Sonhei com um mundo em que a reincarnação é uma possibilidade. E senti o renascimento, dando corpo a um ser cujo nome assumia a pompa de “Ric Hard Argueiro Pear-tree”… A aterragem decorreu num ambiente de euforia generalizada… Logo suspeitei de algo inusual… O cartaz de boas-vindas, à saída do aeroporto, era sugestivo: «BEM VINDO A LOLILÂNDIA, ONDE UM RISO SATISFEITO VALE MAIS QUE CEM GEMIDOS». Logo me lembrei que, na minha paralela vida real, havia um saudoso Raul que apelava a um “Façam favor de ser felizes”. E que esse apelo caía, maioritariamente, em saco roto… Estranhei as faces dos seres circulantes, descontraidamente em forma de “smile”, que se abeiravam de mim numa postura anormalmente amigável e repetiam, incessantemente, uma frase de um homem dado a escrever sobre os “misérables“ do meu outro mundo: “O riso é a distância mais curta entre duas pessoas”. Rapidamente obtive uma resposta para a minha estranheza. Os écrans espalhados pelo recinto aeroportuário passavam excertos de uma entrevista em que eu próprio era o entrevistador. Era isso impossível! Tinha acabado de aterrar num país estranho!
Bem… No universo dos sonhos não há espaço para impossibilidades… Facto indesmentível, atestado pelo rodapé televisivo que debitava informações acerca do “share” de audiências das sequenciais entrevistas, inauguradas pela presença do P.-M. de Lolilândia, Pepe Filósofo. Homem bem disposto, acabado de receber um prémio que fez roer de inveja um tal de Bad Pito, cheio de eloquência, boa disposição e que responde com rasgados sorrisos às minhas provocações sobre a sua grande amiga Nelly Blacksmith Milk. A mesma postura é assumida quando retiro da cartola um “Magellan”, uma espécie híbrida provocadora de contagiosos ataques de riso pelos conteúdos lexicais anedóticos, mas que pode provocar sensações de miopia. Afinal, tudo se passa no decurso de um sonho na Lolilândia… Contudo, algo me soava a familiar… Quase jurava que aquele Pepe Filósofo era um sósia de alguém que conheço, diametralmente oposto… Esqueci por completo a dúvida existencial, já que estava a gostar de me sentir percorrido pelo hormonal universo “endorfínico“… «A IMAGINAÇÃO CONSOLA OS HOMENS DO QUE NÃO PODEM SER. O HUMOR CONSOLA-OS DO QUE SÃO.» Winston Churchill
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