quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Nocturnos

Não os de uma qualquer magistral interpretação de Chopin pela inigualável Maria João Pires... Seria aspirar ao sublime... Contudo, as tentativas de descobrir os encantos nocturnos de Macedo conduziram-me ao limiar da sublimação. Vagueei pelas artérias macedenses, em horas plenas de gente em busca de temperaturas amenas. Também o fiz nos momentos em que o coração macedense parece recusar-se a bombear vida. O silêncio é imperador, interrompido no seu reinado por fugazes movimentos de noctívagos. Absorvo um pouco do refresco e da paz nocturnos, arrepiando-me, aqui e ali, com a inusitada sensação de ascetismo numa cidade que dorme. Descobri, afinal, que a banalidade diurna de uma jovem cidade dá lugar, a horas impróprias, a momentos intemporais. E a uma interpretação muito pessoal das cores que pintam e preenchem o vazio da noite...

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