Ou é impressão minha, ou Macedo está um pouco parado no tempo. Regressei, por uns dias, às origens. É verdade que, apesar de as temperaturas não serem propriamente desagradáveis, as previsões de uma onda de calor não passaram disso mesmo. Aliás, permaneço em amena cavaqueira com o teclado, coberto por um manto de nuvens ameaçadoras. Não fosse a presença de um permanente concerto de aves (os meus insuportáveis despertadores matinais), e diria que estava em época antecedente às vindimas. Mas não... Estamos em Julho e, apesar dos meus planos de um ida à barragem antes da invasão de Agosto, parece que os ditos não passarão disso mesmo.
"Regressando" à Feira de S. Pedro. O cartaz, diga-se em abono da verdade, está bem composto e elaborado com o intuito de agradar a todos os gostos. Na Quarta-feira, levei os catraios a assistir ao concerto do Pedro Khima. Como, felizmente, a meu ver, estão habituados a assistir a outros concertos, estranhei a sua desilusão final. Após questionados sobre os porquês da ausência de sorrisos indiciadores de satisfação, as suas respostas reflectem, de uma certa forma, a interioridade. Para ser honesto, não gostaria de ser o Pedro Khima. Esforçar-me, através da entoação dos temas mais conhecidos, para obter como máximo aplauso o permanente entrecruzar de braços da assistência, é desmotivante. Confesso que me senti um verdadeiro alienígena, ao mesmo tempo que "abanava o capacete" na companhia da minha descendência, enquanto os vizinhos do lado desesperavam por não terem a coragem (e será que é preciso coragem?) de fazer aquilo que os acordes ditavam. Que raio de timidez colectiva é esta? Como bem disse um grande amigo meu de infância, num encontro fortuito no final do concerto, "Macedo não merece este tipo de assistência". O que merece Macedo, afinal? Talvez, gente que seja ela própria...
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