Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Martinhadas e Castanhadas


"Ou cousa que se l'apareça"! Havia algo de místico, sobrenatural até. Seria um dia como qualquer outro dia, não ditasse o calendário situar-se na vizinhança de meados de Novembro, algures onde apregoava a tradição haver uma sinopse do estio, dizem-na Verão de um cavaleiro romano que virou bispo por ter corrompido a profecia de vigésimo primeiro século: uma tal de centúria em que são os pobres que desafiam a gravidade, não a do Isaac, que essa é coisa de maçãs, assim a dizem, mas a outra, a da situação! Assim de mansinho, para não ser rotulado de reaccionário, aquela que vem sendo madre de todas as cousas, cousas essas que incluem, a título meramente exemplificativo, nada de transcendente, juros da dívida pública no limiar da entrada em cena de Santo FMI (para os mais desatentos, o dito Santo é o padroeiro da Fome Mascarada Iminente, santidade meio a jeito de deturpação do globalmente parodiado por infiltrados agentes mediáticos). Ou a maléfica forma de impor ao mendigo que ceda metade da sua capa ao eminente cavaleiro... Apenas um prolongar da ausência de tréguas na milenar luta entre Sua Eminência e Nossa Iminência... Destravado espírito o meu que se deixa agrilhoar pela viperina condução de extremidades superiores de encontro a um teclado! "Atão, c'um lecença de Bosselências, ou juro pur estas bistinhas q'a terra e os bitchinhos hádim cumêre e inda juro tamém pur'us mous pecadinhos, que são mim pouquetchos, que fui dezbiado das nhas intenções pur estes malditos tóros das manápulas, que debium mas era star imbarrados pra que num s'apusessim desinquietos. Olha pró que l'habia de dar ó diatcho dos dedos! Ind'ós mando pró caralhitchas d'Antártida, pra ber s'amoutch'um tantinho, que bus-jiu digo ou. Dixu-m'u aldrúbias do Tonho Lingrinhas, o que s'amigou co'a galdéria da Miquinhas da Ti Alzira dos Poulos, que por lá num s'amanham homes ingrabatados q'indrominim o pobo cum IBAs de bint'i deis ou bint'i três pur cento, nim nos cobrum IMI se nos der na catchimónia de nos botarmos a fazer um ou deis iglus. E aparece-se q'os postes prás SECUTES num se sigurum no gelo... Peis, é berdade, num há batatas nim castinheiros, nim recos pra cebar, mas inda s'amanhum uns pinguins, que tânho que préguntar à minha se num ficum munto rijos si us strugir mim strugidinhos"! Entretanto, após este fogacho desviante, estou de regresso ao Planeta Europa, aqui bem perto da extremidade a que uns rapazolas colonizadores apelidaram de Finis Terrae... Não será a dita, porque o Colombo e o Álvares decidiram dar voz à sua obstinação, mas Finisterra não sendo, assemelha-se, cada vez mais, a "Cu do Mundo", desconhecendo-se se ficará no nadegueiro hemisfério ocidental ou oriental, porque andam por aí uns países a reclamar o epíteto, atente-se em privações de pátrias de verdadeiros filósofos. Ainda há filósofos? Pois... Terá derivado esta efémera cedência do controlo à hipnose por um teclado para uma agonizante filosofia barata? Um momento, que vou armadilhar os fusíveis que energia providenciam a este desregrado impulso de escrevinhar filosofando acerca do "infilosofável"... ... ... Dizia eu, quando o curto-circuito mental ainda não tinha ocorrido, que havia algo de místico, sobrenatural até (sim, logo no início desta "martinhada", antes da verborreia que incluiu pinguins e afins - ops, rimou...). O Dia de S. Martinho, o do "baiádêguipróbóbinho", era detentor daquele trágico ritual de apenas providenciar a extrema unção às castanhas após a degola das ditas, e depois do inferno a que eram submetidas numa enorme fogueira no terreiro, num qualquer comunitário terreiro, dos que possuem imensos donos sem terem donatário algum. Era grande o ajuntamento! Vinha o Zé Povinho, e o Povão Zé, estranhas simbioses geradoras de um simples Zé Povo, ou Povo Zé, onde cabiam a Senhora, a Dona, o Senhor e o Doutor. Nada de estratificações, nada de obsoletas ramificações de instituídos feudalismos, "népias"! Nesse dia vulgarizava-se a igualdade de classes, num hilariante disparate histórico em que, por um dia, reinava a utopia de direitos e deveres semelhantes, igualitárias neblinas que obliteravam milenares realidades. Era o Magusto, o "Magnus Ustus", a grande fogueira, ou reminiscências de um "Magus Ustus", ancestralidades de sementes celtas de um qualquer Samhain. Era a pureza vingadora das distinções, soturnas faces que soçobravam perante os enternecedores sorrisos que desenhavam caras "infurretadas" pela cinza, se desinibiam por gargantas acariciadas a jeropiga ou outro qualquer líquido alento para melhor digestão dos "bilhós". E provava-se o vinho, o novo, o velho, garrafões envoltos em vime em breve esvaziados ou, ternurenta tradição, as pipas transformadas em alcoólicas bicas, num desenfreado corrupio de provas em copo único. Que se danassem os micróbios! Aliás, a microbiana vida devia alhear-se da potencial mortandade em vespertinos finais de algazarras muitas, espíritos à solta, num atmosférico escambo de etílicos vapores, desenfreados diabos invasores de alheias adegas, contínuos ecos de desencontradas gargalhadas, ao sabor de mais "ua pinga", um "cibo" de presunto, quando o havia, um "tantinho" de queijo curado, do duro, daquele que se solta em finas lascas, lascando, de igual forma os dedos dos mais incautos. E voavam "carabunhas", resquícios de deglutidas azeitonas, imaginárias guerras sem baixas, onde as bestas eram braçais forças arremessadoras de salivados projécteis. Foi ontem, num pretérito algures perdido no tempo, resgatado de uma qualquer memória futura. E ninguém se "imbutchinaba" nessas batalhas onde toldados cérebros se aglomeravam num pequeno mundo de xisto...

2 comentários:

Koky disse...

Com a chuva que caí constante lá frio e os tremores repentinos de uma ou outra brisa mais frescas que vão soprando por entre as frinchas das janelas, marchavam umas catanhinhas assadas que lhes chamava um figo...

Koky disse...

Reparei agora nos erros, queria dizer *fora, e não *frio... E são *castanhinas, catanhinhas nem sei que sejam, lol.