Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







domingo, 16 de fevereiro de 2014

Ruminações na essência

A sério que me apavora a essência rejeitada. Como uma paciência em permanência desafiada, pela "comida da vizinha", ou por qualquer outra coisa que more para lá das fronteiras concelhias. "Será chuva, será gente", vergonha será, certamente? Vulgarize-se o tempo, venda-se a própria alma, se necessário for, ruboresça a face direita e permaneça a simétrica em alva postura. E aqueça-se o forno nesta invernia de contrastes, onde surge o sol obnubilado por máscaras aquiescentes da sombra. Agarro-me, a silvas o afogado, agouros estes de enfrentar as pétalas a ameaças de espinhos. Pairam as tempestades, e somem-se na efemeridade de um sopro divino, torpor este libertado pela sucessão dos dias... E dos eventos... E da vida... Sim, porque há vida para lá da crónica de uma moribundez selvaticamente anunciada, morrinha esta de molha-papalvos, não mata, mas mói... E molha, até os ossos praguejarem contra o enregelar de um sol da Islândia... Pois, a Islândia... E o Valter Hugo Mãe...
Que, pasme-se, visitou Macedo de Cavaleiros. Mas é lá terra para se visitar?...Já não vem cá ninguém, apologistas da desertificação dixit, terra de dois tostões, enclausurada entre o nada e o vazio, desprovida de interesse, povoada a desconforto... E mais um rol de pouca coisa que, de tão pouca não ser, indigna os que pululam, de conjectura em conjectura, em vãs tentativas de esvaziar o que, afinal, cheio parece estar. Mas isso, foi o "Ti Tonho que mo dixo"... E "bá, há que le dar um dezeconto, q'o home debe de ser mêo tchaloto"... Mas o Valter Hugo Mãe esteve cá, como outros já cá estiveram, e outros hão-de estar. Mesmo que, do Restelo as vozes, estes confins onde o sol parece não nascer, ocasos em sucessão a ocasos, permanentes trevas de um nunca acabado entristecer, não mereça a visita de tão ilustres figuras literárias. Louve-se o encanto da determinação, ou a permanência da crença. Mas o "tsunami literário", epíteto de Nobel prémio, esteve cá... Azares de uns, sorte de outros...
E poderia, tempo tivesse, para uma sublimação dos sentidos numa breve incursão a mais um local onde nada se passa, tudo se passando. Tempo houvesse... Ou esternutações com odor a sarcástico mundo onde... Nada se passa... De passagem, apenas. Só de passagem, ilustra-se a calçada a passos esguios, fome de ser, a solarenga em sorriso aberto de esperança. Está lá, ao virar dos "segadores", olhar espalmado por ruminações nesta não renegada essência, opípara degustação dos sentidos, e os rostos de Cristo desenhados a outros voos. Vá lá... Mas vá mesmo... Ou "o rosto que mudou o mundo"...
Em tempo de abelhas e conversas apícolas, "rais'parta que num se passa nadinha", unção de vetustas vozes em juvenis poses, da opulência de nadas feito o eco... E ecoa, inúmeras vezes ecoa, num buraco escavado à disparidade de ver a sublime essência a residir do lado de lá, sempre do lado de lá, obtusamente do lado de lá. Porém, a mim dá-me jeito vê-la do lado de cá. Mas só porque me dá jeito... Há mais de quatro décadas... "Catantcho pró Cabaleiro Andante que s'aputou co'esta terra!"... São as "Cousas", inexorabilidade dos dias, são as "Cousas"...

 
 
    

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