Na fugacidade dos dias, renovadas apetências para albardar o costado com merenda e demais apetrechos, máquina fotográfica a adornar pescoços ávidos por aliviar o peso de matinais geadas.
A Estação de Sendas como ponto de encontro para uma incursão à selva desconhecida onde um dia, a braços e dinamite, se esventrou a terra para passagem dar ao cavalo a vapor. E hoje, 18 de Dezembro de 2013, se cumprem 108 anos sobre a abertura do troço entre Macedo e Sendas... Sonhos de um século, nesta pungente dor que aviva fantasmas do Conselheiro Beça, enquanto se alivia o fardo das memórias de tantas incursões à capital de distrito... Arrojados Alustros estes, incautos parecem, na quase intransponível passagem para o lado de lá. Mas passam! Ou circulam, intrépidos, por paralelas vias. Valdrez há-de estar ali, e o apeadeiro, ou o que dele resta. Pelo caminho, um orgasmo vivo de cores e aromas, numa via que, de férrea, pouco mais lhe resta que uns parafusos esquecidos, aqui e ali, ou uns vestígios de madeira apodrecida. Amputada de ser, já não cheira a silvos, cheira apenas a um aterrador silêncio de morte. Até as pedras padecem de uma putrefacção semeada por carrascos do esquecimento...
São os acordes da impunidade, que a pétrea acumulação que sustentava as travessas queimada não pode ser... Ou "sucateada", de inventados verbos a sessão. Mas restam imagens de um tempo que não deve esquecer-se. A sordidez não se apaga, nem se oblitera a essência. Uma macieira perdida interrompe o périplo, ou venham discussões sobre a flora que, nada tendo de ré, invadiu pacatamente a linha. Paragem para apreciar a suavidade alcoólica de medronhos invasores, incentive-se o apetite para as sandes que massacram o lombo. Há-de chegar Salselas, e o amontoado de paredes assombradas pelo crepitar que, tempos idos, terá invadido o par de lareiras que por lá repousam. Subitamente, um arrepio temporal na espinha, pressente-se a azáfama de um pretérito quase esquecido, gente terá por ali morado, numa época em que nem o telhado nem os sonhos se desmoronavam com a agrestia do alheamento. Isto é nosso, talvez seja nosso, o diz a ingenuidade de um querer movido a desejos...
O Azibo anuncia a sua presença, característico borbulhar de indomáveis águas domadas. Há que atravessá-lo, está a jornada quase terminada, gente afoita para a travessia, encantos outros em oposta margem. Perdem-se as mentes nos reflexos do rio do olvido, Lima não é, que este de esquecimentos lendários não padece... Pinturas a pastel de folhas de Outono, telas de pureza que intensificam o olhar, a perdição de minutos tornados horas, um registo mais para uma posteridade que desconhecemos se existência terá. Pressente-se a chegada do frio, arrepia-se caminho nesta jornada emoldurada a lágrimas não vertidas.
Talvez o Azibo seja o choro da crónica de um finar anunciado no longínquo ano de 1905. Ou resquícios do suor lavado a pás e picaretas, no trinar de esforços de incógnita gente que, um dia, desbravou este reino do esquecimento para que os vindouros não carregassem o peso da distância ao litoral, ou à capital do império... "Atenção aos comboios... Pare, Escute, Olhe... Proibido o trânsito pela linha"... Qual trânsito?... .
São os acordes da impunidade, que a pétrea acumulação que sustentava as travessas queimada não pode ser... Ou "sucateada", de inventados verbos a sessão. Mas restam imagens de um tempo que não deve esquecer-se. A sordidez não se apaga, nem se oblitera a essência. Uma macieira perdida interrompe o périplo, ou venham discussões sobre a flora que, nada tendo de ré, invadiu pacatamente a linha. Paragem para apreciar a suavidade alcoólica de medronhos invasores, incentive-se o apetite para as sandes que massacram o lombo. Há-de chegar Salselas, e o amontoado de paredes assombradas pelo crepitar que, tempos idos, terá invadido o par de lareiras que por lá repousam. Subitamente, um arrepio temporal na espinha, pressente-se a azáfama de um pretérito quase esquecido, gente terá por ali morado, numa época em que nem o telhado nem os sonhos se desmoronavam com a agrestia do alheamento. Isto é nosso, talvez seja nosso, o diz a ingenuidade de um querer movido a desejos...
O Azibo anuncia a sua presença, característico borbulhar de indomáveis águas domadas. Há que atravessá-lo, está a jornada quase terminada, gente afoita para a travessia, encantos outros em oposta margem. Perdem-se as mentes nos reflexos do rio do olvido, Lima não é, que este de esquecimentos lendários não padece... Pinturas a pastel de folhas de Outono, telas de pureza que intensificam o olhar, a perdição de minutos tornados horas, um registo mais para uma posteridade que desconhecemos se existência terá. Pressente-se a chegada do frio, arrepia-se caminho nesta jornada emoldurada a lágrimas não vertidas.
Talvez o Azibo seja o choro da crónica de um finar anunciado no longínquo ano de 1905. Ou resquícios do suor lavado a pás e picaretas, no trinar de esforços de incógnita gente que, um dia, desbravou este reino do esquecimento para que os vindouros não carregassem o peso da distância ao litoral, ou à capital do império... "Atenção aos comboios... Pare, Escute, Olhe... Proibido o trânsito pela linha"... Qual trânsito?... .
2 comentários:
Obrigado pelo prazer que me proporciona a cada leitura, é como um regresso ao passado visto que devo ser da geração do cavaleiro andante e percorri trilhos semelhantes.
Em breve vou tornar-me tambem um alustre, enquanto tal não acontece deixo este meu cibo de alustres desse reino maravilhoso
http://www.flickr.com/photos/jpmena/page1/
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