Dissecar os resultados de umas Eleições Legislativas num âmbito concelhio poderá revelar-se enfadonha tarefa. Especialmente para todos os que, naturalmente, não nutrem particular apreço por números e, particularmente, por estatísticas e afins. O que não é o caso deste Cavaleiro Andante... Vale, essencialmente, pelas curiosidades... Para os interessados, e para uma mais detalhada informação, façam o favor de consultar http://www.legislativas2011.mj.pt/territorio-nacional.html#...
E, pois... Para não contrariar a corrente alaranjada saída destas eleições, o mapa concelhio ficou pintado a tonalidades de vitamina C. Sinais dos tempos, consequências históricas, hábitos... Hegemonia quebrada pelas pequenas, mas digníssimas, freguesias de Vilar do Monte e Santa Combinha. Se a primeira saiu pintalgada a rosa, a segunda, afinidades com a água da albufeira, ficou decorada a azul. Isolados resistentes que, por representarem apenas 1,45% do total de votantes, não beliscaram sequer a onda laranja. Mas fica-lhes o troféu da diferença... E por feita menção a total de votantes, uma reverenciada vénia aos 9.146 que "desalaparam a peidola" de casa para ir depositar a sua vontade em forma de cruzinha (ou em alternativas formas). Aos restantes 9.989 deixo o meu lamento pelo alheamento e por contribuirem para a magnífica taxa de abstenção de 52,20%, desconto feito aos abstencionistas virtuais, seja pelas contingências da ordem natural da vida, seja pela irresponsabilidade de quem deveria gerir os cadernos eleitorais de mais profícua forma. Mas adiante, que é longo o processional cortejo... Com um louvor especial para a Amendoeira, inquestionável vencedora dos direito e dever cívicos, medalha de ouro da luta anti-abstenção com uma magnífica performance de uns "míseros" 35,15% de abstencionistas (indo a prata para Vilar do Monte - 39,31% - e o bronze para Corujas com 42,53%). Nos antípodas, como já habitual vem sendo, a segunda maior freguesia do concelho em termos populacionais: Morais, com os seus inusitados 69,51% de "baldas" ao acto eleitoral. Efectivamente, este parece um fenómeno do Entroncamento, dada a persistência ao longo das últimas eleições. Senhores da Junta de Freguesia de Morais, ainda bem recentemente por aí andei às voltas e os únicos fantasmas que vi foram as pedras da igreja da Sra. do Monte. Ou talvez não... Mas, subjectivas avaliações dadas a conjecturas várias, discutíveis afinidades, divida-se o território concelhio em seis distintas regiões: o Noroeste (Lamalonga, Vilarinho de Agrochão, Arcas, Vilarinho do Monte e Ala); o Nordeste (Murçós, Espadanedo, Soutelo Mourisco, Ferreira, Edroso, Corujas, Lamas, Podence e Santa Combinha); a freguesia de Macedo; o Centro (Sesulfe, Amendoeira, Vale de Prados, Vale da Porca, Castelãos, Carrapatas e Cortiços); o Sudoeste (Burga, Bornes, Vale Benfeito, Grijó, Vilar do Monte, Olmos e Chacim); e, finalmente, o Sudeste (Salselas, Vinhas, Bagueixe, Talhinhas, Talhas, Morais, Lagoa, Lombo e Peredo). E deixem-se voar análises outras... Nada que surpreenda desmesuradamente, é nos extremos Leste (NE e SE) que o fenómeno do alheamento eleitoral é mais vincado, com taxas de abstenção que se situam entre os 57e os 58%. Já nos homólogos ocidentais, o intervalo é de 54 a 56%. É na área em redor da sede concelhia que se situam os mais baixos níveis de abstenção, com valores abaixo dos 50%, oscilando entre pouco mais de 46% na freguesia de Macedo e os quase 48% nas freguesias englobadas no apartado "Centro". Parece inegável que nas imediações do ambiente "urbano" a afluência às urnas é mais notória, cavando-se um fosso à medida que surge o afastamento da sede concelhia. Fenómeno normal da interioridade, parece ser. Mas regressemos à abstenção concelhia... Descontando o valor de "eleitores-fantasmas" que as estimativas apontam para um número a rondar os 10%, ainda assim ficar-se-ia com uma taxa de abstenção de cerca de 49,8%. Como justificar este desprezo de metade da população macedense votante por um direito conquistado pela democracia? Para lá do natural desencanto por sucessivos anos de "cauda da Europa", acrescido dos mediáticos escândalos de políticos e seus acólitos em vivência de desregrada impunidade, talvez o problema resida também nos fenómenos migratórios. Pessoalmente, conheço um grande grupo de dignos macedenses que, afastados há anos da sua terra-natal, nunca se sentiram motivados a proceder à alteração do seu recenseamento eleitoral. Serão justificante suficiente para esta rejeição democrática? Representarão uma fatia do todo, mas não de tal forma aberrante que justifiquem esse mesmo todo... Talvez seja apenas o "são todos iguais" ou um banal "a política não me interessa, eles é que se governam"... No entanto, pegando no recente platónico recurso de um amigo, «Uma das penalizações por nos recusarmos a participar na política é que acabamos por ser governados por outros piores do que nós». Porque o desinteresse pode ser manifestado por outras vias, democráticas de igual forma: os Brancos e os Nulos. Estas silenciosas formas de protesto (ou, cada vez menos, de iliteracia), não contrariando o expectável, resumem-se ao residual. Contudo, são as freguesias englobadas a Sudeste as que se destacam no bolo dos "Brancos" e dos "Nulos", superando consideravelmente a média concelhia (2,02% de votos em branco e 1,25% de votos nulos). Não é de espantar que sejam o Lombo e Lagoa a liderar o pelotão dos "Brancos" com 5,15% e 4,69% dos votos, respectivamente. Assim como não causa espanto que Talhinhas, com os seus 5,08% se destaque nos "Nulos". Maior surpresa, relativizada pela diminuta quantidade de votantes, é a notação de que o "Partido dos Votos Nulos" é a terceira força política em Soutelo Mourisco, com uns inusitados 10,26%!!! Realce ainda, pela excepção, para Ferreira e Santa Combinha, únicas freguesias onde os "Brancos" e os "Nulos" são ostracizados por completo. Como já vai a procissão longa, deixo para depois as restantes avaliações e curiosidades "coloridas"...
Bem Vindo às Cousas
Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :
Sem comentários:
Enviar um comentário