Interregnos, buscas de uma interioridade nem sempre lembrada, a festa exaltada na passagem dos dias, algures, num algures de encantamentos tantos, nem sempre bebidos com a mesma intensidade com que se degusta uma qualquer ginjinha no pavilhão de entrada, ou nos que se lhe seguem. Ruminam-se os dias, incessantes buscas da alma das pedras, bem no âmago de um qualquer dentro nunca auscultado, trocas de conversas de circunstância, aqui e ali uma paragem mais, lábios ressequidos pela espera da excelência que sabemos existir. Mora na crença profunda do xisto, ou da originalidade que dela resta...
Depois, são as tentativas de exaltação da essência, produto nem sempre vendável, ou os vendilhões de um qualquer inexpugnável templo em incessantes assaltos ao inatacável. Um salpicão há-de sempre ser um salpicão ou, verborreias tantas, um "tchouriço" só é um "tchouriço" nas agrestes terras dos... "tchouriços". O resto são imitações, caras por vezes, travestidas a industriais invólucros desprovidos do suave aroma a terra. Viva a heterogeneidade, ou o que sobra "d'intchidos" povoados a compostos gaseificados que epitetam a originalidade a arrogância da essência. A essência não se adorna a epítetos... É adornada pela própria natureza de que se reveste, desentendida ao sabor das vagas da conveniência, aspirada em incessantes inspirações do não inspirável. Está cá, não há osmose que lhe valha... O fiolho nunca há-de ser funcho pelas "terras de trás do sol posto"...
Mas há-de ser chá de hepáticas inconveniências, ou de estomacais desarranjos, junte-se-lhe um "cibo" de cidreira, ou "uas folhecas de sálbia, qu'é mim boa pr'ázia". Seguidamente, é só tomar, em breves tragos de aromáticos perfis a pedaços de raízes. Mais uma ginjinha e amansa a densidade...
Recruta-se uma qualquer de rapina, sonha-se com alados voos de inalcançáveis horizontes. Olha-se, olhos nos olhos, penetrante olhar impenetrável, desvios contrários de opostas direcções. Prossegue-se, depois, rumo ao interior, apreços tantos pelo êxito da diferença, sorrisos em riste, e jogos inversos também. Revivem-se, antecipadamente, os Caretos, acariciam-se mucosas com hidromel, olha-se com esperança para um qualquer futuro desenhado a painéis, antes de prosseguir por ambientes decorados a festa, internamento em atmosfera embriagada a sabores de fumeiro, queijos, pão, bolos, e demais exemplares que não deixam adormecer o pecado. E bebe-se mais uma ginjinha, "rais'partam" as ginjinhas, sempre a desafiar os incautos para mais uma rodada de amigos, ou pretensos, ou ocasiões para saldar dívidas antigas a bandeira branca. Mais não seja, abafa-se o som do troar dos canhões, pacíficas meditações pintadas a inusitados chapéus e a canos amaciados a brilho de silêncio.
E conhecem-se mais pedras paridas em pétreo reino, trocam-se galhardetes de apreço pela terra, partilham-se histórias ao som de um sempre inspirador toque de gaitas-de-foles, um petisco mais, «prefere alheira de caça ou normal?», venham de lá umas linguiças bem temperadas, ou o complemento de uma inigualável posta à mirandesa, condimentada a "Valle Pradinhos" ou "Quinta do Lombo", néctares da terra, ou saia o vinho da casa em jarro. De sobremesa? Sorrisos... Apenas sorrisos...
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