«Quando estiveres com um grupo de pessoas que não conheças, não digas que és transmontano, porque é natural que os outros, não o sendo, se sintam inferiorizados.» Almirante Sarmento Rodrigues (transmontano de Freixo de Espada à Cinta) para Adriano Moreira (transmontano de Macedo de Cavaleiros) - excerto de um artigo de Edite Estrela (transmontana de Carrazeda de Ansiães), JN - 17.02.2002, sobre outro transmontano (de Macedo de Cavaleiros): Raul Rego.
Vem tudo isto a propósito de mais uma distinção atribuída a Adriano Moreira, uma figura com tanto de ímpar, como de polémico, no panorama da política portuguesa (ex-Ministro do Ultramar, ex-deputado, ex-presidente partidário, ex-muitas coisas mais e delfim da ainda mais polémica figura de Salazar). Não surpreende a atribuição do Prémio da Cultura 2009 por parte da Igreja Católica. Surpreenderia muito mais se o galardoado fosse Mário Soares ou, a título póstumo, Álvaro Cunhal. Mas não estou aqui para julgar o mérito ou demérito do premiado (ainda que estivesse, quem sou eu para julgar...). A referência aqui trazida reduz-se à singeleza de manifestar o meu apreço pela distinção a um conterrâneo, ao seu percurso e à sua visão única manifestada em obras como «Política Ultramarina» ou «Saneamento Nacional». Contudo, trilhos políticos à parte, são deliciosas, "transmontanamente" falando, algumas passagens da sua biografia «A Espuma do Tempo - Memórias do Tempo de Vésperas», recentemente editada . Mesmo considerando a óbvia conotação ao Estado Novo, não deixam de ser sublimes alguns episódios, demonstrativos, quiçá, de um carácter vincadamente transmontano. Como aquele em que Salazar, discordando de algumas das suas reformas, se lhe dirige nestes termos: «Peço-lhe que seja mais suave e que abrande o seu reformismo, mudando a sua política». Ao que Adriano Moreira retorquiu: «Será então talvez melhor mudar de ministro». Nutro uma imensa admiração pelo conterrâneo de Grijó, ainda que discorde de algumas posições por ele assumidas. Talvez sejam mais aquelas com as quais me identifico... Contudo, uma há que gostaria de, um dia, perceber. A mesma é representada pelo amargo de boca que me ficou após a doação do seu espólio à cidade de Bragança. Porquê a Bragança? Porque não a Grijó ou a Macedo, a terra ou o concelho que o viram nascer? Será pelo facto de Macedo não estar dotado de um Museu?... Terá a cidade de Bragança maior visibilidade? Ou existirá algum tipo de dívida de gratidão à capital de distrito?... Sei lá... Ou saberei?...
Bem Vindo às Cousas
Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :
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