quarta-feira, 9 de abril de 2008
Folaradas
Com alguns
"desnorteados", a tradição ainda é o que era. Talvez seja obstinação... Seria mais fácil ir à padaria e comprar o folar já feito: poupava-se o trabalho, mas perdia-se o prazer de saborear algo feito por nós. Para os desconhecedores, a imagem pode até ser um pouco repugnante, mas o resultado final deveria fazer parte dos melhores manuais de gourmet. Mesmo tendo que requisitar a preciosa ajuda de duas especialistas, não resistimos à empreitada... No meu caso pessoal, foi reconfortante assistir a toda uma panóplia de preparativos. Na Quinta-feira Santa, foi o tiro de partida: a família reuniu para cortar as carnes que fazem parte do recheio. Fazendo jus à minha apetência pelo bom fumeiro transmontano, não resisti a surripiar alguns pedaços, enquanto os protestos iam surgindo... Aproximava-s
e a Sexta-feira Santa e mais uma tradição familiar e cultural tinha que ser cumprida: não havia direito a carne durante um dia. Feriado esse que foi ocupado com a laboriosa tarefa da elaboração dos ditos folares. Tratou-se de um regresso à infância, quando acompanhava a minha mãe naquele ritual que incluía acender o forno, amassar, rechear, enformar, cozer e, finalmente, comer...
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