Mais um acidente na Linha do Tua. Onde reside a novidade? Segundo o JN, passou a ser assunto de polícia. Antes do dito acidente, a dresina que efectua a viagem de rotina de verificação passou pelo local sem ter sido detectada qualquer anomalia. Não me venham convencer que se trata de mais uma ocorrência acidental... Aliás, caso a PJ não estivesse já a investigar as causas do acidente, correria o risco de ser processado por levantar falsas suspeitas. Mas lá que é estranho, é estranho. Sou um defensor, entre muitos, da manutenção da Linha do Tua, por motivos que já aqui explanei. Por isso, a minha voz não se calará em relação a um crime prestes a ser cometido. Podem roubar-me a comida, mas não me tirarão a fome...
Para não sair da temática dos acidentes, a última semana de Maio foi madrasta para uma família de Limãos. Obviamente, entristece-me a perda de uma vida humana e os ferimentos graves noutra. Presto aqui uma homenagem à senhora que, em circunstâncias trágicas, perdeu a sua vida. Não a conhecia, mas sinto como se fizesse parte da minha família. Porquê? Pela revolta que sinto invadir-me. O acidente ocorreu muito perto de Macedo, na N216. Parece que três ou quatro minutos bastariam para deslocar as vítimas à urgência básica do Hospital de Macedo. No entanto, seguindo as novas normas, foi necessário aguardar 25 minutos pela chegada da viatura médica de emergência e reanimação, vinda de Bragança. Desconheço se o tempo bastaria para salvar uma vida. E se bastasse? Que terceiro-mundismo é este onde os tecno-burocratas substituem as comuns práticas de salvamento de vidas? Honestamente, por bom ou mau nadador que seja, prefiro nem me imaginar a afogar-me na Albufeira do Azibo. Porque, a avaliar por este triste acidente (e incidente), o mais provável é que, nessa circunstância, enquanto me abafava com a água a penetrar-me as goelas, ouviria alguém da margem a gritar: "Aguenta-te aí mais 25 minutos, que já chamámos a VMER!"... Triste país este que me deixaria ser repasto dos lúcios...
Mudando de assunto... A alguma satisfação que senti pela manutenção do Clube Atlético nos nacionais de futebol, foi substituída pela tristeza da descida de divisão do Macedense no campeonato de futsal. Foi à beirinha da praia, mas a última braçada não foi suficiente. Apraz-me saber que o futuro não é para recear, mas sim para ousar. Um responsável técnico do Macedense, perante o infortúnio, declarou que o próximo objectivo é estar na I Divisão daqui por dois ou três anos. Não faz descer o preço dos combustíveis, mas não deixa de ser uma lição. Afinal, o objectivo das quedas é, mesmo, aprendermos a levantar-nos...
Do futsal, para o futebol propriamente dito. Começou o Europeu e vencemos a Turquia. Fantástico! Especialmente para os onze "maluquinhos" vestidos de vermelho a correrem atrás de uma bola e que não se preocupam se a gasolina (ou o gasóleo) está a 1 € ou a 20€. Não que eu não seja um incondicional adepto da dita selecção das quinas. Sou capaz de sofrer como poucos no decorrer de um jogo de Portugal, especialmente numa fase final de um Europeu ou Mundial. Um golo, seja de um Pepe-mix-corridinho-samba, ou do detentor da mais portuguesa das tatuagens, Raúl Meireles, provoca em mim o mesmo efeito. A manifestação calorosa de um "GOOOOLLLOOO!!! TOMEM LÁ, TURCOS!!!" ecoa pelas redondezas como o ribombar de um trovão. Mas lá que me indigna assistir às centenas de carros a circular nos festejos do primeiro degrau de uma escadaria que pode (será que pode?) conduzir-nos ao Olimpo de Campeões Europeus, lá isso indigna. Parece que a parte final do hino foi adulterada e, ao invés de "contra os canhões marchar, marchar", se assiste, dado o desperdício de combustível em tão profanas (e irresponsáveis?) manifestações, a um renovado "a favor das gasolineiras, circular, circular"... Desta vez, deixei-me estar quieto e sossegado em casa, enquanto desfilava, pelos écrans televisivos, uma manifestação de fervor nacional, extensiva a todo o país (especialmente nas ditas grandes cidades). O pára-arranca a que assisti no "Marquês de Pombal" fez-me pensar, seriamente, no gasóleo que poupei ao ter-me limitado a dispender o combustível da minha voz. E nessa poupança incluo os termos vernáculos que (também) se difundem via cordas vocais sempre que anulam um golo a Portugal, ou quando o Cristiano Ronaldo ou o Nuno Gomes resolvem verficar se a tinta dos postes ou da barra é resistente. Nesse aspecto, também sou "tuga" e, em abono da verdade, até que sinto um orgulho inenarrável em sê-lo... Quarta-feira, haverá mais "filhos da mãe", "caca", "que se lixe" ou "membro fálico". Em versão hardcore, seguramente... Verdade, verdade, sou filho da mãe como os outros. E tenham a oportunidade, um dia, de assistir a um jogo na companhia dos mais altos dignatários deste país. Sairão de lá a dizer: "F......" ou, na sua versão traduzida, "Que se lixe"...
Vamo-nos aos próximos, sem necessidade de um banho checo... Tenho dito...
Bem Vindo às Cousas
Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :
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