domingo, 28 de dezembro de 2008
Cousas do Natal Macedense
Há Natais e Natais... Indubitavelmente, ainda que não seja tempo dela, cada um puxa a brasa à sua sardinha e o Natal no Algarve há-de ser sempre o melhor para um algarvio. Da mesma forma que o congénere transmontano há-de ser o melhor para quem brotou de terras de "trás do sol posto". Inegável e indiscutível... O meu Natal não seria Natal se não zarpasse até às terras onde, por esta altura, é comum o termómetro ver o zero a partir do rés-do-chão. Existe sempre uma ansiedade agradável antes do serpentear pelo IP4. "Levo as prendas todas?" ; "Os meus livros já estão na mala?" ; "Blá, blá, blá, não me esqueci de nada?"... "Miudagem, acomodem-se, que vai dar saída o expresso para mais um Natal nordestino!" Zás! "Oh Papá, coloca aquele CD que tem música de Natal... Pode ser?" Viva o espírito natalício!...
Com o vislumbre da serra de Bornes, agraciada com um colar de nevoeiro, aumenta a vontade de pisar de novo a terra que me viu nascer, quase dois meses depois da última incursão. E incrementa consideravelmente a fome que já sinto, antecipando o petisco que a "patroa" terá, seguramente, à espera. A chegada revela-se como um renovar de laços ancestrais, beijos e abraços à mistura, o aconchego divinal de uma lareira que reconforta a alma e o franguinho caseiro refogado com umas batatas da terra, regado com uma "pomada" esquecida há muitos anos mas que ainda tem a capacidade de espevitar espíritos adormecidos.
É indescritível a miríade de sensações que me assolam... Talvez se assemelhem a um renascimento e a um respirar de novo pela primeira vez... Sei lá como explicar isto... É Trás-os-Montes... É Macedo...
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