As pedras, perscrute-se-lhes o âmago, insondáveis palpitações de vida o clamará a descrença, dotadas que estão da lucidez de um cúmplice afago. Encoste-se-lhes o ouvido no lado contrário do paradoxo, de mansinho, sem recurso a brusco despertar. Resgate-se o estetoscópio de sublime fantasia, invisibilidade no seu eterno mergulho nos recônditos da alma, activem-se sensibilidades auditivas pela genética contrariadas, apele-se à fugacidade de um efémero beliscar dos sentidos. E estarão lá, bem ao lado do oposto, esquivos, camuflados, numa arredondada esquina do nunca, cardíacos batimentos pétreos, ténues, imperceptíveis, indecifráveis formas de vida onde diz a lógica repousar o inerte. Afinidades que compêndios de Geologia decifrar não sabem... Sabem-no os estreitos e impalpáveis caracteres desenhados a pactos de sangue, xísticos, graníticos, quartzíticos, "íticos" outros mais, petrificados à nascença numa inverosímil geminação que naturais leis contrariam. É a essência do metafísico, do inentendível, linguajar do silêncio, como se da obliteração do som rompessem lexicais formas intraduzíveis, sem recurso a universal dicionário que lhes aclare o significado.
terça-feira, 21 de junho de 2011
A ansiedade das pedras
As pedras, perscrute-se-lhes o âmago, insondáveis palpitações de vida o clamará a descrença, dotadas que estão da lucidez de um cúmplice afago. Encoste-se-lhes o ouvido no lado contrário do paradoxo, de mansinho, sem recurso a brusco despertar. Resgate-se o estetoscópio de sublime fantasia, invisibilidade no seu eterno mergulho nos recônditos da alma, activem-se sensibilidades auditivas pela genética contrariadas, apele-se à fugacidade de um efémero beliscar dos sentidos. E estarão lá, bem ao lado do oposto, esquivos, camuflados, numa arredondada esquina do nunca, cardíacos batimentos pétreos, ténues, imperceptíveis, indecifráveis formas de vida onde diz a lógica repousar o inerte. Afinidades que compêndios de Geologia decifrar não sabem... Sabem-no os estreitos e impalpáveis caracteres desenhados a pactos de sangue, xísticos, graníticos, quartzíticos, "íticos" outros mais, petrificados à nascença numa inverosímil geminação que naturais leis contrariam. É a essência do metafísico, do inentendível, linguajar do silêncio, como se da obliteração do som rompessem lexicais formas intraduzíveis, sem recurso a universal dicionário que lhes aclare o significado.
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