Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







quinta-feira, 27 de maio de 2010

Artes Sacras, Arqueologias e Histórias

Apelar ao bom senso torna-se, nos tempos que correm, hercúlea tarefa. A sociedade à qual demos permissão para nos corromper, vai trilhando caminhos pouco abonatórios, onde a mesquinhez, o egoísmo, o materialismo, entre outras coisas menos próprias, vão ditando as regras de um país sem escrúpulos à beira do abismo. Inconscientemente, deixamo-nos influenciar pela proliferação de super-heróis, como se cada um de nós fosse detentor de super-poderes que nos deixassem imunes à corrosão que vai grassando. Ou, alternativamente, acreditamos que passámos a integrar um qualquer especializado corpo de pára-quedistas civis, devidamente preparado para enfrentar o vazio. Mas isto sou eu a ter um dos meus delírios mensais… Há vida para lá destas momentâneas fases lunares, nas quais dou permissão ao “eu” contestatário para respirar um pouco de ar poluído… É efémero e é desnecessário bater com a cabeça de encontro a uma parede. Basta massacrar umas teclas com as cabeças das extremidades superiores durante alguns minutos, que isto passa… Já passou… Entretanto, dizia que havia vida para lá destes acessos de insanidade momentânea… E há! Como, por exemplo, a inerente ao Museu de Arte Sacra. Dizia, há dias, o Bispo de Bragança que o dito museu é “um pólo de atracção cultural para a cidade de Macedo de Cavaleiros e para o concelho, mas também para a diocese e para a região”. Ora aqui está algo em relação ao qual manifesto uma completa concordância! Não obstante esta manifestação, o tempo verbal utilizado não corresponde à realidade factual. Na verdade, o Museu de Arte Sacra DEVERIA SER “um pólo de atracção cultural…”! Infelizmente, os animadores números de visitantes no seu curto primeiro ano de vida reflectem uma triste realidade. A maioria dos visitantes é proveniente do exterior do distrito. Ou isto reflecte um alheamento dos autóctones ou, procurando ser positivo, as coisas elaboradas com ponderação e qualidade possuem o condão de servir de chamariz aos forasteiros. Das duas, três… Contudo, diz-me o meu privado agente secreto, vulgo “dedo mindinho”, que ainda subsiste gente macedense que desconhece a existência de um museu em pleno centro da “vila” (perdoem-me o revivalismo). Puro desinteresse ou a “pureza” de falta de divulgação? Sendo repetitivo: das duas, três… Três foram as vezes em que já coloquei o comodismo de lado para uma incursão a esse pedaço da nossa História. E não dei o tempo por perdido. Lá regressarei na primeira oportunidade para verificar, in loco, as mudanças de espólio entretanto operadas. No mesmo local onde vi as declarações do eclesiástico bragançano, outras me chamaram a atenção… Estas provenientes do Arqueólogo Carlos Mendes, da Associação Terras Quentes. A bem da verdade, sendo um dos admiradores do trabalho desenvolvido, em conjunto com a autarquia, por esta associação, em prol da ressuscitação da “História Perdida” do concelho, as ditas declarações não me causaram qualquer espanto. Honestamente, já as aguardava há imenso tempo. A possibilidade de criação de rotas vocacionadas para um turismo com uma vertente arqueológico-histórica não é uma utopia. O património está disseminado pelo território concelhio, possuímos uma riqueza que ultrapassa as cerradas fronteiras de maças e cavaleiros que, durante décadas, alimentaram o nosso imaginário histórico. Contrariamente ao que possa supor-se, o concelho de Macedo está dotado de marcas da passagem por estas terras de ancestrais gentes, antepassados que aqui aportaram desde, pelo menos, o Neolítico/Calcolítico (a Mamoa de Sto. Ambrósio ou o Povoado de Xaires assim o ditam). Mas podemos recuar ainda mais no tempo… Levada Velha dixit… Ou avançar… Até ao período medieval… Ou a posteriores períodos… Tem dúvidas? No próximo Sábado, no Centro Cultural poderá dissipá-las… Eu não perderei a oportunidade…

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