Ora, regressemos ao repetidamente magnífico MACEDO NÃO PARA... E a Chacim... «A história do concelho de Macedo de Cavaleiros cruza-se a (este "a" está mesmo lá) com a história de Chacim...». Até aqui, nada a opor. É "berdade, berdadinha"... E prossegue a dissertação com «...uma pequena freguesia que hoje tem cerca de 265 habitantes, mas que até 1853 foi a sede do município»... "Oh c'um caralhitchas! Mas atão algua freguesia do mou concelho pode ser tchamada de piquena? Bô???!!!". Porém, que "num troç'á porc'ó rabo por ua cousa assim"... Mas, e "atão Cortiços"? Era sede do quê? Em regressão temporal até ao tal ano de 1853, o concelho de Macedo de Cavaleiros foi parido inicialmente com 32 freguesias (digo eu, que não faço parte da Comissão Científica da "Coltura"): uma desanexada do concelho de Bragança, outra do de Izeda, duas do de Torre de D. Chama, onze do extinto concelho de Chacim e... dezassete do extinto concelho de Cortiços. DEZASSETE!!! Mas perdoe-se o lapso, porque dizem os documentos oficiais que, formalmente, o neófito concelho foi formado à custa de Chacim, mesmo que os conterrâneos de Cortiços possam ficar "imbutchinados" pela secundarização política, coisa que não merecem, de facto. Afinal, foram os maiores contribuidores para a nova divisão administrativa...
E prossegue a douta dissertação sobre a nobre Chacim, fazendo referência ao Real Filatório. Reconheço que o nome é pomposo... R E A L F I L A T Ó R I O... No entanto, em documento oficial algum, tempos outros de régias vontades, o dito vem referenciado como tal. Na tacanhez do emanado pelo "mais vale parecê-lo que sê-lo", nós tínhamos uma REAL FÁBRICA DE SEDAS, não um tal de Real Filatório! O tal de filatório era a máquina de fiação... Em relação ao qual se refere o boletim oficial: «O trabalho de investigação realizado por vários investigadores do nosso país não parece ter revelado, até ao momento, a existência desta dobadoura mecância sendo o trabalho realizado manualmente pelas mulheres». "Jesus Cristo, balha-me Deus No'Senhor"!... Os investigadores a que se referem fazem parte da vossa Comissão Científica? Que desapontamento... Começo a desejar ter-me submetido à dita Comissão Científica proposta pela senhora Chanceler da "Coltura"... Desconheço se em terras nas quais o desprezível Junot foi nomeado Duque por Napoleão terá havido seda. Mas houve uma escritora, esposa do dito, ao que parece, sob o pseudónimo de Duquesa de Abrantes. Não deve a douta ter reparado que o dito filatório foi construído em Lisboa e transportado, sob escolta militar, até Chacim, lá para o longínquo mês de Julho de 1787... Pois... Era de madeira, e perecível é a dita... Ah! E depois da venda em hasta pública, o dito filatório, se ainda se mantivesse nas instalações, deve ter sido consumido pelo fogo que assolou o complexo transformado, entretanto, em estábulo...
Um tal de complexo em relação ao qual, diz o boletim oficial: «A fábrica laborou até 1807, aquando das primeiras invasões francesas»... Dizem os ignorantes não constituintes da dita Comissão Científica que a Real Fábrica de Sedas ainda laborava em 1820. E que só encerrou definitvamente em 1834. Coisa de somenos importância. Afinal acertaram no século em que fechou a laboração... Desconheço é se acertaram quando dizem que «A investigação levou à classificação do edifício por parte do IPPAR». "Bô? Adonde é q'stá o Decreto?»...
"E ó depeis"... A história de Chacim é de tal forma grandiosa que o primeiro volume, "Chacim - Espaço de Lendas, Terra do Mordomo-mor do Rei", só nos faz viajar até ao séc. XVI. Embora assim seja, aconselharia vivamente a "Coltura" a passar-lhe uma vista de olhos... Talvez no próximo MACEDO NÃO PARA pedissem desculpa aos chacinenses pelos ultrajes... E pela omissão do tanto que Chacim possui... D. Nuno Martins de Chacim, o tal que, conjuntamente com o primo Mendo Gonçalves, deu o epíteto "dos Cavaleiros" a Macedo (o "de Cavaleiros" é adulteração do séc. XIX), deverá estar a desembainhar a espada neste momento...
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