Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







quinta-feira, 24 de setembro de 2020

As "senaras" e a Praça dos Segadores


Nem tudo são espinhos no âmbito da Cultura. Também há pétalas, e de menosprezos não incitando os espinhos, preferível é valorizar as segundas. E louvores à escolha do nome de um evento, ainda que fora de época, vivas à originalidade, maior louvor à homenagem aos nossos segadores (e aos que do exterior provinham), e maior ainda à lembrança de que o meu concelho, "politiquices" à parte, era conhecido como o "concelho da fouce". 

Honestamente, muito apreciaria "fitchar a matraca", de convulsões não afectaria as sensibilidades dos "toca e foge", e sinal seria de que finadas estavam as adulterções à história da minha cidade e do meu concelho. Mas, "c'um catantcho", tal desiderato não permitem. Porque a excelsa Comissão Científica, aquela à qual queriam submeter-me em clara vertigem de político arremesso, insiste em "cada cagadela, sua troca", em (in)feliz deturpação de um paralelo e semelhante "cada tiro, seu melro". De incondicional apoio a cada manifestação cultural que eleve o meu concelho, a minha cidade, naturalmente aplaudo qualquer despertar de consciências que altere o panorama cultural da minha terra. Mas... 

De inquestionável apreço ao intocável trabalho de Antônio Houaiss, não obstante ter contribuído para um "aborto" ortográfico que deturpou latinos étimos, aí incluída a adulteração do nosso "António", e de não menor qualidade o fantástico trabalho do ISCTE, uma Comissão Científica, de regras tantas de submissão a monografias, teses, artigos e demais dissertações, deveria ter optado por outras citações sobre etimologia. Da presunção a verborreia, a bibliografia a propósito de "sernas", "senaras" e demais heranças pré-latinas do nosso idioma, abundante não sendo, ultrapassa qualquer "Ciberdúvidas", embora, repita-se e sublinhe-se, o link seja um excelente auxiliar na compreensão. Bastaria ter recorrido ao "abominável" volume onde constam umas não menos "abomináveis" tiradas acerca da origem do nome Cernadela. E por lá se perceberia a referenciada hipotética origem a partir de um dueto de étimos celtas, e a respectiva bibliografia que sustenta tais "aberrações"...    

Mas, por aqui não iria o gato às filhós. Mas já vai quando se lê que os sazonais trabalhadores nas ceifas se "juntavam na Praça dos Segadores". E aí até a porca torce o rabo... Porque dizem os peritos em História Contemporânea da minha cidade que, de facto, se juntavam na Praça Agostinho Valente ou, alternativamente, no antigo Largo dos Paços do Concelho, onde hoje se situa o Largo Manuel Pinto de Azevedo. "Bá", sabemos que é tudo perto, mas, repetindo anterior tirada, a César o que é de César. Em justa homenagem aos que vinham munidos de "seitouras" e "dedeiras" em busca de jeiras, não apenas num "dos maiores centros de produção de cereais do País", mas naquele que apenas era suplantado em ceralífera produção pelo alentejano concelho de Beja. Coisa de somenos importância, dirá a Comissão Científica da Cultura... 

E em louvores permanecendo, cá não estou apenas para "massacrar" a Chancelaria. De "bez'im quando", não desvalorizando a habitual e recorrente falta de rigor, valorizar se devem as iniciativas que tragam algum oxigénio à cidade. E venham de lá mais "Senaras" e outras orçamentais dotações para a Cultura. 

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