domingo, 28 de dezembro de 2008

Cousas do Natal Macedense II


Na verdade, esperava deparar-me com mais frio. No entanto, o dito ainda fez das suas até à fantástica surpresa que estava reservada para o dia após o Natal. Nalguns recantos, o chão surgia aos olhos sarapintado de branco e as auxiliares de rega no estio apresentavam sinais evidentes da agrestia das geadas nocturnas. Nada que não fosse devidamente compensado pelo incomparável sabor de uma sopa confeccionada nos potes da avó ao calor de uma lareira transmontana . Ou pelos nacos de mirandesa grelhados na brasa, na companhia de uma alheira e de uma linguiça. O deambular por entre inigualáveis iguarias teve o seu expoente máximo, como não poderia deixar de ser, na azáfama que, invariavelmente, se vive na véspera de Natal. É como se se passasse um ano à espera de todas aquelas coisas que a medicina diz que "fazem mal à saúde". Que se dane a saúde nesta altura, que eu não consigo resistir às filhós, aos sonhos e às rabanadas! Especialmente naqueles momentos em que acabam de sair do quentinho da fritura, enquanto ouço os veementes protestos da avó por surripiar as suas obras de arte.

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