocaram na ferida. Uma ferida que passou a sangrar incessantemente a partir do dia em que o sonho de Manuel Pinto de Azevedo viu as suas portas fechadas. Dêem-se todas as voltas mentais e consigam-se todas as eventuais desculpas, o caminho vai dar sempre à mesma incontornabilidade: não temos um Hotel em Macedo! Cousa rara, porque até em qualquer "Vila Nova de Trás da Salada" há um hotel. Um mísero hotel, raios!, um três estrelinhas que seja... É confrangedor consultar a consideravelmente bem elaborada página electrónica da Feira da Caça e Turismo e depararmo-nos com as ofertas de Hotelaria quando acedemos ao apartado "Onde ficar". Confrangedor, repito... Sem menosprezo pelas entidades que da listagem constam. Não deixo, no entanto, de assumir que, caso não tivesse a minha privada hospedaria macedense, jamais incluiria Macedo nos meus possíveis destinos de férias ou de um simples fim-de-semana "vá para fora cá dentro". Por ausência de encantos? Não, porque eles proliferam, de Bornes à Nogueira, do Azibo a Morais. Por ausência de monumentalidade? Não temos os Jerónimos, mas temos Balsemão, a Senhora do Campo, as Igrejas de Vilarinho de Agrochão, Vinhas, Podence, Bornes... Não possuimos nenhum Templo de Diana, mas os Romanos também por cá deixaram as suas marcas para os lados de Lamalonga, Argana, Vila Nova da Rainha, Salselas... Estamos ao lado da Cultura Castreja do Noroeste, mas temos legados únicos como a Fraga dos Corvos, a Terronha de Pinhovelo, o Bovinho, o Cramanchão... O Vale do Côa fica mais para sul, mas temos o Vale do Sabor, a Levada Velha, o Forno da Velha, e o Azibo, com a sua Ilha do Fidalgo e a sua Fraga da Pegada... E, como bem recorda a página electrónica acima mencionada, somos detentores de um mundo que inclui um Museu de Arte Sacra, uma Casa do Careto, uma Sala Museu de Arqueologia, um Museu Rural de Salselas, um Complexo Geológico de Morais, uma Paisagem Protegida do Azibo... Então, porque não incluiria a riqueza natural, histórica, arqueológica, museológica, etnográfica, geológica de Macedo de Cavaleiros nos meus roteiros turísticos? Porque não teria "Onde ficar"...

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