
O retorno à terra-mãe deveria constituir motivo de celebração. Mais não fosse, pelo apetite voraz gerado pela ausência. Nem sempre assim é. A excepção à regra ou a regra da excepção... Macedo é uma terra de encanto, subjectivamente, mais geneticamente, fale a verdade. Mas tem os seus desencantos. Sobrevivem, é certo, para harmonizar os inversos, num género de encantamento do desencanto. Equilíbrios numa balança nem sempre aferida pela metrologia da disposição... Devaneios, direi eu. Ou o holocausto do peso de negras nuvens. É um problema pessoal, mas só gosto de Macedo pintado a branco ou a cor do sol. E, desta vez, estava pintado a tonalidades de cinza carregado, numa tela de monotonia invadida por pincéis de pluviosidade incessante. Quero o anticiclone dos Açores de volta... Também queria a minha paixão canina de volta e resta-me olhar para o jardim da saudade. Flores plantadas onde residirá um pedaço de pecado por lágrimas escorridas, dirão alguns. Era um animal, mas nós também não passamos disso. E ele conhecia o valor da amizade, aquela utopia dos tempos modernos. Adiante... Que outras paixões restam, para bem de pecados meus, por terras macedenses. A terra em si, a fantástica Mulher responsável pela existência deste Cavaleiro Andante, a indescritível gente que sorri honestamente ao forasteiro filho da terra. O Azibo, o inenarrável Azibo. Pelas águas que armazena, pela paisagem que criou, pelos sonhos que ajuda a sonhar. A minha Lamas, a minha Nogueirinha, as minhas aldeias e montes. O meu mundo de pedras, sons e aromas únicos. Pena a chuva, pena o manto gasoso que castrou a vontade de rever Bornes. Pena um fim-de-semana desgarrado, com traços da monotonia de um céu que não me deixou rever a minha terra pintada das cores que eu gosto...
Todas as terras têm os seus encantos e desencantos. A distância mitifica-as e acentua-lhes os encantos; o confronto com a realidade, por vezes, provoca o desencanto...
ResponderEliminarA verdade é que este tempo cinzento e chuvoso que teima em ficar não ajuda, antes deprime, cansa, entedia... acontece comigo também.
E, para que conste - :) -, a amizade ainda não encaixa na categoria "utopia"!
Ânimo! :)