Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







sábado, 21 de fevereiro de 2009

Mascaradas

Gaius Suetonius Tranquillus, ao relatar as Saturnálias Romanas, menciona a forma como aos participantes, entre os quais escravos, lhes era permitido dizer as verdades inconvenientes aos seus senhores, bem como chegar ao extremo de os ridicularizar publicamente. Na abrangência destas festas de carácter hedonístico, onde se honrava Saturno, o deus romano da agricultura, era colocada em prática uma das ideias que, diziam, o mesmo pregava, ou seja, a igualdade entre todos os homens. Pelos vistos, encontramos reminiscências de hipocrisia social em tempos longínquos... Este culto agrário, com eco em tempos anteriores, desde as festas em honra de Dionísio na antiga Grécia até aos cultos pagãos celtas como o Beltane ou o oposto Samhain, celebrando os solstícios e a fertilidade, pode ser considerado o "facanito" ancestral das manifestações ritualizadas que ocorrem, por estes dias, em Podence. Talvez, como antigamente, se celebre o triunfo da luz sobre a escuridão... O que hoje parece desconhecer-se é de que lado está a luz e de que lado estará a escuridão... Esta parece ter-se dissipado um pouco por meados dos anos 70 quando, numa abordagem antropológica sem precedentes, Noémia Delgado resolveu realizar "Máscaras". Talvez tenha despertado uma tradição adormecida... Como para mim já é bastante a máscara que uso durante todo o ano, o "carne vale" ou o "carne levamen" não representa o início de uma pausa de 40 dias relativamente aos excessos cometidos durante o ano e muito menos a abstinência de carne. Sou mais virado "prá tchitcha" e ponto... Nesse aspecto, devo ter ascendência dos Teutões e sou mais adepto dos seus "carrus navalis" e das diversões a eles associadas...Mesmo que não metam subidas até à minha varanda... "Tamém", não tinha salpicões e chouriços para dar... "Bota lá um copo" e longa vida aos Caretos e às tradições transmontanas!

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