Morais poderá efectivamente ter sido fundada por um descendente do Senhor de Soria. Ou talvez não... Ter-se-á passado o inverso, dando o fitotopónimo (terra de amoreiras) nomenclatura à família que o povoou? Subjectivamente, creio mais na segunda das hipóteses. O resto soa-me a histórias encantadas... Mas é inegável que os Morais assumiram algum protagonismo a partir de inícios do séc. XIII. Facto consumado pelos registos da assumpção do neto de Gonçalo Rodrigues, Ruy Martins de Moraes, ao posto de alcaide-mor de Bragança pelos finais do séc. XIII - inícios do XIV. A posição de destaque é-nos confirmada pelas Inquirições de D. Dinis, mostrando-nos o "Roy Martyns cavaleiro" como digno "filho d'algo" proprietário de duas quintas em "santandre de moraaes". E prossegue a saga do hábito de alcaidaria, já que o neto, o célebre João Afonso Pimentel, o tal que afinidades gerou com Castela e conduziu, por tal, o Mestre de Avis, o Condestável e o nosso Martim Gonçalves de Macedo a estacionamentos por terras de Castelãos, de igual forma o foi. Bem Vindo às Cousas
Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :
terça-feira, 31 de maio de 2011
Cousas de Morais
Morais poderá efectivamente ter sido fundada por um descendente do Senhor de Soria. Ou talvez não... Ter-se-á passado o inverso, dando o fitotopónimo (terra de amoreiras) nomenclatura à família que o povoou? Subjectivamente, creio mais na segunda das hipóteses. O resto soa-me a histórias encantadas... Mas é inegável que os Morais assumiram algum protagonismo a partir de inícios do séc. XIII. Facto consumado pelos registos da assumpção do neto de Gonçalo Rodrigues, Ruy Martins de Moraes, ao posto de alcaide-mor de Bragança pelos finais do séc. XIII - inícios do XIV. A posição de destaque é-nos confirmada pelas Inquirições de D. Dinis, mostrando-nos o "Roy Martyns cavaleiro" como digno "filho d'algo" proprietário de duas quintas em "santandre de moraaes". E prossegue a saga do hábito de alcaidaria, já que o neto, o célebre João Afonso Pimentel, o tal que afinidades gerou com Castela e conduziu, por tal, o Mestre de Avis, o Condestável e o nosso Martim Gonçalves de Macedo a estacionamentos por terras de Castelãos, de igual forma o foi. sexta-feira, 27 de maio de 2011
A santidade das pedras
Fugas no Reino das Pedras
sábado, 14 de maio de 2011
Balada das rugas tristes
Gemem os velhos, de farrapos tratados, encostados a indistintas memórias de um refulgente passado, num "escano" carcomido pelos anos ou num "motcho" corroído nas articulações de que desprovido está. Sozinhos, preferencialmente sozinhos, no remanso de uma eterna solidão, esquecida gente que um dia gente foi. Vivem à sombra do tempo, abrigo possível no lento esganar, roendo a agonia em sepulcral silêncio, na rapidez de ponteiros que tardam na sua inexorável marcha. O futuro, o indesmentível futuro que a todos toca, servir-se-á em caminhos cravados a ervas daninhas, quem as limpe não há, haja quem sobreviva para as calcar a carpir de despedida última. Se gente sobrar de "companha" para derradeiras viagens...
São os velhos, impiedosas rugas rasgadas a vida, dura e tormentosa vida, testemunhos de um pretérito sulcado a arados feitos de "candiólos", epiderme engelhada a "carambina", "scarabanadas" de trabalhos muitos, faces traçadas a pregas do estio. E merecem tanto carinho os velhos, os nossos velhos, odores de ancestralidade, aromas a genes de pedra. Mas são morbidamente apagados, absorvidos pela esponja de um atroz esquecimento, empurrados de encontro a paredes de xisto, também elas a aguardar um lento finar, verticalmente enfileiradas, quando calha, moribundo silêncio entrecortado pela brisa de uma estatística que lhe desperta o torpor.
