sexta-feira, 24 de abril de 2009

"(Re)Novembrando" o 25 de Abril (II)


Desses tempos, não só pela tenra idade, mas também pelo isolamento a que (já) estava votada a provícia transmontana (casos houve de populações que só tiveram conhecimento da Revolução lá para Maio ou Junho), poucas recordações me ficaram. Contudo, uma há que deixou uma indelével marca negativa: a audição, até à exaustão, do "Grândola, Vila Morena". Parece-me que os meus anti-corpos se activaram de tal forma que fiquei possuído por uma alergia imensa àqueles acordes e ao som dos soldados a marchar que os acompanhavam. Deve ser por isso que sinto náuseas quando sou exposto ao fenómeno traumatizante que representam as emissões comemorativas do 25de Abril. Ou estou de tal forma traumatizado ou, invariavelmente, começam todos com a dita música (se ingerir uns ansiolíticos, até acho que a música e a letra têm qualidade - mas só nesse caso). Mas outras recordações ficaram. A começar pelos autocolantes que faziam as delícias da miudagem. E a continuar na proliferação de cartazes políticos que começaram a decorar os espaços públicos (e alguns privados) e a colorir o quotidiano de um povo pouco habituado a mais que a União Nacional. Outros tempos... Outras tecnologias...

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