A suave angústia que precede a Consoada ganha contornos de Inverno adornado a estio quando as raízes se transfiguram em ramos e as folhas se fundem com o fruto, planta de vegetal reino saída, telúrica forma de arrepiar ficções de centrífugas viagens onde a densidade se fragiliza pela intervenção da fresca brisa com que o Adamastor de Bornes presenteia a chegada do Menino. Está quase, folga a tristeza, brinda o "tchupão" com a entrada do melhor "strafogueiro", "afola-se pra que pegue", choram os "butelos" por casamenteiros dias de casulas muitas. O resto da família está prestes a entrar neste mundo de renovados "ô, ô, ô!", anos de vénia à tradição, sorrisos distribuídos ao sabor da correnteza de dias que tomam o sabor da eternidade, num "déjà-vu" de sentidos abraços ou repenicados beijos, emoções tomadas de assalto por um qualquer arrepio a que chamam saudade, debita ao longe o "I wish you a Merry Christmas" do Tio Sam, ou expira a portugalidade - estranho conceito misturado a diáspora de trio de "éfes" - um bafo de "A todos um bom Natá...á...á...á...al". Entretanto, fustigam-se os indutores de triglicéridos e colesterol a inferno, excitam-se salivares glândulas com filhós regadas a pecado ou polvilhadas a elos de penitência, sonhos de irresistível volúpia, indomável aroma proporcionado por rabanadas. Ao longe espreita a aletria ou o arroz-doce, ou outro qualquer coisa doce que chamamento há-de ser para infusões de cidreira ou limonete... O nível de corrosão estomacal atinge insustentáveis picos, depenica-se aqui, surripia-se acolá, não sem ecoarem os protestos de sábias mãos da eternidade. Entretanto, fiel amigo chamado, alivia-se o torpor das brasas, simulações de espaciais naves sustentadas a tripé, "põe-l'o testo pra que ferba", tragam os "trontchos de coube" e os "rábinos", coloca o aurífero líquido na mesa, que as maçãs da terra direito têm ao aconchego. Há-de o repasto ser regado a "tantinha pinga", intercalada a rega com aspersões de histórias muitas, danem-se os controlos analíticos que hoje é Dia de Consoada... BOAS FESTAS!!!
Bem Vindo às Cousas
Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :
1 comentário:
Festas Felizes, cavaleiro! Faço votos que tudo corra como desejas.
Um abraço. :)
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