Bem Vindo às Cousas

Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :







sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Cousando pela Causa das Cousas


A olivicultura transmontana não está de luto, mas acerca-se a passos largos de tal desdita. Reconheço que santos da casa não fazem milagres. De tal modo que não vou enveredar pelo facilitismo de lançar para aqui soluções com carácter verborreico. Na minha "santa ignorância" agrícola limito-me a observar os factos e a conjuntura em que os mesmos ocorrem. De cada vez que procuro obter notícias sobre a agricultura transmontana, obtenho sempre um quadro pintado cada vez mais a negro. Ou é o abandono dos campos, ou são as implicações negativas do custo dos combustíveis. Ou são as "indisposições" do santo padroeiro de Macedo a ditar as suas leis. A Associação de Olivicultores aponta para quebras que variam entre os 35 e os 75% na produção de azeite. Seja pela geada, pela trovoada ou pelas trombas-de-água acompanhadas de granizo, a realidade é que há olival a morrer. Ainda que se trate de futurologia catastrófica, não me admira que voltemos a ser apelidados de bárbaros, tal como Plínio o fez, por consumirmos banha em vez de azeite. Que seja daqui por muitos séculos que, da minha parte, quero continuar a degustar saladas e umas "batatecas" devidamente regadas com um fio de azeite de "3 décimas". E, já agora, porque não regadas, noutro sentido, com uma boa vinhaça. Entretanto, vou desejando que este tipo de profecia da desgraça não ultrapasse a fronteira da pura ficção.
Como nem tudo vai mal no "Reino da Dinamarca" (nem que seja pela lição em "futebolês" que levámos dos vikings...), outras ficções há que trazem bons ventos a terras transmontanas. Não é que uma novela rodada pela Terra Quente fez disparar os índices turísticos? E não é que "A Outra" fez descobrir "a outra" terra a gentes habituadas aos encantos da capital e dos "algarves"? Tenho que confessar que a azia que me provocava o enxame da chamada "ficção nacional" diminiu (pouquíssimo, é certo). E, caso a dita ficção continuar a representar uma lufada de ar fresco que sirva como tampão ao constante esquecimento a que este "reino maravilhoso" está votado, então, operarei uma metamorfose e transformar-me-ei num apoiante incondicional. Sem, contudo, envolver essa transformação a minha faceta de "não telespectador" de certos canais, particularmente após o repasto nocturno. Radical, sim (e por vezes), mas nem tanto...
Radicais parecem estar a ficar os voluntários dos Bombeiros macedenses. Quem trabalha, possui o inalienável direito à retribuição pelos seus serviços. A quem o faz, inúmeras vezes (se não, sempre), por amor à causa, é devida a justiça de lhe serem proporcionadas condições que recompensem os "pedaços de vida" que perdem. Parece-me que é injustificável a necessidade de recorrer aos protestos por não receber o que é devido, particularmente nas situações em que as verbas já foram disponibilizadas. Mais injustificável me parece o que vem a lume na imprensa sobre as condições deficientes em que "sobrevivem" os soldados da paz macedenses. Que não haja camaratas femininas, ainda vá lá que não vá (antes que seja acusado de machista, diria o mesmo caso a falta fosse para o lado masculino). Fico surpreendido, e incrédulo até, que um bombeiro tenha que recorrer à sua própria casa para um merecido banho, após um fatigante combate a um incêndio. Mas outro combate está na ordem do dia: o da insegurança. Não há telejornal no qual não tenha honras de abertura o quotidiano de criminalidade em que este país está mergulhado. Se não são assaltos a bancos, são a ourivesarias, a postos de abastecimento de combustível, ou, se calhar, um dia destes, à casa de qualquer um de nós (a mim não, porque já fui visitado em triplicado). Enquanto persiste a moda do "termo de identidade e residência" (mesmo que tal pesada pena seja aplicada a alguém que resolveu "espetar três balázios" nas barbas de quem estava numa esquadra policial), os agentes transmontanos vão treinado na carreira de tiro móvel. Só desconheço os verdadeiros motivos pelos quais treinam. Será que agora já podem disparar contra os meninos bem comportados e mascarados que andam para aí a divertir-se ao Carnaval e a assustar gente com "canos serrados" de faz-de-conta? É que, se não podem, não deveriam estar, antes, a treinar o preenchimento das burocracias associadas ao dito "termo de identidade e residência"? E, já agora, para quê a instalação de um campo de tiro em Macedo? Ou é necessário desenferrujar, de vez em quando, as armas que deveriam servir para a segurança de todos nós? Isto deixa-me confuso. A sério que deixa... E tal é a confusão que me recuso a continuar a onda de disparates... Vou antes tratar de dar as devidas voltas na fechadura de segurança e activar o alarme. E, como ainda escrevi mais isto, não me admira que seja bafejado com a sorte do tal "termo de identidade e residência"... Só para terem a certeza que não perderam mais um contribuinte que paga umas "balazitas p'ós treinos"... Triste país do fado... O que vale é que gosto disto...

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