Velhotas espertalhonas, um vírus espertalhão e outras cousas
Há uns meses atrás fui tomado por uma onda de espanto a propósito d'"A Filha do Cabra" e da representatividade que uma peça de teatro pode ter na quebra do isolamento. Desta vez, fui surpreendido por uma onda de emoção ao assistir à forma característica e muito transmontana como um conjunto de valorosos actores e actrizes amadores expôs a sua alma à reportagem da SIC. Quando menciono uma onda de emoção estou a referir-me, concretamente, à emoção propriamente dita, com sorrisos e uma lagrimazinha de orgulho de permeio. É a minha peculiar forma de sentir o que brota do mesmo "mar de pedras" que me serviu de alicerce... Mais que uma via de fuga à realidade do quotidiano marcado pela árdua vida campesina, as "Velhotas Espertalhonas" vão além do carácter lúdico de um evento teatral. Transmitem, em jeito de comédia, como lidar com a "chico-espertice" de quem, sem qualquer tipo de escrúpulos, se aproveita de alguma da ingenuidade gerada pelo esquecimento atrás de montes e planaltos. Se a moda pega, teremos, um destes dias, as grandes companhias teatrais a levarem a palco uma qualquer sátira sobre como nos precavermos contra vírus BPN ou BPP... E outros... Que não o famosíssimo H1N1... Esse, parece que veio para ficar, mesmo que pareçam, como em casos anteriores, mais as vozes que a as nozes. No entanto, como cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, é de aplaudir a iniciativa do Centro de Saúde em enviar uma equipa de enfermagem num périplo pelas diversas aldeias do concelho, levando às populações a informação técnica que, inúmeras vezes, anda arredia. Por enquanto, segundo números oficiais, o número de infectados, no distrito de Bragança, restringe-se a seis. Que as consequências desta estirpe sejam tão manifestas como o foram as da anterior gripe aviária... Assim seja e será o medo maior que o monstro, à imagem do habitual alarmismo catastrófico que caracteriza o pensar português. Género que não se aplica ao restrito mundo dos Caretos, magistralmente levados à tela por Victor Salvador, através do documentário "No domínio dos tempos". Genial, é o que me apetece dizer! Para quem não teve o prazer de ver e tiver interesse em aguçar o apetite, fica o link para o trailer do dito documentário: http://www.youtube.com/watch?v=Fet9Nt0Pnng
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