
Não os de uma qualquer magistral interpretação de Chopin pela inigualável Maria João Pires... Seria aspirar ao sublime... Contudo, as tentativas de descobrir os encantos nocturnos de Macedo conduziram-me ao limiar da sublimação. Vagueei pelas artérias macedenses, em horas plenas de gente em busca de temperaturas amenas. Também o fiz nos momentos em que o coração macedense parece recusar-se a bombear vida. O silêncio é imperador, interrompido no seu reinado por fugazes movimentos de noctívagos. Absorvo um pouco do refresco e da paz nocturnos, arrepiando-me, aqui e ali, com a inusitada sensação de ascetismo numa cidade que dorme. Descobri, afinal, que a banalidade diurna de uma jovem cidade dá lugar, a horas impróprias, a momentos intemporais. E a uma interpretação muito pessoal das cores que pintam e preenchem o vazio da noite...
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