Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







domingo, 18 de maio de 2008

Cousas da Serra de Bornes



Observar ao longe o gigante adormecido e não refrear a vontade indómita de lhe penetrar nas entranhas... Não resistir ao apelo do verde que o cobre e de me embrenhar pelos caminhos florestais que lhe rasgam o dorso...
Acompanho o desenho do IP2 sentindo ao mesmo tempo que o gigante cresce no horizonte. Faço o desvio para a estrada que leva a Alfândega e subo, serpenteando por entre veredas e montes, olhando, atrevidamente, para os precipícios que se abrem do lado direito. Estaciono e vagueio ao sabor do anormal vento fresco de Maio, redescobrindo uma paisagem que me é familiar desde criança. Continuo a subida, detendo-me, aqui a ali, sempre que um quadro diferente se pinta aos meus olhos. Decido invadir o estradão de terra que conduz às "antenas". A cada metro da íngreme subida, vencida de forma lenta, que a viatura não é para estas andanças, há pormenores distintos que obrigam a mais um "disparo" da câmara. Desde o local onde se encontram as antenas da RTP, observo um mundo onde não consigo descortinar se lhe assiste um fim, tal a abrangência do horizonte. Acendo um cigarro, mas logo desisto quando me surpreendo com a pureza do ar que posso respirar sem monóxido de carbono. Circulo, vagarosamente, por entre as torres que destoam no ambiente, parecendo que cheguei a um qualquer mundo alienígena. Sou despertado do meu torpor pela interrupção que provoquei num qualquer ritual entre um par de perdizes. Com o vento anormalmente cortante a pentear desmesuradamente a vegetação (e o meu desprotegido par de orelhas), decidi regressar ao conforto do bafo quente de uma lareira que, a esta altura, já deveria estar a aguardar pelos primeiros dias frescos de Outono para o concerto único que gera o crepitar da lenha que lhe dá vida. Ouvi de novo o concerto em época que deveria ser quase estival, olhando ao longe, o gigante protector que espero voltar a visitar proximamente... Até lá...

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