O "Retrato Territorial 2009" trouxe-me a evidência do que evidente já era: demograficamente, estamos a definhar de forma lenta e penosa. Em apenas uma década, tão somente um mísero par de lustros, diminuímos a densidade populacional, coisa pouca para o que pouco já era. Veja-se o decréscimo a linguajar trajado a política e descortinar-se-á o positivo: afinal, semelhante fenómeno é visível em cerca de 50% dos concelhos do território português, na sua grande maioria situados no lit... ops... interior. "Co mal dos outros bem m'ou bêjo"! Segue a procissão dos estatísticos indicadores, antes da chegada do "Censos 2011"... O concelho macedense, no período 2000-2009, viu a sua taxa de variação de crescimento natural enquadrada no fabuloso grupo dos que decresceram entre -10 e -4% (há piores)... Coisa medianamente compensada pela equivalente da componente migratória: situamo-nos no pelotão dos que cresceram entre 0 e 3,5%...
A voracidade vai devorando os quadros e mapas, em busca de algo que atenue este triste sentir. Mas nada, nada de nada! A taxa de fecundidade diminuiu, o índice de envelhecimento incrementou... A proporção da população entre 0 e 14 anos teve uma variação negativa, em apenas 10 anos, situada no intervalo de -4,9 a -2,9%. Em contrapartida, a homóloga da população com idade superior a 65 anos teve uma variação positiva entre 2,6 e 4,8%. Oh inclemência dos deuses! Graves actos devem ter sido os desta humilde gente que, como todos, envelhece. Mas não assiste a rejuvenescimento, senta-se, apenas, aguardando na pacatez de uma soalheira tarde, ou amansando o tormento invernal na companhia de um "strafogueiro e uns guiços". Um dia, num não muito longínquo futuro, talvez surjam mais Banreses, frutos em bolorenta compota, vestígios de albergues de vida.
Olhe-se, exemplo extremo, para os destemidos 60 habitantes que os "Censos 2001" apontavam para a excelsa freguesia de Soutelo Mourisco, "ajuntada" com Cabanas e Vilar d'Ouro. Sinta-se, na efemeridade de uma incursão vespertina, o pulsar do silêncio da serra, prenúncio de morte do qual um felino não consegue fazer-nos abstrair, pressintam-se os abutres a sobrevoar a carcaça. Estão lá, ao longe, em sádico sorriso de necrófago que aguarda pacientemente pelo concretizar da coutada... Entretanto, louvem-se os velhos, os nossos velhos, na sua silenciosa e ineficaz contestação do abandono...
(Com uma enorme gratidão ao Paulo Patoleia e ao Valter Cavaleiro pela cedência dos magníficos registos fotográficos)
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Cousas de xisto
POR FAVOR, PREVIAMENTE AO VISIONAMENTO, RETIRE O SOM À "COUSAS RÁDIO"...
Há mundos que se entranham na alma...
Há mundos que se entranham na alma...
domingo, 1 de maio de 2011
Ventos da montanha
Imagem do berço, donatária de memória de vidas na corda bamba da incerteza, quando, numa qualquer Sexta-feira do estio, idos desacertos, se apela ao anjo Urze Pires e ao amigo dentista Simão, juntem-se-lhes os arcanjos "operadores de Mirandela", Mário Rafael e Mexedo, Caiado anestesista, amostra de vida, novel pedaço de memorandos futuros, haveria um dia de parir "cousas" da terra, "cousas" poucas brotadas do orgulho, de imberbe arrancado ao materno ventre por imitações de popular etimologia derivada de pretensos nascimentos de imperadores, cesariana ou cesárea a pintam, incisões num tempo em que os ponteiros eram pautados a sabe-se lá por que corrompido silêncio...
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