Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







terça-feira, 23 de março de 2010

O João Semana de Talhas

Há jantares especiais. Daquelas refeições temperadas com a simplicidade do ser, caras lavradas pela charrua do tempo, gente só e desamparada, gente que vive sem consciência ter que outra gente há que a sua existência desconhece. Talhas... Uma aldeia, das muitas aldeias que constam do rol cujas coordenadas geográficas, para os senhores que se pavoneiam pelos corredores de São Bento, se resumem a "cu do mundo"ºN-"cu do mundo"ºW... Uma aldeia cujo futuro se escreve a letras reumáticas. Uma aldeia, que poderia ser uma qualquer outra, que fez repousar, com as suas cores, com o seu sotaque, os talheres que ajudavam a saciar o estômago. Órgão que, repentinamente, entrou em animada convulsão, enquanto, mais acima, a emoção ia apertando o peito, e os sacos lacrimais se aprestavam para expelir uma tímida gota. Gente votada ao abandono, uma réstia de esperança na cavalgadura que ampare o desajeitado andar, azedos queixumes de quem vê o sombrio pairar do carrasco que o tempo é. E não há luz que ilumine a sombra... Ou haverá? Neste caso, felizmente, há! Caso isolado, eu sei, mas exemplar, sei-o também. Aquilo a que tive o privilégio de assistir no programa "30 minutos", mais que um médico-autarca que presta um impagável serviço a uma comunidade, é a pureza das emoções de uma aldeia macedense. E, por inerência, caso meu, a raiva por que sinto consumir-me sempre que assisto ao desprezo a que o "meu" mar de pedras é votado. Neste caso, a raiva foi substituída pelo sorriso trazido por gente simples e genuína, do campo nascida, de direitos roubada. Gente que apenas quer alguém que lhe compreenda as dores... Especialmente as que brotam da alma. O Dr. Benjamim parece entender ambas. Sabe-se lá porquê, trouxe-me à memória o secundário personagem de Júlio Dinis... Obrigado...

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