quarta-feira, 9 de julho de 2008
(Mais) Cousas do S. Pedro
Mais um ano... 25 anos... O tempo é implacável. Ainda me recordo do arcaísmo em que decorreram os primeiros certames da Feira de S. Pedro. Como macedense de gema, sinto orgulho na vitalidade que atingiu a "festa". Contudo, não há bela sem senão. Já me tinha referido à inércia (ou, antes, à timidez) do público transmontano quando presencia espectáculos, a propósito do Pedro Khima. Como até gosto de uns pés de dança, particularmente quando se trata de músicas de inspiração latina ou africana, a minha pirralha (que herdou esses genes paternos), convenceu-me a assistir ao espectáculo dos Irmãos Verdades. E não é que o ritmo africano não contagiou o público, tal como seria de esperar? Como até me sinto um alienígena na terra-mãe, foi a minha vez de convencer a descendência a perder a inibição e a lançar-me na aventura de bambolear ao ritmo frenético da kizomba. Obviamente que, quem por perto estava, não perdeu a oportunidade de, ainda que timidamente, acompanhar os dois estranhos que dançavam sem se importunarem com os olhares de espanto que sobre eles pendiam. A verdade é que, ainda hoje, não deixo de sentir algum constrangimento quando circulo pela terra que me viu nascer. Mas daí a assitir a um concerto de braços cruzados sem manifestar a mínima emoção, vai uma grande distância! Será que o "povo" só se desinibe com uns canecos em cima? Ainda hoje voltei a pensar nisso: à hora do almoço, reparei que havia um programa emitido em directo a partir de Bragança. E não é que os adolescentes que a apresentadora ia tentando entrevistar ou se afastavam, ou não conseguiam falar ou, os que falavam, apesar do desafio, não conseguiam olhar para a dita apresentadora ou para a câmara? Que raio de bicho mordeu esta gente? Parece que se sofre de um qualquer complexo de inferioridade! Ou será de interioridade? "Pôrra"!!! Somos poucos, mas bons!!! E parece que a minha gente tem dificuldades em acreditar nisso!...
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