
Na minha memória de infância cabem uma série de figuras típicas macedenses. Umas mais que outras, é certo... Não deixo de recordar, com algum sorriso de menino de permeio, o "Charula", o "Mudo", o "Licha", o "Naita", a "Cobrinha"... Entre outros... Mas o que me traz aqui com este rol de recordações é a notícia que, na passada semana, me informava que uma idosa de 80 anos tinha sido atropelada no Largo Manuel Pinto de Azevedo. Infelizmente, a dita idosa acabou por falecer, vítima do mencionado acidente. Pouca gente a conheceria, estava instalada na resignação de um lar, não possuía descendência nem actos relevantes que a transformassem num ícone macedense. Mas, para este Cavaleiro Andante, era a Lucília. Simplesmente, a Lucília, ex-vizinha de muitos anos... Na última época natalícia tinha estado com os meus pirralhos e tinha-me mandado muitos beijinhos, manifestando o desejo de me rever. Fiquei de tal forma sensibilizado que havia prometido a mim mesmo que numa próxima ida a Macedo lhe faria uma visita. Contingências da vida... Já não o poderei fazer... E já não voltarei a ter as moedas de "25 paus" que a Lucília me dava quando ia à Chenop pagar-lhe a luz. Ou quando lhe fazia companhia nos velhos tempos em que a cabine telefónica em frente à farmácia Central era um elo de ligação com o mundo exterior. E também não me voltarei a revoltar porque os gatos dela devoravam os meus pintaínhos...