Como em termos geográficos, ou se cai para um lado, ou para outro, estamos incluídos na Terra Quente, e não há discussão. Mesmo que, fazendo uso do conterrâneo Pires Cabral, nem que o diabo viesse ao enterro um habitante de Soutelo Mourisco, Bousende ou Murçós ficaria convencido que faz parte da Terra Quente. Mais não fosse, pela "carambina", pelos "candiólos" ou pelas "scarabanadas". Mas pronto... Também temos Pauliteiros e não fazemos parte da Terra de Miranda... Retomando a Tese e o falar... Vem agora a Associação Portuguesa de Linguística a atribuir o prémio de Melhor Trabalho de Português a um tal «Unidades e Processos Fonológicos da Região da Terra Quente: contributos para a Linguística Forense». Soou-me a familiar... E não é que é a dita Tese que tanto tinha enchido de orgulho o meu pulsar transmontano? E que, para lá dessa particularidade, ainda me facultou a possibilidade de diminuir um pouco mais a minha ignorância? Particularmente no que respeita a algo que, há cerca de três meses, transmitia com paixão ao grupo no qual estava inserido, numa "tertúlia de copos e lembranças de velhos tempos": vamos preservar o "Dialecto Transmontano"? Fui olhado como se tivesse descoberto, casualmente, a pólvora. Mas não... Bem Vindo às Cousas
Puri, se tchigou às COUSAS, beio pur'um magosto ou um bilhó, pur'um azedo ou um butelo, ou pur um cibinho d'izco d'adobo. Se calha, tamém hai puri irbanços, tchítcharos, repolgas, um carólo e ua pinga. As COUSAS num le dão c'o colheroto nim c'ua cajata nim cu'as'tanazes. Num alomba ua lostra nim um biqueiro nas gâmbias. Sêmos um tantinho 'stoubados, dàs bezes 'spritados, tchotchos e lapouços. S'aqui bem num fica sim nos arraiolos ou o meringalho. Nim apanha almorródias nim galiqueira. « - Anda'di, Amigo! Trai ua nabalha, assenta-te no motcho e incerta ó pão. Falemus e bubemus um copo até canearmos e nus pintcharmus pró lado! Nas COUSAS num se fica cum larota, nim sede nim couratcho d'ideias» SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DAS COUSAS. COUSAS MACEDENSES E TRASMONTANAS, RECORDAÇÕES, UM PEDAÇO DE UM REINO MARAVILHOSO E UMA AMÁLGAMA DE IDEIAS. CONTAMOS COM AS SUAS :
domingo, 29 de novembro de 2009
Nim d'aprupósito!
Como em termos geográficos, ou se cai para um lado, ou para outro, estamos incluídos na Terra Quente, e não há discussão. Mesmo que, fazendo uso do conterrâneo Pires Cabral, nem que o diabo viesse ao enterro um habitante de Soutelo Mourisco, Bousende ou Murçós ficaria convencido que faz parte da Terra Quente. Mais não fosse, pela "carambina", pelos "candiólos" ou pelas "scarabanadas". Mas pronto... Também temos Pauliteiros e não fazemos parte da Terra de Miranda... Retomando a Tese e o falar... Vem agora a Associação Portuguesa de Linguística a atribuir o prémio de Melhor Trabalho de Português a um tal «Unidades e Processos Fonológicos da Região da Terra Quente: contributos para a Linguística Forense». Soou-me a familiar... E não é que é a dita Tese que tanto tinha enchido de orgulho o meu pulsar transmontano? E que, para lá dessa particularidade, ainda me facultou a possibilidade de diminuir um pouco mais a minha ignorância? Particularmente no que respeita a algo que, há cerca de três meses, transmitia com paixão ao grupo no qual estava inserido, numa "tertúlia de copos e lembranças de velhos tempos": vamos preservar o "Dialecto Transmontano"? Fui olhado como se tivesse descoberto, casualmente, a pólvora. Mas não...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Os escritos que por aqui se lêem são bem o testemunho linguístico, cultural e sociológico da identidade trasmontana. Quem quiser saber como por cá se fala (pronúncia e léxico), é chegar até cá. Lendo-o, como quando li "O Diabo Veio ao Enterro", tenho a sensação de estar a ouvir o mais genuíno trasmontano. :)
Votos de boa semana.
Enviar um comentário